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'Não caia nessa': estradas amanhecem sem sinal de greve dos caminhoneiros

Em vídeo, líder do movimento grevista de maio nega até a paralisação da UDC, anunciada para o feriado de 7 de setembro

Publicado em: 03/09/2018 09:52 | Atualizado em: 03/09/2018 09:56

O abastecimento dos caminhões na Regap, em Betim, está ocorrendo normalmente. Foto: Paulo Filgueiras / EM / D.A. Press

Embora Belo Horizonte tenha amanhecido com filas nos postos de gasolina, os rumores de uma nova greve dos caminhoneiros, nesta segunda-feira (3/9), não concretizaram e as estradas mineiras amanheceram sem qualquer interdição, de acordo com Polícia Rodoviária Federal. 

“Não tem nenhum foco de manifestação ou paralisação, as rodovias de Minas estão normais”, afirmou o inspetor Aristides Junior, da PRF. O trânsito também está normal nas rodovias federais.

Apesar dos boatos que circularam no WhatsApp com maior intensidade nesse domingo (2/9), os representantes da categoria já haviam informado nesse domingo que não havia previsão de paralisação. Também ontem, pelas redes sociais, um dos líderes do movimento grevista de maio, divulgou vídeo negando que haveria greve.


 
Wallace Landin, conhecido como Chorão, um dos líderes do movimento passado, pediu “entendimento” e “sabedoria” aos caminhoneiros. Ele negou até mesmo a promessa de uma nova paralisação anunciada pela União dos Caminhoneiros (UDC) para depois do feriado. “Não cai nessa não, UDC, essas coisas tudo aí, nós nunca ouvimos falar disso não”, afirmou.

Segundo o caminhoneiro, estão querendo usar a categoria para uma nova paralisação. “Fico muito preocupado de saber que tem gente infiltrada no nosso meio querendo chamar uma paralisação, fico muito triste porque nós lutamos, ficamos 11 dias na beira das estradas e conseguimos a lei, e quero deixar claro não existe paralisação para o dia 7 de setembro”, disse.

Chorão afirmou que a única manifestação programada pelos caminhoneiros é para o dia 12 de setembro, na porta da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), para forçar a fiscalização da lei do frete, que tem um gatilho prevendo revisão dos valores sempre que houver aumento nos preços do diesel. 

Distribuição de combustível normal na Regap
Após uma onda de boatos nas redes sociais e em mensagens via aplicativos para celular, o movimento de distribuição de combustível é normal nessa segunda-feira na Refinaria Gabriel Passos (Regap), em Betim, na Região Metropolitana de Belo Horizonte. Caminhões tanque entram vazios e saem carregados normalmente. O movimento na BR-381, inclusive, é intenso de veículos pesados carregados com óleo diesel, gasolina e etanol, em virtude do desabastecimento de alguns postos pela corrida da população em busca de combustível graças aos boatos.

Apesar do Sindicato dos Transportadores de Combustíveis e Derivados de Petróleo do Estado de Minas Gerais (Sindtanque/MG) ter informado que entrou em estado de greve a partir de hoje, não há qualquer mobilização para cruzar os braços. 

Agendado para carregar o caminhão com 36 mil litros de combustível para São Mateus do Sul, no Paraná, o motorista Damazio Braga, de 57 anos, disse que só existe possibilidade de discutir uma nova paralisação após 7 de setembro, caso a Agência Nacional dos Transportes Terrestres (ANTT) não fiscalize o preço mínimo do frete a partir da publicação da Lei 13.703/2018. 
 
“Nesse momento estamos trabalhando normal e não há qualquer mobilização para deixar de trabalhar. Mas se o valor mínimo do transporte não for cumprido, a situação pode ser discutida”, afirma.

Movimento nos postos
Mesmo assim, com movimento normal de tanqueiros, postos da Região Metropolitana de Belo Horizonte seguem com filas na manhã desta segunda-feira. Um dos postos da BR-381 em Betim próximo da Regap tem tempo de espera diferente do normal na manhã de hoje. O motorista Ivair Neves, 55, acabou prejudicado, pois precisa abastecer para fazer entregas em Betim e tem que esperar. “Estou ficando sem combustível igual acontece normalmente e agora tenho que esperar para encher e voltar ao trabalho”, diz ele. 

A estudante Ana Paula Paixão, 27, mora em Brumadinho e estuda na PUC de Betim e é mais uma que enfrenta dificuldades para abastecer. “Eu encho o tanque toda segunda. O povo fica desesperado demais com boato”, afirma. O engenheiro Igor Maciel, 34, também precisa abastecer por conta de sua rotina normal e criticou quem foi aos postos pelos boatos de greve. “Basta procurar a informação correta, mas as pessoas não fazem isso”, completa.
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