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Redução BC reduz projeção do saldo total do crédito em 2017 de alta de 1% para zero A expectativa na carteira de crédito livre passou de zero para crescimento de 0,5%

Por: Agência Estado

Publicado em: 27/09/2017 14:40 Atualizado em:


O Banco Central alterou a previsão do estoque de crédito em 2017 ante o ano passado, de alta de 1,0% para zero. De acordo com cenário apresentado pelo chefe do Departamento de Estatísticas do BC, Fernando Rocha, a expectativa na carteira de crédito livre passou de zero para crescimento de 0,5%, enquanto a projeção para o crédito direcionado passou de alta de 1,0% para recuo de 0,5%. 

"Muito embora vejamos crescimento no crédito para pessoas físicas e perspectiva de recuperação nas pessoas jurídicas, o fato é que temos já oito meses transcorridos, mais boa parte de setembro. E as perspectivas para um trimestre adicional (último trimestre de 2017) fazem com que o mais adequado para evolução (da projeção) seja a estabilidade", afirmou Rocha.

Segundo ele, o crédito para empresas não reagiu como se esperava há três meses, quando se projetava 1,0% de alta do crédito em 2017. "No crédito direcionado, que tem parcela significativa de pessoas jurídicas, avaliávamos que teríamos desempenho melhor ao longo do ano", disse Rocha. "Temos visto que o desempenho do crédito direcionado ainda é negativo", disse.

De acordo com o chefe do Departamento de Estatísticas, o crédito ainda não se recuperou no segmento de pessoas jurídicas porque "as empresas, provavelmente, ainda não terminaram seu processo de desalavancagem". Ao mesmo tempo, no crédito livre, o desempenho tem sido "ligeiramente melhor do que avaliávamos".

Rocha afirmou ainda que os bancos seguem restritivos na concessão de crédito para empresas. "No setor bancário, ainda temos condição restritiva a oferta de crédito a pessoas jurídicas". No caso da demanda por crédito, Rocha afirmou que houve crescimento entre as empresas. 

"A recuperação do crédito para pessoa jurídica demorou mais para acontecer", resumiu. "A recuperação da economia acontece, mas é bastante gradual. O crédito está mais seguindo a recuperação, não está liderando", acrescentou. 

Rocha lembrou ainda que uma parcela dos recursos liberados do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS), no primeiro semestre, foi usada para consumo. Outra parte foi para a quitação de dívidas. "Isso, em tese, pode abrir espaço para liberar o consumo." 

Evolução

O chefe do Departamento de Estatísticas do Banco Central afirmou que a instituição vê evolução no crédito para veículos, tanto nos saldos quanto nas concessões. Em agosto, houve crescimento de 0,8% no saldo e de 13,6% nas concessões. 

Rocha chamou ainda atenção para a alta das concessões ligadas ao financiamento a exportações de empresas. Em julho, foram R$ 1 430 bilhão e, em agosto, de R$ 11,140 bilhões. De acordo com Rocha, dois terços deste valor se refere a uma única operação. Ele não informou, no entanto, detalhes e disse que a expectativa é de que isso não volte a se repetir no próximo mês. 

Rocha afirmou ainda que a instituição tem percebido crescimento nas operações com crédito imobiliário e rural, mas recuo nas operações do BNDES. 

Durante a coletiva, Rocha divulgou ainda a Pesquisa Trimestral de Condições de Crédito do BC, realizada durante a primeira quinzena de setembro. A pesquisa busca comparar o trimestre anterior com as perspectivas para o próximo trimestre - no caso, o último trimestre de 2017. "Há expectativa de crescimento generalizado do crédito", disse Rocha, ao comentar a pesquisa.

"Para pessoa jurídica, o desempenho deve ser melhor para grandes empresas e menor para micro e pequenas empresas. A pesquisa aponta para uma retomada do crédito no próximo trimestre."

Rocha afirmou ainda que a pesquisa indica que as perspectivas de aprovação de crédito são positivas para pessoas físicas, tanto em habitação quanto em veículos. No caso das empresas, as perspectivas de aprovação de operações, pelos bancos, são positivas para grandes empresas, mas estáveis para as micro e pequenas.



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