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Presidente da rede Blue Tree Hotels diz haver oportunidades de negócios em Pernambuco

Publicado em: 27/01/2019 08:00 | Atualizado em: 27/01/2019 09:50

Foto: Blue Tree Hotels/Divulgação

A rede Blue Tree Hotels acaba de assumir a administração de um hotel em Pernambuco. Trata-se do Bugan Paiva, da Rio Ave. A conversão da unidade, que passa a se chamar Bugan Paiva by Blue Tree Hotels faz parte de uma estratégia da Rio Ave de expandir a marca própria, lançada em junho de 2018. Este é o segundo hotel a levar a bandeira Bugan (a primeira foi um hotel de alto padrão, em Boa Viagem). O empreendimento , no litoral de Jaboatão dos Guararapes, opera desde 2016 atendendo ao turista de negócios e de lazer. A administração do hotel pela rede Blue Tree Hotels também representa um marco para o grupo internacional, que é de propriedade do grupo Chieko Aoki Management Company, sendo o primeiro a levar o selo da administradora no estado. “No ano passado, voltamos à região Nordeste com a conversão de um empreendimento em São Luís (MA) e, agora, retornamos ao Recife, cidade importante para nosso portfolio”, diz a presidente da rede Blue Tree Hotels, Chieko Aoki. Em passagem pelo Recife, a executiva falou com exclusividade ao Diario sobre os planos do grupo no país e os desafios do mercado de turismo. Hoje, a rede Blue Tree Hotels tem 23 empreendimentos no Brasil, entre hoteis e resort, somando mais de quatro mil apartamentos em 18 cidades.

No Brasil, o setor hoteleiro vinha de um boom até pouco depois da Copa. Com a crise, como a senhora vê esse ajuste do setor hoteleiro e da rede Blue Tree para o atual momento econômico?
Houve um aumento significativo da oferta de quartos no Brasil, especialmente entre 2013 e 2014, e com a expectativa de atender demanda de eventos de grande porte, como a Copa do Mundo e Olimpíadas. Contudo, esse aumento da oferta coincidiu com o início da crise econômica do país, causando um efeito negativo para o segmento, com natural queda da demanda. Alguns mercados sofreram impacto mais significativo, como Rio de Janeiro, Salvador e Belo Horizonte, onde alguns empreendimentos foram fechados e outros, descontinuados.  De 2014 em diante, observamos a canibalização das diárias, que impactou na rentabilidade dos empreendimentos, apesar do enxugamento dos custos com análises rigorosas. A boa notícia é que, a partir de setembro de 2017, nota-se um aquecimento do mercado, com recuperação da ocupação e da diária dos hotéis. O mercado se manteve em recuperação ao longo de 2018, mesmo com os percalços da greve dos caminhoneiros e incertezas do período eleitoral. Somando-se à recuperação de mercado, a eficiência em gestão de custos e despesas durante a crise criaram um legado para a Blue Tree e seus empreendimentos. Para 2019, apostamos em um cenário muito positivo em todas as nossas unidades, inclusive no Bugan Paiva by Blue Tree Hotels.

Quais os projetos da rede para 2019?
A Blue Tree é uma administradora de hotéis, presente em 18 cidades brasileiras, e atua na gestão de bens de terceiros. Ou seja, atuamos em parceria com investidores e não investimos na construção de prédios. Possuímos, sim, negociações de novos contratos, mas devido a cláusulas de confidencialidade não posso abrir quais praças vamos trabalhar em 2019. No ano passado, voltamos a região Nordeste através da conversão de um empreendimento em São Luís, no Maranhão, e, agora, retornamos também ao Recife, cidade tão importante para nosso portfolio. Para 2019, vamos dar continuidade ao nosso modelo de administração hoteleira, focando em conversão de outras marcas ou hotéis independentes e também fornecendo o modelo de franquia para hotéis que buscam a força de uma marca consolidada no mercado e com grande know-how em gestão de vendas e resultados.

Quais os planos da rede para Pernambuco?
Estamos muito felizes em retornar a Pernambuco, um estado rico em cultura, gastronomia e com pontos turísticos inigualáveis. Estamos construindo laços com o público da região e queremos fidelizá-los ainda mais, mostrando toda a nossa filosofia de atendimento e personalização de serviços. Entendo que existem muitos players na região, mas estamos focados principalmente com o que vamos oferecer aos hóspedes de lazer e corporativo. Queremos surpreender quem é de Pernambuco e também quem desembarca no estado.

