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Mais uma indústria pernambucana no mercado de cerveja

Navegantes Cervejaria foi lançada em janeiro e já coloca os planos de expansão à vista, com perspectiva de atingir 100% de crescimento no primeiro ano

Publicado em: 03/06/2018 09:00 | Atualizado em: 01/06/2018 15:41

Felipe Franco e Felipe Benites pretendem ampliar os pontos de vendas. Fotos: Mariana Gallindo/Divulgacao (Fotos: Mariana Gallindo/Divulgacao)
Felipe Franco e Felipe Benites pretendem ampliar os pontos de vendas. Fotos: Mariana Gallindo/Divulgacao (Fotos: Mariana Gallindo/Divulgacao)
O mercado de cerveja artesanal em Pernambuco cada vez tem se consolidado mais e novas marcas surgem para conquistar seu espaço entre clientes com gosto apurado. A Navegantes Cervejaria fez a sua estreia em janeiro deste ano, mas já vinha navegando por este mercado há algum tempo, graças ao interesse dos sócios Felipe Benites e Felipe Franco no segmento. A fábrica localizada no bairro da Guabiraba, na Zona Norte do Recife, iniciou suas operações com capacidade de produção de 10 mil litros por mês, porém já aguarda a chegada de mais um tanque para ampliar a produtividade em 20%. E os planos de expansão vão além. A marca, que até então atendia os pontos de vendas com chope, está prestes a lançar as garrafas da cerveja e, desta forma, tem expectativa de ampliar a comercialização do produto para outros estados vizinhos a Pernambuco. Com tantos planos, a estimativa de crescimento para o primeiro ano é de 100%.

A história da Navegantes começou antes mesmo dela existir, quando os sócios entraram para fazer parte da Associação dos Cervejeiros Artesanais de Pernambuco (Acerva-PE). Em 2015, os dois Felipes foram para Blumenau para fazer um curso rápido de como montar uma cervejaria. Um mês depois de encerradas as aulas, eles voltaram para a cidade de Santa Catarina, desta vez para um curso mais longo, de 10 meses, de mestre cervejeiro.  “Já voltamos para o Recife com o plano de montar uma cervejaria, mas tínhamos que angariar fundos. Passamos 2016 todo buscando uma forma de financiar o projeto e, no final do ano, conseguimos formalizar o projeto e dar entrada junto ao Banco do Nordeste (BNB), que aprovou em março de 2017. Daí até o final do ano foi o tempo de montar os equipamentos, a fábrica e as cervejas”, conta o Felipe Benites.

A fábrica está instalada em um galpão de 500 metros quadrados na Guabiraba, porém um galpão ao lado já está sendo incorporado para dar conta dos planos de expansão. Segundo o sócio, a unidade fabril é de médio porte para os padrões de cervejarias artesanais pernambucanas. “O padrão que tiramos para comparar a capacidade produtiva é o tamanho da panela. A nossa tem 1.500 litros, enquanto a maior do estado tem 2.000 litros. Existem outras menores, com 500 litros ou 1.000 litros. A nossa tem um tamanho interessante”, diz. A expectativa agora é ampliar a capacidade produtiva. “Começamos com 10 mil litros na capacidade em tanques. Um tanque pode ser utilizado mais de uma vez por mês e a fábrica pode acabar produzindo mais. Mas já estamos expandindo a tancagem e aos poucos vamos adquirindo mais tanques”, revela. Um novo tanque estava previsto para chegar nesta semana e promete ampliar a capacidade de produção em 20%.

A meta de crescer 100% no primeiro ano da Navegantes, segundo o sócio, é balizada pelo produto que está sendo entregue. “Temos essa confiança porque acreditamos na nossa qualidade. A gente se preparou por muito tempo para oferecer um produto bom e sempre oferecemos um padrão. A gente sabe exatamente como deve ser feito, nós que produzimos e isso é um diferencial”, ressalta Benites. Além da produção, outras expansões estão previstas para breve. A primeira delas é incrementar o número de pontos de vendas no estado. E uma outra novidade que vai ajudar a ampliar o mercado da marca para além de Pernambuco é a cerveja engarrafada, prevista para chegar ainda neste mês.

“Estamos aguardando o rótulo novo chegar e a nossa ideia é levar para estados do entorno, como Paraíba, Rio Grande do Norte e Alagoas, por exemplo. Queremos atingir esses lugares porque têm uma logística mais próxima, já que a cerveja artesanal é um produto mais frágil. Quanto mais viaja, mais pode ser prejudicado e a gente preza pela qualidade”, diz.

Dentro dos planos da Navegantes também está abrir a produção para cervejarias ciganas, ou seja, produzir na fábrica da Guabiraba a cerveja de outras marcas. “Estamos com várias conversas em andamento. Temos um maquinário muito moderno e o cigano pode investir em um tanque para colocar dentro da nossa fábrica, ele garante o seu espaço”, explica. Outra meta é abrir a unidade fabril na Zona Norte do Recife para visitação.

Garrafas chegam com quatro rótulos e histórias diferentes

Os rótulos das cervejas em garrafa que serão lançadas foram pensados como parte da estratégia de marketing e prometem chamar a atenção por serem inovadores. A Navegantes vai estrear com quatro rótulos - Premium Larger, Porter, Amber Larger e American IPA - e para cada um deles foi criada uma história. “O rótulo é muito importante e chama atenção na prateleira quando se está em condição de desvantagem, como é o caso das cervejas artesanais, que ocupam menos espaço nas prateleiras e disputam no visual”, ressalta o sócio Felipe Benites.

Durante o processo para inaugurar a Navegantes, os sócios passaram um ano pensando no nome da cervejaria porque queriam um que possibilitasse a brincadeira com as histórias. Daí também surgiram os rótulos mais criativos e descontraídos. “Os cervejeiros costumam ler e ver o que está estampado nos rótulos das cervejas artesanais, o que não é mais tão comum entre as marcas tradicionais”, revela. 

A cerveja Premium Larger foi batizada de La Gallega. “Muitas pessoas não sabem, mas esse é o nome do navio de Cristóvão Colombo antes dele ser rebatizado. Daí a gente une a realidade à ficção e criou que o navio estava levando um carregamento de cervejas para as Índias e o pessoal provou a cerveja no meio do caminho, se perdeu e chegou nas Américas”, detalha. A American IPA se chama Kraken e fala de um polvo viciado em lúpulo. A Porter conta a história de uma cerveja escura ligada aos portos ingleses. E a Amber Larger, que tem o nome de Barba Rossa e fala de um pirata otomano que tem a barba avermelhada, assim como a bebida.
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