Refinaria

PPP para concluir Trem 2 pode ser uma saída

Cenário não atrai investidores. Possibilidade seria concluir a obra para valorizar o ativo

Publicado em: 26/05/2018 10:51

Dentro do pacote de inseguranças, a Refinaria Abreu e Lima (Rnest) tem um “ônus” extra. A operação Lava-Jato pegou em cheio a refinaria local e os contratos foram parar na Justiça. Para atrair investidores, o cenário com esse condicionante jurídico não é dos mais atraentes, configurando outro fator que desvaloriza o preço de venda do ativo. Um caminho sugerido por Jefferson Prado, professor de economia da Universidade Presbiteriana Mackenzie, é desmembrar o ativo Rnest do Cluster Nordeste, realizar uma Parceria Público-Privada (PPP) para concluir o projeto e depois colocá-lo no circuito de venda, em outro patamar, mais valorizado.

“O ativo vai ser privatizado de qualquer jeito porque a Petrobras já mostrou no plano de desinvestimentos que não tem interesse no refino e vai se voltar para a extração do petróleo. Mas vender agora é saber que o ativo vai ter que ficar muito barato, pelo conjunto de incertezas em torno dele”, explica. “Outro fator é que, para obter a operação plena da refinaria Abreu e Lima, vai ser preciso investir para concluir o Trem 2
de refino. A Petrobras até pode colocar algum instrumento jurídico que garanta o investidor a concluir, mas vai ter que baixar ainda mais o preço do ativo, que nesse caso entra na barganha do investidor”, complementa.

A sugestão do especialista para valorizar o ativo é recuperá-lo antes de vendê-lo. “Uma PPP, por exemplo, seria uma opção. Desmembra a Rnest, cria uma Pessoa Jurídica para concluir o trem 2, convoca fundos de investimentos e construtoras para captalizar a construção e coloca a operação para rodar 100%. Isso vai colocar o ativo em outro patamar, mais estruturado e valorizado para ser vendido. O problema é a política, que deixa a Petrobras vulnerável. Além disso, a verdade é que a Petrobras quer fazer caixa, mas também quer se livrar de Abreu e Lima, como ocorre com o caso Pasadena, nos Estados Unidos. Se livrar de prejuízos, problemas fiscais, judiciais, entre outros problemas”, detalhou.
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