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Crise reflete no nível socioeconômico dos municípios de Pernambuco

Índice da Firjan aponta que, em Pernambuco, 56,2% das cidades apresentaram avanços moderado, reflexo do aumento da renda na região nos últimos anos

Publicado em: 07/07/2018 09:00 | Atualizado em: 07/07/2018 11:20

Caruaru, no Agreste do estado, ficou em primeiro lugar no ranking. Recife ocupa a quinta colocação. Foto: Shilton Araujo/Esp.DP

A crise econômica, que teve início em 2014 e ainda assombra os brasileiros, fez com que o nível socioeconômico das cidades do país retrocedesse. Na análise da área de Emprego e Renda, por exemplo, entre 2015 e 2016, foram fechados quase três milhões de postos de trabalho formais. Os dados constam no Índice Firjan de Desenvolvimento Municipal (IFDM), que leva em consideração os dados oficiais de 2016, últimos divulgados. Em Pernambuco, o cenário é similar. No estado, 104 cidades (56,2%) apresentaram avanços moderados. Apesar disso, na comparação com 2015, cerca de dois em cada três (62,2%) municípios pernambucanos tiveram avanços. O resultado é sustentado pelo aumento da renda na região.

"Neste caso, o aumento da renda está diretamente ligado ao reajuste do salário mínimo, renda da maioria da população dos municípios do estado. Entre 2015 e 2016, apesar do desemprego em alta e dos municípios continuarem demitindo, o salário teve um reajuste significativo de 11%. Por isso, podemos dizer que houve um aumento na renda da população", afirma a analista de Estudos Econômicos do Sistema Firjan, Anna Carolina Gaspar. Segundo o índice, 24,9% das cidades pernambucanas têm desenvolvimento socioeconômico regular. Apesar do resultado, os outros 75,1% (139 municípios) têm desenvolvimento moderado, o melhor resultado do estado desde o início da série histórica do estudo.

No ranking do IFDM, os dez primeiros colocados de Pernambuco são: Caruaru, Fernando de Noronha, Petrolina, Goiana, Recife, Rio Formoso, Camutanga, Brejinho, Nazaré da Mata e Olinda. "Pelo relatório, o município de Brejinho, que já foi o primeiro lugar do ranking, registrou, inclusive, avanço de 12,5% na comparação com 2015, o maior progresso entre os mais bem colocados em Pernambuco. Por outro lado, Goiana apresentou a maior queda do grupo (-6%) e perdeu o grau de alto desenvolvimento registrado no ano anterior, mais um reflexo do quesito emprego e renda", pontua Anna Carolina.

Já os piores resultados do estado são: Buíque, Santa Maria da Boa Vista, Jaqueira, São Benedito do Sul, Amaraji, Sertânia, Ibimirim, Inajá, Orocó e Afrânio, em último lugar. "Normalmente, as cidades menores sofrem mais com os índices, afinal, são mais impactadas pelos índices socioeconômicos. É a tendência nacional", pontua a analista da Firjan.
De acordo com os dados que integram o estudo, Saúde foi o indicador com maior concentração de cidades com alto desenvolvimento, com 65,9% do total. Já em Educação, a maioria das cidades registrou desenvolvimento moderado, com 84,3% do total.

Nacional
Em Emprego e Renda, só cinco cidades alcançaram alto desenvolvimento: São Bento do Norte (RN), Capanema (PR), Telêmaco Borba (PR), Selvíria (MS) e Cristalina (GO). Este foi o pior resultado da série histórica e mostra o impacto da crise econômica no Brasil. Pelos dados da Firjan, mesmo que o índice de emprego e renda cresça em média 1,5% ao ano, o país só alcançará o nível de 2013 em 2027. Ou seja, a recessão custou mais de uma década de desenvolvimento para o mercado de trabalho nacional.
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