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Paralisação dos caminhoneiros

Suape ainda está com dificuldade de escoamento de combustível

Uma média de 1,6 mil a 2 mil caminhões/dia (70% de combustíveis) estão deixando de ter acesso ao porto

Publicado em: 25/05/2018 11:49 | Atualizado em: 25/05/2018 12:30

Foto: Thiago Neuenschwander/Suape
Mesmo com desbloqueio por ordem judicial, o Complexo Portuário de Suape continua com dificuldade para escoamento de combustíveis, nesta sexta-feira (25), em razão de bloqueios ainda existentes nas rodoviárias e de indisponibilidade de transportadoras e caminhoneiros. Uma média de 1,6 mil a 2 mil caminhões/dia (70% de combustíveis) estão deixando de ter acesso ao porto. 

Até o fim desta manhã, dois caminhões que levariam GLP aos presídios haviam deixado a área portuária e um outro caminhão com óleo diesel foi liberado para abastecimento do transporte público. Um caminhão carregado com nitrogênio para resfriar o sistema de armazenagem de butadieno também foi autorizado a entrar no porto e teve acesso ao terminal da Ultracargo.

Oito navios estão na área de fundeio na manhã desta sexta-feira, número considerado normal. Até o momento, nenhum navio deixou de atracar. Em poucos dias, no entanto, se não houver evolução nas negociações com os manifestantes, novos navios poderão ser impedidos de atracar devido à indisponibilidade de área para armazenagem ou falta de carga para embarque. No momento, 1,8 mil veículos importados estão no Pátio Público de Veículos 1 e não foram escoados via rodoviária.

O Terminal de Contêineres (Tecon Suape) paralisou a movimentação entre terminais desde terça-feira e não faz nenhuma movimentação rodoviária desde então. Um volume de aproximadamente 5 mil TEUs (medida equivalente a um contêiner de 20 pés) está parado nas dependências da empresa, por falta de escoamento. Na manhã desta sexta-feira, um navio estava atracado realizando operação de contêineres.

Até o momento a escala de chegada de navios no Tecon está mantida, já que a operação portuária de retirada dos contêineres não foi afetada. Apenas os equipamentos de terra estão comprometidos por falta de óleo combustível. O armazém e o pátio da Localfrio, que também opera contêineres, estão com volumes críticos em razão da ocupação.

O terminal da Ultracargo, que armazena produtos de alta periculosidade (butadieno), necessita diariamente de abastecimento de nitrogênio, gás não disponível no porto e que serve para resfriar o sistema de tancagem. Na terça-feira, os manifestantes permitiram a entrada de apenas um caminhão. Um novo caminhão teve acesso ao terminal na madrugada desta sexta-feira.

O óleo combustível utilizado em geradores convencionais de escolas, postos de saúde, hospitais e afins continua com dificuldades de escoamento, em razão de bloqueios existentes nas rodovias e de disponibilidade de transportadoras e caminhoneiros. Gasolina e etanol também não estão deixando os terminais, comprometendo o abastecimento dos postos em toda a região.

Os terminais de tancagem de combustíveis que dependem diretamente do modal rodoviário estão com capacidade entre 73% e 98%. A Decal, que depende pouco dos caminhões, está com armazenagem em 30%. No total, a capacidade de tancagem dos terminais está em 68%.

Termoelétricas como a Suape Energia e Pernambuco 3 recebem óleo combustível por via rodoviária e poderão ter seu abastecimento comprometido se o desabastecimento persistir. A Bunge Moinho, que armazena trigo, está com os silos praticamente cheios. Consequentemente, também não estão realizando a distribuição para padarias e indústrias.

Todas as unidades de envase de Gás Liquefeito de Petróleo-GLP (gás de cozinha) que atendem a região estão em Suape e estão com 100% de sua capacidade de armazenagem. O desabastecimento também impacta clientes como hospitais, indústrias, restaurantes, hotéis e prédios residenciais.
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