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Planejamento financeiro, mas nem tanto

Estudo aponta que pernambucano começa a semana planejando poupar, mas desiste em seguida

Publicado em: 15/12/2018 10:00 | Atualizado em: 13/12/2018 21:32

Busca por informações de como investir têm pico em janeiro e chegam a cair  40% no decorrer do ano. Foto: Marlon Diego/Esp.DP/Arquivo

A preocupação do pernambucano com as finanças pessoais tem data marcada. Às segundas-feiras, um número grande de pessoas busca informações para poupar, negociar dívidas e formas alternativas de aumentar a renda; ao longo da semana, o interesse em aplicar o planejamento financeiro no cotidiano cai consideravelmente. De acordo com dados do Konkero, portal comparador de produtos financeiros e finanças pessoais do Brasil, enquanto a busca por informações associadas ao tema em Pernambuco é de 18,7% no início da semana, na quinta-feira o número cai para 16,6%, na sexta-feira para 14,8%; no sábado e domingo, os acessos ficam em 7,7% e 7,9%.

"O desafio é manter a meta e não perder o interesse no meio do caminho. O que ajuda é ter uma conquista em mente", afirma o fundador da Konkero, Guilherme de Almeida Prado. Segundo o executivo, janeiro é, inclusive, o mês onde há mais procura pelos investimentos. "As pessoas começam o ano dizendo: esse ano eu vou poupar. E aí começam as pesquisas, mas, aí, ao longo dos meses, a procura vai caindo, principalmente, em épocas de festa, quando o interesse despenca", diz.

Pelo levantamento do Konkero, um dado interessante é sobre a busca na internet do brasileiro em relação a produtos financeiros ao longo do ano. O financiamento da casa própria, por exemplo, é muito procurado no início do ano e o interesse cai no decorrer dos meses, chegando a recuar 50%. A busca por informações sobre como investir também apresenta comportamento semelhante, com pico em janeiro e caindo 40% no decorrer do ano. Já "cartão de crédito" tem o comportamento inverso. Nos meses próximos ao Natal, a busca pelo produto na internet cresce 30% em relação a janeiro e demais meses.

De acordo com o consultor econômico e financeiro do Cedepe, Tiago Monteiro, o brasileiro precisa criar o hábito de poupar. "Para nós brasileiros, um povo cuja cultura do consumo ostentador é visceral e está diretamente relacionada com a imagem projetada, deixar de consumir hoje para ter um benefício no longo prazo é quase uma jornada épica. Não somos treinados a poupar", enfatiza. Para mudar este cenário, o primeiro passo é a criação da consciência de poupar e de um raio-x da situação financeira. "É preciso ter uma radiografia da saúde financeira, projetando todos os tipos de custos e despesas, de curto ou longo prazo", diz.

INVESTIMENTOS
Os que desejam iniciar o ano poupando, vale um alerta: quando se trata de investimentos, não existe uma receita de bolo. É preciso se entender como investidor, trazendo o perfil e as necessidades temporais, de curto, médio e longo prazo. Isso porque, o tipo de investimento e o prazo que os recursos ficarão parados, sem serem utilizados ou resgatados, estão diretamente relacionados com o retorno que será atingido.

Para tanto, existem investimentos que podem ser plausíveis para os mais variados perfis de investidores em 2019, como o Tesouro Direto (atrelado à inflação ou à Selic), o CDB (bom investimento de renda fixa e comporta o Fundo Garantidor de Crédito de até R$ 250 mil) e os Fundos de Multimercado (com os riscos diluídos entre diversos ativos). "A pulverização é o mais aconselhável, até para que, em caso de queda ou instabilidade de um dos investimentos, exista a compensação de outros. Quanto mais pulverizada, menos são os seus riscos com intempéries de mercado".
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