DP Empresas Um mercado em reconstrução Aos poucos, o setor imobiliário pernambucano começa a colher novamente números positivos, como informa o Índice de Velocidade de Vendas (IVV)

Por: Gabriela Araújo

Publicado em: 30/11/2017 22:53 Atualizado em: 30/11/2017 23:15

Mesmo que de forma tímida, o mercado imobiliário de Pernambuco começa a se recuperar. O Índice de Velocidade de Vendas (IVV) - que reflete o índice de venda dos imóveis novos de acordo com a  oferta - foi medido em 7% no mês de agosto, último período divulgado, considerando a Região Metropolitana do Recife (RMR). O índice de julho deste ano foi de 5,5%, enquanto o de agosto de 2016 foi de 5,4%.  A taxa é medida pela Federação das Indústrias de Pernambuco (Fiepe), em parceria com o Sindicato da Indústria da Construção Civil no Estado de Pernambuco (Sinduscon/PE) e a Associação das Empresas do Mercado Imobiliário de Pernambuco (Ademi-PE). Apesar de os dados de setembro e outubro ainda estarem sendo elaborados, a expectativa do setor é que o cenário continue melhorando.

O índice de ofertas totais de imóveis em agosto foi de 7.311, enquanto o de julho foi de 7.080. O número de vendas totais também subiu. Foram 511 em agosto contra 386 em julho. De acordo com Catarina Vila Nova, analista de economia da Fiepe, o IVV de agosto mostra que o mercado imobiliário está voltando a se adaptar e se adequando à nova lógica de mercado. “A diferença agora é que o consumidor está pensando muito mais antes de tomar uma decisão”, comenta. As atitudes das empresas também mudaram. Segundo Catarina, elas estão se preparando a longo prazo e tomando decisões estratégicas mais frequentes, o que inclui estudar o mercado e o público-alvo em questão. Outra diferença entre o panorama atual e o de 2013, por exemplo, é que há muito menos ofertas de imóveis.

Para José Antônio Simón, presidente do Sinduscon-PE, a Semana do Mercado Imobiliário, que aconteceu no último mês de outubro, também refletiu no Índice de Velocidade de Vendas (IVV) de agosto. “Mesmo que tenha sido anterior à realização do evento, já estava criada a expectativa do que iria acontecer”, opina. Segundo ele, o crescimento do mercado deve acontecer de forma mais substancial em 2018, com a esperança de uma melhora na economia nacional.

Um fator que influencia muito no cálculo do IVV são as ofertas de imóveis do programa social Minha Casa, Minha Vida (MCMV). Considerando esse segmento, o índice do mês de agosto foi medido em 13,6, enquanto sem MCMV totalizou 4,2. De acordo com Simón, isso acontece pelo fato de os imóveis inclusos no programa serem mais baratos, o que faz com que mais pessoas tenham condições financeiras de comprar.

Outro dado interessante que o IVV revela envolve o número de lançamentos no mercado. Em julho deste ano, foram 598, enquanto em agosto foram 330. Apesar disso, em agosto de 2016, o número era de apenas de 189. E isso é uma coisa da qual os consumidores sentem falta, como constatado pela Ademi/PE em pesquisa realizada na última Semana do Mercado Imobiliário. “Isso porque quando a pessoa compra um lançamento, ela tem 36 meses para pagar com a poupança, enquanto que se o apartamento estiver pronto, é preciso ter pelo menos 30% do valor total”, explica Carlos Tinoco, presidente da Ademi/PE.

Segundo Tinoco, para que o mercado imobiliário de Pernambuco continue melhorando é preciso que alguns pontos sejam considerados. Os “estoques” de imóveis devem cair um pouco e a segurança jurídica deve aumentar em relação aos distratos (imóveis devolvidos), assim como é necessária a continuação da retomada da economia, o crescimento da oferta dos empregos e, consequentemente, da renda. Além disso, um cenário político estável também é essencial.

Valorização do metro quadrado

Mais um dado que reflete o início da retomada do mercado imobiliário é a valorização do metro quadrado (m2). No último mês de outubro, o valor do m2 para venda no Brasil foi registrado em R$ 4.857, o que representa um crescimento de 0,06%, quando comparado a setembro. O levantamento faz parte dos Dados do Mercado Imobiliário (DMI), realizado pelo VivaReal, grupo do segmento imobiliário que já está presente em 14 cidades brasileiras.

O número apresenta a maior valorização desde março deste ano. Já quando comparado com o mesmo período de 2016, apresenta uma desvalorização de 0,20%. O DMI contempla uma amostra de 30 cidades em diferentes regiões do país e considera mais de 2 milhões de imóveis usados, sejam disponíveis para compra ou aluguel. A pesquisa aponta as valorizações e desvalorizações no preço nominal do m2 para venda.

Quando comparados os dados de outubro com os de setembro, ficou constatado que 18 cidades do país registraram valorização no preço do m2. Outras seis cidades se mantiveram em uma média estável, enquanto seis sofreram desvalorização.

Recife faz parte das cidades que se destacaram positivamente, ficando em quarto lugar no ranking  com uma média de preço de R$ 6.195. Já Fortaleza e Natal ficaram abaixo da média, com valores de R$ 4.650 e 3.704 por m2,respectivamente.

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