Cenário

Abastecimento de alimentos comprometido nos mercadinhos, supermercados e na Ceasa

Por meio de nota, o Walmart informou que está limitando a compra de cinco unidades de cada produto por cliente

Publicado em: 29/05/2018 21:33 | Atualizado em: 29/05/2018 21:41

O início da dispersão dos caminhoneiros não ajudou a retomar, nesta terça-feira (29), o ritmo do Centro de Abastecimento e Logística de Pernambuco (Ceasa), dos supermercados e das distribuidoras que atendem ao varejo de médio e pequeno porte. Como muitos grevistas abandonaram os bloqueios, mas ficaram parados nos acostamentos, até o início da noite desta terça, o abastecimento de alimentos perecíveis e não perecíveis permanece comprometido. “Nosso cenário é horrível. A mercadoria que eu comprei para o mês inteiro, por exemplo, ainda não recebi. Temos problemas de recebimento de indústrias de fora do estado e ficamos impossibilitados de receber a mercadoria”, afirmou o presidente da Associação Pernambucana de Atacadistas e Distribuidores (Aspa), José Luiz Torres.  

Segundo José Luiz Torres, nem mesmo na época do então presidente José Sarney (MDB), durante o Plano Cruzado, quando faltou mercadoria nas prateleiras por conta do congelamento de preços, houve uma crise como esta. Ele frisou que o estoque dos atacadistas é pequeno porque a atual política de ICMS também dificulta o armazenamento em quantidade, ou seja, se o atacadista estocar perde os benefícios dos impostos para o mês seguinte. José Luiz explicou que o setor vai começar a sentir os prejuízos esta semana, com problemas no fluxo de caixa. O faturamento só é feito, por exemplo, quando o cliente recebe a mercadoria. “A gente vai começar a ter os prejuízos agora. A paralisação gera problemas de impostos, problema de fluxo de caixa e buraco no fluxo de caixa”, declarou, lembrando que os mercadinhos nos bairros e varejos de médio porte estão impactados. 

Já o presidente da Associação Pernambucana de Supermercados, Edvaldo Santos, a área mais atingida é a de hortifruti, especialmente os produtos que vêm de outros estados, como batata, cenoura e laranja. Ele ressaltou, no entanto, só haver estoque de proteínas para mais cinco dias. “Ainda temos carne, mas, se a greve continuar, a gente tem estoque nas câmaras até o final de semana”, declarou. “No tocante às mercadorias como arroz, feijão e macarrão, temos estoque para oito dias. Mas, é importante, frisar que as pessoas não podem entrar em pânico”, declarou. 

O presidente da Ceasa, Gustavo Melo, descartou um colapso, no momento, mas ele explicou que a paralisação provoca impactos na oferta de determinados produtos, como batata e laranja. Desde a semana passada, de acordo com Gustavo, a Ceasa sofre um deficit de 50% de veículos carregados. “O que acontece é que muitas comidas ficam estragadas se não chegarem a tempo”. Ele lembrou que, por dia, chegam 500 caminhões no centro, número que caiu para cerca de 250. Será necessário, de acordo com ele, mais de uma semana para regularizar. “Estamos esperando o momento acabar para fazer o balanço”, declarou Gustavo.

Carrefour
Em nota, a rede informa que está acompanhando atentamente os movimentos dos caminhoneiros e a negociação com o Governo. Esclarece que o volume de seus estoques contribui para o abastecimento de suas lojas, porém, pode haver indisponibilidade pontual de alguns itens. Reforça ainda que busca alternativas para atender o maior número de clientes e segue em contato com fornecedores locais para suprir as eventuais rupturas.

Walmart
O Walmart, afirmou em nota, que segue acompanhando os desdobramentos e consequências da paralisação dos caminhoneiros. A empresa informa que suas lojas estão abastecidas em função dos estoques, mas podendo apresentar falta de alguns itens. Na expectativa de que a situação seja normalizada o mais rápido possível, para minimizar impactos e garantir o atendimento a todos os clientes, o Walmart está limitando a compra de cinco unidades de cada produto por cliente.

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