Investimentos

Interior desponta na pauta industrial

Cidades fora da Região Metropolitana do Recife recebem mais vantagens de incentivos fiscais com objetivo de descentralizar o PIB industrial do estado

Publicado em: 03/11/2018 09:00 | Atualizado em: 01/11/2018 21:13

Na última reunião do conselho que aprova os investimentos, o interior se destacou em investimentos previstos. Foto: Vitoria do Monte/Divulgação

Um ponto sempre buscado nas políticas de atração de investimentos industriais em Pernambuco é o de interiorização. Descentralizar o PIB industrial do estado é missão. As regras do principal programa de incentivos fiscais para empresas que se interessam por investir em Pernambuco, o Programa para o Desenvolvimento de Pernambuco (Prodepe), garantem, por isso, mais vantagens para quem aposta fora da Região Metropolitana do Recife (RMR). Ganha mais quem fica mais longe da RMR, inclusive. Na última reunião que aprova esses incentivos, realizada nesta semana, o interior se destacou em investimentos previstos e principalmente na geração de empregos. O melhor foi a “aparição” de cidades do interior que estavam fora da pauta industrial de Pernambuco, que é o caso de Serrita, Jupi e Iati.

O secretário de Desenvolvimento Econômico do estado, Antonio Mario Pinto, ressaltou ser a prioridade da gestão de políticas de atração de investimentos. “O conceito do Prodepe é estimular a descentralização. No caso da última reunião, por exemplo, dos quase R$ 400 milhões aprovados em indústrias para o estado, R$ 201,6 milhões foram destinados à RMR e R$ 195 milhões para o interior. Em empregos, esse montante projeta a geração de 1.063 postos de trabalho, dos quais 721 estarão sediados no interior e 342 na Região Metropolitana do Recife. Então a proposta está seguindo no caminho certo”, destacou.

Ao todo, 16 municípios foram contemplados, sendo seis na RMR e dez no interior. São eles: Jaboatão dos Guararapes, Paulista, Recife, Cabo de Santo Agostinho, Escada, Caruaru, Serra Talhada, Vitória de Santo Antão, Bezerros, Serrita, Pesqueira, Jupi, Timbaúba, Igarassu, Limoeiro e Abreu e Lima. Garanhuns e Iati também aparecem na lista, mas a aprovação das unidades industriais para as cidades deve ficar para a próxima reunião, agendada para 21 de dezembro. Das 12 Regiões de Desenvolvimento (RD) de Pernambuco, oito foram contempladas: RMR, Mata Sul, Mata Norte, Agreste Central, Agreste Meridional, Agreste Setentrional, Sertão Central e Sertão do Pajeú.

Antonio Xavier, presidente da Agência de Desenvolvimento de Pernambuco (AD Diper), acrescenta que o projeto de captação de investimentos sempre se pauta com o interior como prioridade. “Conversamos com consultores e mostramos que a janela de oportunidades para captar indústrias era agora. Tanto que o cenário ruim do começo do ano já foi revertido. Grandes investimentos foram anunciados para o estado, em muitas áreas, inclusive para otimizar o interior e evitar um vazio econômico e social com todo mundo concentrado na RMR, onde se tem melhor infraestrutura”, destacou.

Para se ter ideia, esse movimento vai fazer Iati receber um investimento de R$ 5,1 milhões em uma unidade de produção de leite UHT integral e desnatado, leite em pó e soro em pó; Serrita vai ter uma fábrica de R$ 6,5 milhões para fabricar café torrado moído e em grãos; e a cidade de Jupi terá uma unidade de produção de tecidos de ráfia e sacos de PP e PE. “É muito bom para o estado movimentar cidades sem o perfil industrial com unidades de médio e grande porte. Garanhuns também apareceu bem neste ano, recebendo aportes de R$ 75 milhões, entre outros. É mais emprego para o interior e consolidando uma política que vem dando certo”, reforçou
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