combustível

Mercado paralelo comercializa ilegalmente galão de gasolina por R$ 50 no Recife

Tem gente enfrentando as filas dos postos e comprando gasolina em bombonas para revender em seguida por mais do dobro do preço

Publicado em: 29/05/2018 10:06 | Atualizado em: 29/05/2018 10:17

Nem a presença da PM intimidava as pessoas que furavam o bloqueio para pegar o combustível por mais de uma vez. Foto: Marlon Diego/Esp. DP

A crise de abastecimento do combustível está fazendo com que donos de postos de gasolina e algumas pessoas no estado se aproveitem da situação para comprar gasolina e revender por preços exorbitantes. Ontem, no Posto Ipiranga, em frente à Prefeitura do Recife, além das extensas filas de carros e motos, chamava a atenção a quantidade de pessoas que se aglomeravam no local com bombonas e garrafas dos mais variados tamanhos para abastecer e revender em seguida. Um galão de cinco litros de gasolina, que custa em média R$ 20, estava sendo comercializado por R$ 50.

Nem mesmo a presença da Polícia Militar intimidava as pessoas, que usando bombonas e garrafas furavam o bloqueio para pegar o combustível por mais de uma vez. Depois, voltavam para a fila sem a menor cerimônia para comprar novamente e continuar a lucrar com a venda ilegal. Desempregado, Alexsandro da Paz estava com algumas bombonas para abastecer no posto. No início da entrevista, disse que estava ali para “fazer um trocado”, mas ao ser questionado pela reportagem sobre a revenda, desconversou e afirmou que estava comprando para guardar o combustível em casa.

Na fila desde às 8h20 de ontem para abastecer seu carro, o motorista de Uber Clóvis Alberto reclamou da falta de organização e de uma ação mais efetiva do posto para coibir os abusos. Ele só conseguiu abastecer por volta das 16h. “Moro em Olinda e já rodei por vários postos, mas não tem gasolina. O problema maior é que algumas pessoas furam o bloqueio, conseguem comprar o combustível com as bombonas e revendem descaradamente por preços muito mais caros”.

O motoboy Victor dos Santos reclamou que ele e muitos colegas de profissão estão sendo pressionados pelos patrões para abastecer as motos de qualquer jeito. “Os patrões dizem que, se não formos trabalhar, vão descontar nossos dias. A gente está se virando nos trinta para conseguir a gasolina”, explicou.

O secretário de Defesa Social, Antônio de Pádua, alertou ontem para o perigo do transporte inadequado e da possibilidade de prisão em flagrante pela venda bem acima do valor de mercado. “A bombona de combustível não é um meio de transporte adequado para você levar material inflamável”, alertou.
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