Crise dos combustíveis

Atenção redobrada nas prateleiras

Além dos preços, consumidores precisam observar o estado de conservação dos produtos. Vigilância Sanitária emitiu nota de alerta aos comerciantes

Publicado em: 01/06/2018 07:54 | Atualizado em: 01/06/2018 08:41

Muitos caminhões com mercadorias desse tipo ficaram presos nos bloqueios das estradas locais, tornando o cenário de conservação dos produtos bem duvidoso. Foto: Arquivo/Agência Brasil

Para a Vigilância Sanitária e o Programa de Proteção e Orientação ao Consumidor (Procon), a preocupação nos dias pós-paralisação, além dos preços abusivos, é com a qualidade dos alimentos perecíveis que estão sendo colocados à venda nos supermercados, feiras e padarias de Pernambuco. Isso porque muitos caminhões com mercadorias desse tipo ficaram presos nos bloqueios das estradas locais, tornando o cenário de conservação dos produtos bem duvidoso.

Ontem, tanto a Vigilância Sanitária de Jaboatão dos Guararapes, quanto a do Recife, emitiram notas aos empreendedores do setor para maior atenção aos produtos que estão indo às prateleiras, principalmente nos segmentos de carnes, frutas, verduras, pães, ovos e lacticínios. 

Para o consumidor, as indicações começam no cuidado ao olhar a data de validade, na observação da embalagem e chegam até as denúncias que devem ser feitas aos respectivos órgãos em caso de irregularidades.

“O primeiro ponto que exige atenção especial é nas datas de validade, até mesmo de grãos como feijão e arroz. Tudo deve ser conferido. Em segundo lugar, é preciso olhar como está a embalagem e o gelo da embalagem. Quando um alimento é congelado de forma industrial, ele não apresenta nem cristais de gelo dentro e nem colados do lado externo da embalagem”, explica Vânia Freitas, superintendente da Vigilância Sanitária de Jaboatão dos Guararapes. 

Segundo ela, outro ponto que deve ser um alerta aos consumidores são os selos. Todo produto de origem animal, inclusive leite, mel, ovos e derivados, devem apresentar o Selo de Serviço de Inspeção Federal (SIF) ou do Serviço de Inspeção Estadual (SIE).

Roberto Campos, gerente de fiscalização do Procon-PE, indica que o consumidor tem o dever de fiscalizar seus fornecedores. “As pessoas precisam redobrar seus cuidados ao comprar para não perder dinheiro. Sempre vai ter alguém de má-fé querendo repassar produtos impróprios e, no cenário pós-caos, isso acaba passando despercebido.”

Para Daniele Feitosa, gerente da Vigilância Sanitária do Recife, outro cuidado é com a textura das embalagens. “É algo que muita gente não avalia. Mas uma embalagem mais mole, como se tivesse sido molhada, com o papelão muito flexível, já indica que o alimento foi descongelado em algum momento entre a fábrica e o balcão”, aponta. 

Como identificar problemas de conservação

Carnes
 
Textura - Deve ser firme. Se, ao tocar, a carne parecer viscosa ou melada, já podem ser as bactérias se proliferando
 
Cheiro - Odores fortes nas carnes vermelhas e de porco e azedos nas carnes de frango e peixe indicam má conservação
 
Embalagem - Verificar se há "gelo de sangue" na parte de dentro da embalagem (gelo com coloração vermelha) e verificar se há gotas de água congeladas na parte externa da embalagem, que evidenciam que houve um processo de descongelamento e novo congelamento após a saída do produto da indústria
 
Frutas e Verduras
 
Evite produtos amassados, cortes, batidos, manchados, com partes escuras na casca ou com coloração original desbotada. No toque, devem estar firmes.
 
Pães
 
Quando eles perdem a crocância da casca já não podem ser vendidos, apesar de ainda poderem ser consumidos
 
Verificar pequenos pontos verdes ou acinzentados ou uma penugem que se forma na superfície como uma poeira branca que deixam evidentes que o pão está com bolor
 
Ovos
 
Verificar se a casca está suja ou manchada, o que indica a possibilidade de contaminação em seu interior
 
Lacticínios
 
O Leite UHT, industrializado, normalmente estraga fora do prazo de validade
 
Na embalagem, evitar produtos amassados ou com aparência de estufamento
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