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Produtos do Vale do São Francisco buscam evolução na qualidade da uva

Eles estiveram nos Estados Unidos com objetivo de buscar tecnologias e também adquirir novas variedades

Publicado em: 02/09/2018 10:00 | Atualizado em: 31/08/2018 16:33

Delegação avalia potencial para inserir na produção local e ter mais competitividade dentro e fora do Brasil. Foto: Reprodução da Internet

A qualidade das uvas do Vale do São Francisco, em Pernambuco, vem evoluindo ainda mais, no objetivo de ganhar mais espaço nas janelas de mercados concorridos, como o dos Estados Unidos e da Europa. Neste mês, uma delegação com 50 produtores e consultores de uva da região esteve nos Estados Unidos em busca de tecnologias e para a aquisição de novas variedades da fruta. Como os climas norte-americano e europeu só permitem uma safra por ano, Pernambuco aproveita essa lacuna e garante a oferta da fruta por lá, graças às duas safras que o semiárido permite produzir a partir da irrigação.

Segundo Jailson Lira, presidente do Sindicato dos Produtores Rurais de Petrolina (SPR), é o terceiro ano que a comitiva visita os Estados Unidos. "É um encontro muito produtivo. A gente se reúne com geneticistas, conhece novas variedades que estão sendo desenvolvidas e o potencial de utilizá-las na nossa produção. Trata-se exclusivamente de uvas de mesa, que a gente tem uma experiência muito boa, mas que pode sempre integrar novidades para elevar ainda mais a nossa competitividade no comércio internacional", detalhou.

A visita aconteceu nas fazendas e nos laboratórios da cidade de Bakersfield, na Califórnia, e que pode ajudar na competitividade da fruta brasileira nos mercados interno e externo. Segundo ele, quatro empresas norte-americanas mostraram o que vêm produzindo e alguns itens, por exemplo, já são trabalhados no Vale do São Francisco, em Pernambuco. Outros, não. "É uma viagem de conhecimento, para a gente ver o que vem sendo experimentado e antecipar os trâmites de liberação, como os do Ministério da Agricultura. Algumas opções nos chamaram a atenção, como possibilidade: uvas de qualidade altíssima, saudáveis, de fácil produção, que resistem mais às pragas, o que reduz a aplicação de defensivos, e que mantêm um bom resultado de degustação no pós-colheita", considerou.

A ideia é ganhar o apelo do consumidor, já que o foco são países que têm uma produção forte e de qualidade, mas que são prejudicadas pelo clima. "Estados Unidos, a Europa inteira, principalmente a parte da Inglaterra, além de toda a área que inclui Alemanha, Holanda, Bélgica, Dinamarca, Suécia, Suíça são bem atendidas pela produção local. Mas só se produz uma vez no ano. É quando a gente entra com a nossa produção", destacou.

Segundo o empresário Aurélio Cavalcante, que apoiou a iniciativa patrocinando a participação de parte dos produtores e consultores da missão, o grupo visitou os Estados Unidos em um momento em que países produtores de uva como o Peru e Grécia aumentaram significativamente suas vendas para os mercados americano, europeu e asiático. "Estes países atuam na mesma janela de exportação do Vale. Mas um motivo para que o Brasil diminua a burocracia e invista mais em pesquisas e novas tecnologias", pontuou.

Segundo o consultor de uva, Newton Matsumoto, a viagem também representou um aprendizado tendo em vista as constantes mudanças do segmento no mundo inteiro. "Voltamos mais atualizados acerca das variedades que estão sendo mais procuradas pelos grandes mercados. Aprendemos mais sobre tecnologias e metodologias de produção e para que continuemos gerando mais empregos e renda temos que ganhar mais competitividade".
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