Operação Funil

Operação que investiga cartel em postos de combustíveis do estado pode ser ampliada

Em coletiva de imprensa, o delegado Germano Bezerra também não descarta novas prisões

Publicado em: 16/05/2018 13:18

Deflagrada na última segunda-feira (15) pela Polícia Civil de Pernambuco, a Operação Funil, que investiga a prática de alinhamento de preços (também conhecida como cartel) em 16 postos de combustíveis localizados na Região Metropolitana e no Agreste do estado, poderá ter novas fases. Em coletiva realizada na manhã desta terça-feira (16), o delegado Germano Cunha Bezerra, titular do frente das investigações, também não descartou que novas prisões sejam realizadas.
   
Os suspeitos de praticar o crime, identificados como Adson Bezerra da Silva, Cleobiano de Sales Rodrigues, Daniel Seabra Santos, eram integrantes do Sindicato dos Donos de Postos de Combustíveis de Pernambuco (Sindicombustíveis-PE). Eles atuavam no setor de qualidade e, segundo o delegado, trabalhavam diretamente com o presidente da entidade, Alfredo Pinheiro, que é também é um dos investigados. “Ainda estamos investigando. Se não houve conivência dele (Alfredo), ele era completamente ludibriado por pessoas da sua mais alta confiança. É até difícil a gente cogitar a possibilidade de ele não ter conhecimento, porque eram pessoas que trabalhavam no dia a dia com ele”, disse. Em declarações à imprensa na tarde da segunda-feira, Pinheiro negou que o sindicato realizasse cartelização de preços.

Os postos investigados estão localizados nos bairros de Afogados, Madalena, Pina, Rosarinho, Água Fria e Prado, no Recife; em Jaboatão dos Guararapes, Abreu e Lima, Igarassu, Moreno, na Região Metropolitana; e em Vitória de Santo Antão, Paudalho, Glória do Goitá e Gravatá, no Agreste. “Os funcionários do Sindicombustíveis deveriam exercer apenas o trabalho do setor de qualidade, indo a esses estabelecimentos para averiguar se estavam dentro da lei. Além dessa função, eles recebiam fotos de preços que estavam sendo praticados por outros postos e organizavam reuniões, almoços, onde eram estabelecidas de que forma o grupo regularia os preços.

De acordo com o delegado, não há indícios de que os donos dos postos eram coagidos pelos funcionários do sindicato. “Eles eram coniventes com o que estava acontecendo”, disse. Questionado sobre o por quê de mandados de prisão não terem sido expedidos para os donos, Germano Bezerra informou que havia “provas cabais” apenas contra os integrantes do sindicato. “Estamos em contato direto com o Ministério Público da comarca de Vitória de Santo Antão, e com base nas provas colhidas outras diligências poderão ser adotadas”.

Além disso, donos de outros postos de combustíveis – e que não participavam do esquema de cartel – começaram a ser ouvidos nesta terça. “Acredito que provas testemunhais robustas surgirão a partir dessas intimações. Saliento que esses donos não são alvo das nossas investigações”.
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