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Comércio esquenta as vendas com o São João

Em 2018, 64,8% dos consumidores revelararam a intenção de comprar itens pessoais para as festas juninas, com previsão de gasto médio de R$ 202

Publicado em: 23/06/2018 09:00 | Atualizado em: 21/06/2018 18:50

Laila Melo investe em coleção exclusiva para os festejos juninos e espera crescimento de 20% no período. Foto: Nando Chiappetta/DP

A empresária Laila Melo estreou a Baby Boom, de moda infantil e teen, há sete anos no mundo virtual e, desde que abriu uma loja física da marca, há cinco anos, ela investe em uma coleção exclusiva de São João, responsável por ajudar a alavancar as vendas no período. Neste ano, as peças estão disponíveis nas duas unidades, no Espinheiro e em Boa Viagem, e as expectativas são positivas. A estimativa com a coleção junina é de incrementar as vendas em 20% em relação ao mesmo período de 2017. O otimismo, no entanto, não é apenas na Baby Boom e o São João é visto como um estímulo para movimentar as vendas no comércio pernambucano de uma forma geral, principalmente porque os festejos têm forte tradição no estado. Em 2018, 64,8% dos consumidores revelaram a intenção de comprar itens pessoais para as festas juninas, com previsão de gasto médio de R$ 202, segundo pesquisa da Fecomércio-PE.

Laila Melo costuma trabalhar na Baby Boom com coleções exclusivas para períodos sazonais, como Carnaval, Dia das Mães e São João. Para ela, este último é sempre beneficiado por acontecer em um período no qual as vendas já estão naturalmente em uma crescente. "O São João acontece em uma época que as vendas voltam a melhorar. De janeiro a abril, o consumo é mais retraído por conta dos gastos de começo do ano. De maio para junho, as vendas crescem e recomeçam mesmo no período junino", conta. Para os festejos juninos, a marca tem uma linha própria e exclusiva e outras duas que não são exclusivas, com vendas, inclusive, para fora de Pernambuco. "Estou retomando a loja online justamente para atingir esse público de fora melhor. Fechei a loja de Piedade recentemente, porque consigo suprir os clientes com a de Boa Viagem, com objetivo de tocar esse projeto do site porque sou eu sozinha à frente de tudo. Hoje as vendas para fora são mais pelo WhatsApp. O site vai dar mais agilidade e pretendo que ele já esteja no ar em agosto", ressalta.

O entusiamo de Laila Melo se reflete também nas expectativas dos empresários pernambucanos para o São João. Os gestores do comércio varejista estimam elevação de 5% nas vendas, número que sobe para 10% no Agreste do estado, e os de serviços de alimentação de 3% neste ano sobre 2017, de acordo com o levantamento da Fecomércio-PE. "A inflação está mais controlada, os juros mais baixos e coincidir com o período da Copa do Mundo são pontos positivos para alavancar as vendas. Entre as estratégias, as redes sociais vão servir para impulsionar, também vai haver incentivo para as equipes com comissões, descontos para os clientes e facilidades no pagamento", afirma Rafael Ramos, economista da Fecomércio-PE.

DO OUTRO LADO
A elevação da confiança também está do lado do cliente, que se mostrou mais disposto a gastar no período. Entre os consumidores pernambucanos, 71,9% pretendem participar dos festejos juninos, uma alta de 1,5% sobre 2017. Na Região Metropolitana do Recife, o percentaul é de 67,6%, subindo no interior, com 78,2% no Agreste e 74,7% no Sertão, segundo a pesquisa da Fecomércio-PE. "Há uma intenção maior de consumo, principalmente no Agreste e no Sertão, onde a tradição bate mais forte. A média de disposição de gasto é de R$ 202, mas no Agreste chega a R$ 283. O principal tipo de consumo vai ser pessoal, entre sapatos e roupas. Mas tem também a questão do gasto com alimentação e bebida em bares e restaurantes. A maioria dos consumidores diz que vai comprar no comércio tradicional e que vai pagar com cartão de crédito. No ano passado, a maior parte dos pagamentos era feita com dinheiro e isso mostra que as pessoas estão mais confiantes a usar o financiamento, não acreditam que têm tanta chance de perder o emprego mais na frente", explica Rafael Ramos.

A opção de compra no comércio tradicional foi de 60,3%, enquanto nos shopping centers, de 34,9%. E a intenção de celebrar o período em bares, restaurantes ou lanchonetes chegou a 28,2%, com gasto médio pretendido em R$ 160. "Essa reversão positiva começou no aumento da intenção de consumo no São João do ano passado. Começou a subir e não caiu mais. Existe há um ano a continuidade na recuperação de consumo na Região Metropolitana do Recife, mesmo com a taxa de desemprego ainda elevada", explica o economista.
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