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Efeito dominó

Com distribuição comprometida, preço de alimentos sobe

Algumas distribuidoras nacionais já conseguem sentir as consequências causadas pela falta de abastecimento, com preço de alimentos como batata aumentando em 150%

Publicado em: 24/05/2018 08:56

Foto: Thiago Gomes / Agência Pará
O efeito dominó da greve dos caminhoneiros já havia chegado ao abastecimento, na quarta-feira (23) especialmente de produtos hortifrutigranjeiros, no atacado e nos supermercados, provocando alta nos preços desses itens. 

Na Companhia de Entrepostos e Armazéns Gerais de São Paulo (Ceagesp), houve redução, em média, de 15% a 20% na oferta de hortifrutigranjeiros por causa da greve, segundo o economista da empresa Flávio Godas. O caso mais crítico era o da batata, que vem do Paraná e do sul de Minas.

Em uma semana, o preço do saco de batata subiu mais de 150% no atacado da Ceagesp. Só entre segunda-feira e ontem, a alta foi 35,5%. Luis de Souza, da Catarinense, revenda de batata e cebola disse que as entradas desses produtos no entreposto caíram 95% nos últimos dias. Com isso, ele só tinha batata para vender até o meio dia desta quinta-feira, 24. "Sou permissionário há 30 anos e nunca vi nada parecido."

Na Central de Abastecimento do Rio de Janeiro (Ceasa), principal polo de distribuição de alimentos do Estado, couve e batata, entre outros produtos, começaram a faltar e os preços dispararam. O saco de 50 quilos de batata, que custava R$ 60, passou a ser negociado a R$ 300, alta de 400%.

A distribuidora Estrela Real, uma das que funcionam na Ceasa do Rio, estava desde segunda (21) sem receber batata, alho, ovos e cebola. Segundo o gerente Antonio Carlos Vieira, é a pior paralisação desde 1994, quando começou a trabalhar lá.

Além da batata, Godas, da Ceagesp, explicou que os gargalos na entrada de hortifrutigranjeiros já estavam ocorrendo com outros produtos vindos de fora de São Paulo, como mamão e manga da Bahia, melão do Rio Grande do Norte e abacaxi do Tocantins, por exemplo.

Supermercados admitem dificuldade de abastecimento por causa da greve. "Mesmo com o esforço do setor de supermercados para garantir o perfeito abastecimento da população brasileira, identificamos que alguns Estados já começaram a sofrer com o desabastecimento de alimentos e que isso poderá se estender para todo o Brasil nos próximos dias, se algo não for feito", afirmou em nota a Associação Brasileira de Supermercados.

Indústria 

Na quarta-feira aumentou a lista de frigoríficos que paralisaram a produção por falta de insumos, de animais para abate e de caminhões para escoar produtos acabados. De manhã, a BRF parou a produção de quatro unidades de abate de frangos e suínos - a empresa informou que outras nove unidades teriam atividades parcial ou totalmente paralisadas até o fim do dia. 

A Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carnes e a Associação Brasileira de Proteína Animal informaram que 129 unidades produtivas de associados de bovinos, suínos e aves estavam paradas na quarta. Com isso, 25 mil toneladas de carnes deixarão de ser exportadas e o prejuízo é de US$ 60 milhões. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
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