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Metamorfose no protagonismo feminino

Publicado em: 09/03/2019 08:00 | Atualizado em: 08/03/2019 20:44

Bruna e Dulce inauguraram, em fevereiro, o Espaço Mãetamorfose em Boa Viagem. Foto: Mandy Oliver/DP (Foto: Mandy Oliver/DP)
Bruna e Dulce inauguraram, em fevereiro, o Espaço Mãetamorfose em Boa Viagem. Foto: Mandy Oliver/DP (Foto: Mandy Oliver/DP)
Utilizando as redes sociais como ferramenta, as amigas Bruna Monteiro e Dulce Gayoso compartilham suas experiências da maternidade. Desde 2010, são incontáveis dúvidas, dicas, palavras de especialistas… Histórias que, muitas vezes, confundiam-se com as de outras mães e renderam acessos, primeiramente, ao blog e, hoje, ao Instagram, com mais de 44,8 mil seguidores. Há dois anos, ambas resolveram que essa interação online poderia se transformar em um negócio offline e a marca digital Mãetamorfose se materializou em um centro multiprofissional com 24 especialidades à disposição.

Funcionando desde 12 de fevereiro, o Espaço Mãetamorfose, segundo as empresárias, pretende oferecer, em um só endereço, na cobertura do Recife Praia Hotel, no Pina, inúmeros serviços que têm a mulher, seja gestante ou no pós-parto, como protagonista, mas sem relegar os filhos e pais ao papel de coadjuvante. “Não é só para a gestante e o filho. O foco é a família toda. Quisemos montar uma rede de apoio para as pessoas com profissionais especialistas em inúmeras áreas. É algo completamente inovador. Se a pessoa quiser passar o dia aqui, depois de uma consulta, pode fazer várias atividades físicas, de autoconhecimento, oficinas”, conta Bruna, explicando que o negócio segue um conceito baseado em três pilares.

“Primeiro pilar, são os atendimentos individuais, médicos e físicos, além dos emocionais.  O segundo, as atividades físicas, como yoga, funcional e pilates. O outro, conteúdo, trazendo oficinas, cursos e grupos de apoio à maternidade e paternidade, além da mulher em geral”, detalha a empresária.

São pilares, que, de alguma forma mais incipiente, Bruna e Dulce tentavam difundir em suas redes sociais e sentiram a necessidade de colocar na plataforma offline. “As mulheres sempre nos abordavam com questões nas quais, muitas vezes, não éramos habilitadas profissionalmente para falar. A gente era só a ponte no âmbito virtual e vimos que havia espaço para fazer isso offline, olho no olho, com as pessoas sendo atendidas por especialistas no assunto”, explica.

A materialização do negócio também casou com o momento de ambas estarem voltando da licença maternidade - Bruna, administradora de empresas, é mãe de Sofia (14 anos), Isadora (7) e Carlos Eduardo (1), e Dulce, formada em publicidade, de Helena (3) e Eduardo (1). A dupla virou trio, com a chegada na sociedade do marido de Dulce, Marcus Oliveira.

PESQUISA

Mas antes, em 2018, as duas foram conhecer empresas que se dedicam a oferecer experiências semelhantes em São Paulo e chegaram à conclusão que nenhuma carregava no DNA os três pilares da Mãetamorfose. Fizeram ainda a curadoria de especialistas e profissionais que preenchem o cartão de visitas com 24 especialidades, consideradas mais integrativas, que ocupam em horários alternados dos oito consultórios, em esquema de coworking, nos 388 metros quadrados da cobertura do Recife Praia Hotel - metade do espaço total disponível no andar.

Números que já estão no planejamento para crescer. Segundo Bruna, a lista de espera de profissionais interessados a aderir ao grupo só aumenta e a absorção desses serviços está na conta da segunda fase do projeto. As sócias colocam a nova etapa como um desafio para ainda 2019, mas o prazo depende da capitalização do negócio, a partir da recuperação do investimento inicial, com valor não divulgado pelos sócios. “A receptividade está excelente. Sentimos que há uma curiosidade das pessoas acima de tudo. Vamos  fazer eventos gratuitos para as pessoas conhecerem essas experiências dentro do nosso espaço”, adianta a empresária.

Na corrente do parto humanizado

A difusão do conceito do parto humanizado entre os profissionais de saúde, e consequentemente, os casais - no Brasil, o percentual de cesáreas é superior a 55% dos nascimentos, uma das taxas mais elevadas do mundo - também levou o Mãetamorfose a dar as mãos a essa corrente. Firmou uma parceria com o Grap (Gestante e Reabilitação do Assoalho Pélvico), das fisioterapeutas e doulas Luíza Bortolozzo, Joana Nunes e Mariana Carvalheira. Elas já trabalham há quatro anos nesse segmento materno e de prevenção e reabilitação do assoalho pélvico em um espaço na Boa Vista.

“No ano de 2016 para 2018, nossos atendimentos cresceram 40%. Com isso, surgiu a oportunidade de expandir para a Zona Sul do Recife vinculada ao Espaço Maetamorfose. É muito gratificante para nós, como mulheres, podermos ajudar tantas outras a serem também protagonistas da suas escolhas. Temos a sorte de amarmos muito o que fazemos e esse é o segredo”, diz Luíza, reforçando que o crescimento em números e, consequentemente, a expansão já é resultado de um olhar diferente das pessoas.

“Aqui no Recife, cada vez mais, pessoas estão buscando se informar para tentar atravessar pelo momento da gestação da melhor forma. Quando há essa informação, as mulheres aprendem que só o fato de engravidar gera uma sobrecarga nos músculos da região pélvica, gerando desconfortos como dores e até perda de urina nos esforços. A busca por parto normal também vem crescendo, a importância de tentar entrar em trabalho de parto, devido a inúmeros benefícios, faz com que, cada vez mais mulheres busquem por equipes honestas, respeitosas e capacitadas. Por beneficiar e prevenir várias disfunções pélvicas, como incontinência urinária, dor na relação sexual, entre outras, a procura por nosso trabalho vem crescendo diariamente”, reforça Luíza.
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