Expectativa

Meirelles acredita que serão criados 2,5 milhões de empregos neste ano

Ministro da Fazenda reforçou que a economia está se recuperando e deverá crescer 3% em 2018 e afirmou que a privatização da Eletrobrás é "viável"

Publicado em: 24/01/2018 22:18

Em entrevista coletiva durante o Fórum Econômico Mundial (WEF, na sigla em inglês), Meirelles fez um balanço sobre a recuperação da economia brasileira. Foto: Antônio Cunha/CB/D.A Press
Ao mesmo tempo em que confirmou a expectativa do governo de aprovar o plano de privatização da Eletrobrás, uma das estatais mais inchadas do país, neste primeiro semestre, o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, transbordou otimismo em relação à criação mercado de trabalho. “Esperamos ter mais do 2,5 milhões novos empregos criados em 2018”, afirmou Meirelles nesta quarta-feira (24/01), em Davos, na Suíça.
  
Em entrevista coletiva durante o Fórum Econômico Mundial (WEF, na sigla em inglês), Meirelles fez um balanço sobre a recuperação da economia brasileira, e disse que o país “está de volta ao jogo”, porque está conseguindo avançar na agenda de reformas e o otimismo está voltando. “O momento é muito positivo para o Brasil”, disse o chefe da equipe econômica do presidente Michel Temer. Ele destacou que 1,4 milhão de empregos foram criados em 2017, quando país deve ter crescido de 1% a 1,1%, e, para este ano.
 
E, para este ano, o ministro reforçou a previsão da pasta de que o Produto Interno Bruto (PIB) poderá ter expansão de 3%, após a “pior recessão da história” entre os anos 2015 e 2016. “Estamos em condição de chegar perto desse número”, garantiu Meirelles, em tom mais otimista do que o normal. “As pessoas estão mais encorajadas pela recuperação da economia e voltando para o mercado de trabalho. É uma boa notícia”, resumiu.
 
Vale lembrar que o mercado não está tão otimista quanto Meirelles. As previsões do Fundo Monetário Internacional (FMI) e da Standard & Poor’s apontam taxas bem menores para o Brasil em 2018: de 1,9% e 2,2%, respectivamente.  
 
Investimentos
 
De acordo com o ministro, a estimativa de R$ 12 bilhões de arrecadação do governo com privatização da Eletrobrás “é viável” e esse será um tema que será trabalhado após a votação da reforma da Previdência no mês que vem junto ao Congresso Nacional para que o processo avance ainda no primeiro semestre deste ano. “Teremos alguns meses para trabalhar o projeto (de lei que foi enviado pelo Executivo) e teremos tempo para votar e discutir a matéria, que é importante para o Brasil como aconteceu com a privatização da telefonia nos anos 1990”, afirmou. “Estamos trabalhando duro na direção certa para basicamente capitalizarmos a Eletrobrás e aumentar a sua capacidade de investimento e melhorar a governança da companhia”, resumiu o ministro, acrescentando que a expectativa é atrair investidores não apenas para o setor elétrico, mas também para os demais setores.
 
O ministro informou que a Fazenda prevê que o fluxo de investimento estrangeiro direto no país chegue a US$ 80 bilhões neste ano. O Banco Central ainda não divulgou os números fechados do setor externo, mas o ministro adiantou que espera que 2017 tenha registrado a entrada de US$ 75 bilhões de investimentos estrangeiros no país.
 
Contingenciamento
 
A exemplo do ministro do Planejamento, Dyogo de Oliveira, que reconheceu que deverá haver um contingenciamento no Orçamento deste ano devido às frustrações de receita e ao aumento das despesas pela não aprovação de medidas propostas pelo Executivo ao Legislativo, Meirelles não negou essa possibilidade. Segundo o ministro, não há ainda um ponto específico sobre as decisões de corte agora porque ainda há medidas pendentes, como o adiamento do reajuste dos servidores, para evitar o contingenciamento a partir de fevereiro. Ele não deu números, mas confirmou que a equipe econômica está trabalhando em um contingenciamento que poderá ser “horizontal” ou “em diversas áreas”.
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