Oportunidade

Programa do Consulado Britânico oferta de R$ 9,4 bilhões em crédito

Recursos são para empreendedores pernambucanos investirem e acelerarem os seus negócios no estado

Publicado em: 12/05/2018 09:00 | Atualizado em: 11/05/2018 14:53

Graham Tidey, cônsul britânico no Recife, em rodada de negócios do Santander. Foto: Consulado Britanico/Cortesia (Foto: Consulado Britanico/Cortesia)
Graham Tidey, cônsul britânico no Recife, em rodada de negócios do Santander. Foto: Consulado Britanico/Cortesia (Foto: Consulado Britanico/Cortesia)
Em um momento no qual a economia do país trabalha para reencontrar o caminho do desenvolvimento, o Reino Unido bate à porta com uma proposta interessante. O governo britânico está disposto a investir cerca de R$ 9,64 bilhões em linhas de créditos para empresários brasileiros. Os empreendedores pernambucanos fazem parte desse público-alvo. Nesta semana, uma missão do país esteve no Recife participando de rodas de negócios com potenciais interessados para explicar os benefícios do programa e estimular o comércio exterior entre as duas nações.

As condições básicas para se adequar ao perfil do programa UK Export Finance e tentar concorrer ao crédito é a necessidade de adquirir matériaprima, produto ou serviços do vasto portfólio, sobretudo ligados ao desenvolvimento tecnológico, ofertado pelo Reino Unido. Engloba, entre outros pontos, inovações para a indústria 4.0, saúde, infraestrutura, energia, genética e agricultura.

À frente desse programa no Brasil, Maria Angélica Luqueze deu um exemplo prático do empreendedor que pode ser beneficiado pela linha de crédito. “Um produtor agrícola importaria máquinas modernas feitas por empresas do Reino Unido para ajudar a qualificar sua produção no Brasil. Essa aquisição pode ser 100% financiada pelo nosso programa. Além disso, para se adequar à nova fase do negócio, o empresário necessita investir na ampliação do seu ambiente de produção, incorrendo, portanto, em custos locais. Essa operação também tem possibilidade de ser 30% financiada pelo UK Export Finance. O empresário ainda conta com carência (que equivale ao período do desenvolvimento e implementação do projeto) para começar a pagar”, explica.

Esse foi o modelo de negócio que Maria propôs aos empresários pernambucanos na última terça-feira ao lado do cônsul britânico no Recife, Graham Tidey, e de Renata Ramalhosa, do Ministério do Comércio Internacional do Reino Unido, que também veio de São Paulo para comandar as exposições. Eles se reuniram com 22 clientes corporativos do Banco Santander, em Pernambuco, de diversos segmentos de negócios, como por exemplo, produtor de frutas para exportação e empreendedores na área de energia.

Em um segundo momento, estreitaram as relações com empreendedores do setor de tecnologia, energia eólica e frutos do mar. “Queremos fomentar negócios com essas empresas. Mostrar o quanto pode ser benéfico para elas essa relação comercial com o Reino Unido e as excelentes condições que oferecemos”, destaca Maria.

“Conversamos com empresários brasileiros e britânicos que já exportam e querem aumentar a demanda. Outros que desejam muito exportar, mas ainda buscam um modelo viável. Percebemos que as empresas brasileiras não têm um apetite natural para internacionalização, mas há grandes oportunidades no Reino Unido”, acrescenta Renata.

STARTUPS

Segundo Renata, o número de empresas brasileiras que mantêm negócios com o Reino Unido saltou, nos últimos quatro anos, de 25 para 125. “A crise interna no Brasil motivou esse crescimento, acredito. Muitas são startups, que estão nos procurando para entrar no Reino Unido. Estando lá, é um passo para ganhar a Europa, além da facilidade de estar do lado do mercado asiático”, destaca Renata, reforçando pontos que contam a favor dos novos empreendedores digitais que escolhem o Velho Continente em vez dos Estados Unidos.

“Londres é o segundo maior polo tecnológico do mundo. Perde apenas para o Vale do Silício, nos EUA. Mas lá, o centro financeiro fica do outro lado do país, em Nova York. Em Londres, não. O possível investidor fica a uma estação do metrô. Em um mesmo dia, você consegue conversar e negociar com a China e os EUA. É uma time zone fundamental”.

Uma empresa pernambucana já está colhendo os frutos de sua aposta por Londres, segundo Cristiano Andrade, gerente de Desenvolvimento de Negócio e Tecnologia do Consulado Britânico no Recife. “Quando você se estabelece em Londres, você ainda consegue incentivos e é muito interessante para empresas de tecnologia, pensando em uma plataforma global. O caso da Tempest (empresa pernambucana de segurança da informação) é uma referência para uma série de coisas. Instalou-se em Londres é já vem se inserindo bem no mercado europeu”, enfatiza.
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