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Moeda turca desaba, abala mercado global e faz dólar chegar a R$ 3,86

No Brasil, o resultado foi a forte alta do dólar (1,75%), que fechou o dia cotado a R$ 3,86, e a desvalorização do Ibovespa

Por: AE

Publicado em: 11/08/2018 09:18


A fragilidade da moeda turca, a lira, e temores de que o país não honre seus compromissos contaminaram o mercado global ontem. No Brasil, o resultado foi a forte alta do dólar (1,75%), que fechou o dia cotado a R$ 3,86, e a desvalorização do Ibovespa, que perdeu mais de 2 mil pontos e terminou em baixa de 2,86%, aos 76,5 mil pontos.

O cenário que já era turbulento se agravou com a influência do presidente Tayyip Erdogan na política monetária da Turquia e com o aumento das tensões entre o país e governo americano. Erdogan pediu aos turcos que troquem ouro e divisas pela lira para defender a moeda no que chamou de %u201Cbatalha nacional%u201D, enquanto o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, declarou que a relação de seu país com os turcos %u201Cnão está boa neste momento%u201D e autorizou tarifas mais altas sobre as importações do país.

O dólar fechou o dia com alta de 15,65% sobre a lira turca. %u201CO movimento da lira preocupa praticamente a todos%u201D, escreveu a corretora H.Commcor em relatório. %u201COs investidores (estão) acionando o %u2018modo pânico%u2019 em meio à preocupação com a solvência daquele mercado.%u201D

Mais cedo, o jornal Financial Times apontou que o Banco Central Europeu (BCE) está preocupado com a forte exposição de grandes bancos da zona do euro - como BBVA, UniCredit e BNP Paribas - à Turquia. As bolsas europeias caíram fortemente com destaque para as de Milão (2,5%) e de Frankfurt (1,9%).

Na avaliação do economista John Higgins, da Capital Economics, as crescentes dificuldades em território turco não devem causar muitos problemas em outros lugares, incluindo países emergentes. %u201CAs fragilidades no setor bancário da Turquia estão chamando mais a atenção agora do que a maioria dos outros mercados emergentes%u201D, apontou o economista. Ele lembra que os problemas da nação euro-asiática são apenas mais um obstáculo entre os muitos que surgiram nos últimos meses: a desaceleração da economia chinesa, as altas de juros em economias avançadas e a guerra comercial entre Estados Unidos e China.

No Brasil, a queda na Bolsa foi generalizada, com ênfase nos papéis de instituições financeiras. As ações ordinárias do Banco do Brasil caíram 5,51%, seguidas por Bradesco PN, com queda de 4 98% e de Itaú, com recuo de 3,63%.

Para analistas do mercado financeiro, o efeito Turquia no Brasil foi acentuado pelas incertezas locais, pelo desempenho mais fraco de algumas empresas de capital aberto e pelo cenário eleitoral. O desempenho de Geraldo Alckmin (PSDB) no debate eleitoral promovido na noite de quinta-feira pela TV Bandeirantes foi considerado %u201Cmais do mesmo%u201D. Pesquisas regionais encomendadas por empresas financeiras também continuam a mostrar Alckmin estagnado, enquanto o deputado Jair Bolsonaro (PSL) cresce. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
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