Como avalia o mercado hoteleiro pernambucano?
Temos muitas oportunidades de negócios em Pernambuco. Por isso, apostamos na parceria com a Rio Ave e colocamos em operação, em dezembro de 2018, o Bugan Paiva by Blue Tree Hotels. O hotel estará de portas abertas para o público corporativo e também será uma ótima opção para os turistas de lazer. Desembarcamos no Recife com uma sensação muito positiva. A Empetur anunciou uma pesquisa sobre o primeiro semestre de 2018 muito encorajadora, mostrando que quase 3,2 milhões de visitantes passaram por Pernambuco, o que representa uma enorme injeção financeira e também emocional na economia local. Com a nossa expertise, acreditamos que vamos ajudar a manter esses números para 2019. O turismo representa 4% do Produto Interno Bruto (PIB) do estado e nós queremos ser responsáveis, também, por esse desenvolvimento econômico. Está no nosso DNA a responsabilidade de ajudar o Brasil se desenvolver com todo o seu potencial.

Em Pernambuco, qual o público-alvo da rede? E quais estratégias que serão utilizadas para “fisgar” estes consumidores?
Nosso hotel está pronto para receber hóspedes corporativos e também os que desembarcam no Recife para curtir as férias. Fizemos um levantamento de necessidades indicadas por hóspedes e vamos aplicar melhorias ao longo do ano. Entender o que o nosso cliente deseja é a nossa maior estratégia para fidelizar cada vez mais o público da região. Temos um ótimo relacionamento com agências de viagens e também com empresas que contam com negócios na região. Ou seja, o viajante que já nos conhece de outras cidades será informado que, agora, também podemos oferecer a melhor experiência de hospedagem no Recife.

A crise econômica influencia na hora de investir no público emergente do Brasil, já que agora o cenário não é tão otimista?
Há perspectiva de um crescimento mais ordenado do setor, baseado em expectativas prudentes de demanda e retorno do investimento. O mercado sabe se reinventar, nascem novas ideias e oportunidades pós período de crise e já se notam discussões interessantes de desenvolvimento dos serviços hoteleiros, para atender novas demandas do mercado que está em contínuo movimento. Existem grupos que buscam oportunidade de realizar grandes pólos de desenvolvimento, com complexo imobiliário, onde os hotéis exercem papel importante de alavanque de central de serviços e de circulação de pessoas. Investir em tempos de crise ou pós-crise é sair da sua zona de conforto. É saber inovar produtos e serviços mantendo a qualidade. É nisso que eu e a rede Blue Tree Hotels acreditamos.

Quais os desafios da rede hoteleira do país?
Capacitação é um desafio não apenas para a hotelaria, mas para todos os mercados. Nós temos a nossa estratégia para solucionar esse problema. Criamos o treinamento Alma Blue Tree. Eu mesma cuido dessas capacitações. Me desloco para todos os hotéis que administramos e converso com a equipe sobre a maneira ímpar que precisamos atender cada um de nossos clientes. O brasileiro, naturalmente, sabe como servir e receber bem os seus clientes. Nós aprimoramos essa intuição brasileira e desenvolvemos o “bem cuidar”, que incentiva o nosso colaborador a sempre fazer algo a mais para os hóspedes. No final do ano passado, por exemplo, a nossa unidade do Rio de Janeiro, em parceria com o Instituto para o Aperfeiçoamento Humano (INPAH), realizou um curso de hotelaria voltado para jovens das comunidades carentes localizadas próximas ao hotel. Ao todo, 21 pessoas conquistaram o certificado de conclusão e agora podem atuar como camareiras, recepcionistas e garçons. Durante o período do curso, três participantes foram contratados pela unidade e dois estão em processo seletivo para atuar na recepção. Essa é uma das maneiras que engajamos os nossos esforços e ajudamos a desenvolver o potencial do Brasil e do brasileiro.

Como vender os atrativos do Brasil fora do país em um cenário de violência?
A Blue Tree Hotels está presente em 18 cidades de todo o Brasil. Sabemos que cada uma tem as suas peculiaridades, mas acreditamos no potencial turístico de todas elas. O propósito de nossa rede é ajudar no desenvolvimento econômico do Brasil, gerando empregos, oportunidades e capacitando pessoas. A violência existe, mas nós, empresários, podemos fazer a nossa parte, que é capacitar e gerar oportunidade. Esse exemplo, reflete o que fazemos em todo o Brasil.
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