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Três financeiras são fechadas no Recife

Procon e secretaria interditaram empresas, ameaçadas de pagar uma multa de até R$ 9 milhões

Publicado em: 17/10/2018 07:53

Segundo os órgãos, empresas não apresentaram documentação do Banco Central. Foto: Aurelio Duvivier / SJDH
Em mais um ato para coibir a ação de financeiras que estão funcionando de maneira irregular, o Procon Pernambuco e a Secretaria de Justiça e Direitos Humanos interditaram três empresas do segmento que atuavam no Recife. As empresas Lucred, Bevicred e VT Promotora já haviam sido alvo de fiscalização do Procon e não apresentaram qualquer documento que comprovasse a regulamentação junto ao Banco Central. Elas permanecerão fechadas até que a situação seja regularizada e podem ser multadas em até R$ 9 milhões.

Conforme explicou o secretário de Justiça e Direitos Humanos, Pedro Eurico, desde julho já foram realizadas 60 fiscalizações que resultaram no fechamento de 11 empresas, incluindo as três de ontem. “São empresas que funcionam irregularmente, concedendo empréstimo pessoal depois de as pessoas já terem comprometido o limite do empréstimo consignado (o Banco Central estabelece um percentual de 35%)”. Ainda segundo o titular da pasta, muitas das empresas que estão sendo fechadas cobram taxas de juros que chegam a 17% ao mês, o que caracteriza, segundo ele, extorsão.

As fiscalizações, que têm acontecido no Recife, devem se estender para a Região Metropolitana e para o interior do estado, a exemplo de cidades como Garanhuns, Caruaru, e Vitória de Santo Antão. “Só neste ano, o Procon já registrou quase três mil denúncias contra essas instituições. Vamos nos deslocando (pelo estado) para regularizar a situação”. De acordo com Pedro Eurico, os empréstimos são concedidos pelos bancos, que contratam empresas terceirizadas e estas, por sua vez, subcontratam terceirizadas – que cometem as irregularidades. “Na semana passada, convocamos os bancos e as instituições financeiras que oferecem empréstimos e eles se comprometeram em até dez dias apresentar uma justificativa do que têm feito para impedir essa prática”.

O secretário orienta os consumidores que se sentirem lesados a procurar o Procon. “Não podemos rever a taxa (de juros). O que podemos fazer é denunciar, chamar a instituição para que haja uma negociação e a redução desses valores (dívida total)”, explicou Pedro Eurico. 

Procurada pelo Diario, a Lucred informou apenas que “está correndo atrás da documentação necessária para abrir logo, logo”. A Bevicred, por sua vez, disse que não foi informada oficialmente e por isso não iria se pronunciar. A reportagem não localizou representantes da VT Promotora.
 
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