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Busca por imóveis tem melhora em julho

Segundo balanço da OLX, em julho, Pernambuco registrou 3,1 milhões de buscas por imóveis, representando uma alta de 16% com relação a julho de 2017

Publicado em: 22/09/2018 10:00

Marcos Leite diz que 80% das demandas são por imóveis de até R$ 250 mil. Foto: Divulgação/OLX (Foto: Divulgação/OLX)
Marcos Leite diz que 80% das demandas são por imóveis de até R$ 250 mil. Foto: Divulgação/OLX (Foto: Divulgação/OLX)
Os pernambucanos estão voltando a procurar por imóveis. Ao menos é o que indica levantamento realizado pela OLX, plataforma virtual de compra e venda. Segundo dados apresentados pelo site, em julho o estado registrou 3,1 milhões de buscas por imóveis. O número representa um crescimento de 16% com relação ao mesmo período do ano passado. No período, o aumento foi de 19% na procura por venda e de 12% nas buscas por locação. Grande parte das buscas para compra é por imóveis de até R$ 250 mil, representando 71% das pesquisas.

“Na OLX, notamos que o perfil de busca do pernambucano destoa na maior busca por apartamentos. Enquanto no Brasil, 53% das pessoas buscam por casas na OLX, 51% dos pernambucanos buscam por apartamentos na plataforma”, afirma o vice-presidente executivo da OLX Brasil, Marcos Leite. Com relação ao valor, o executivo também aponta divergências entre a demanda nacional e a local. “Quando olhamos faixa de preço, a busca por imóveis mais baratos predomina”, pontua.

Segundo as estatísticas, pelo menos 80% buscam por imóveis no valor de até R$ 250 mil em Pernambuco (oito pontos percentuais acima da média Brasil) e 75% buscam pela locação de imóveis no valor de até R$ 1.000 (4  pontos percentuais acima da média Brasil).

De acordo com Marcos Leite, a demanda por aluguel ainda está em alta no país como um todo. “Até por conta da crise as pessoas estão demandando mais este tipo de operação. Tem muita gente buscando por imóveis por aluguel por ainda não se sentir seguro para efeturar uma compra de alto valor”, pontua. No caso dos alugueis, 42% da demanda está entre R$ 500 e R$ 1 mil.

Sobre os locais mais procurados, os dados da plataforma apontam que as cinco cidades mais buscadas por quem procura procura imóvel em Pernambuco são: Recife (93%), Jaboatão dos Guararapes (34%), Paulista (17%), Olinda (16%) e Caruaru (11%).

Há também os locais que tiveram um aumento no  interesse por imóveis para venda  Neste caso, o maior aumento (84%) foi na Ilha de Itamaracá, seguido de Gravatá (40%), Camaragibe (38%) e Ipojuca (37%). Já a demanda por imóveis para locação aumentou 69% em Ipojuca, 69% na Ilha de Itamaracá, 50% no Cabo de Santo Agostinho, 16% em Petrolina e 15% no Recife. “As top 10 da lista representam 93% das buscas por aluguel  no estado. Na busca por imóveis para venda, elas representam 80%”.

DEMANDA
Na capital pernambucana, os bairros mais procurados são Boa Viagem (28%), Várzea  (5%), Imbiribeira (4%) e Iputinga (4%). No caso de locação, os bairros que apresentaram maior crescimento em buscas foram Santo Amaro (+353%), Cohab ( 188%), Madalena ( 58%) e Imbiribeira ( 42%). Na cidade, a preferência é por imóveis de até R$ 250 mil e locação até R$ 2 mil.

Imóveis de dois e três quartos são os mais procurados

Ainda segundo as estatísticas da OLX, em Pernambuco, grande parte das buscas é por residências de dois e três quartos, que representam 44% e 33% das demandas, respectivamente. “Em operações de venda, vemos um share de busca maior por imóveis menores, principalmente na faixa de metragem inferior a 50 metros quadrados, sendo 21% Pernambuco e 14% no Brasil”, diz o vice-presidente executivo da OLX Brasil, Marcos Leite.

De acordo com o diretor de economia e estatísticas da Ademi/PE, Luyndson Lino, essa procura por imóveis menores também está refletida no Índice de Velocidade de Vendas (IVV) do estado. “Pelos dados, nas vendas de julho, 73% foram dois quartos e 18% de três quartos. Então, o mercado está extremamente concentrado nestas duas categorias. Além disso, vale ressaltar que nos imóveis de três quartos são aqueles mais compactos, de 70 metros quadrados, que no passado era um de dois quartos”, pontua.

Pelos dados do IVV, em julho foram registrada 470 vendas de imóveis, tendo um crescimento com relação ao mês anterior, quando foram comercializadas 378 unidades. “Nossa expectativa é de que este ritmo de crescimento seja mantido em agosto”, ressalta. Pela análise do especialista, um ponto que está sendo favorável para compra é a taxa de juros. “O mercado está retraído desde 2016/2017 e muita gente acaba tomando a decisão de compra com o receio das taxas subirem. A condição de crédito está boa, o que está ruim é o emprego, a estabilidade financeira. Quem tem condições está aproveitando para comprar, aproveitando os juros em queda”, enfatiza.

PROJEÇÕES
Tradicionalmente o segundo semestre tem um peso maior em vendas do que o primeiro. Porém, como este é um ano eleitoral, o ritmo de vendas ainda não deve ser o desejável. “Nos últimos 12 meses, o IVV esteve estabilizado. Houve um pico maior de vendas em maio e julho. Em junho se manteve estável. Ou seja, de maio para cá houve realmente sinais de venda e este cenário deve se prolongar até setembro. Agora outubro depende das eleições”, pontua o diretor da Ademi/PE.

As eleições são também um ponto de impacto nas decisões dos empresários. Muitos aguardam o resultado das urnas para entender melhor qual será a política econômica a ser adotada pelo novo presidente. “Os lançamentos estão muito atrás porque maior parte dos empresários está aguardando a definição do cenário político para ver se irá mesmo lançar ou não. Os lançamentos vão acontecer porque os estoques estão baixando relativamente rápido. Quando o estoque diminui ele tem que chegar com um produto novo. Agora, o viés do produto econômico a ser lançado depende do resultado da eleição”, explica o diretor Luyndson Lino.

Outro ponto que é acompanhado de perto pelo setor está sendo as propostas relacionadas ao programa Minha Casa, Minha Vida, cuja demanda tem se mantido em alta nos últimos anos. “É justamente nesta faixa que está sendo mantida as vendas. São apartamentos menores, mais compactos, com uma área de lazer completa e preços mais acessíveis. Essa é a demanda que tem tido uma resposta melhor e isso depende da política que será adotada”, afirma o presidente do Sindicato da Indústria da Construção Civil no Estado de Pernambuco (Sinduscon/PE), José Antônio de Lucas Simón. 
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