Por: Vitor Nascimento
Publicado em: 20/09/2017 14:18 Atualizado em: 20/09/2017 18:35
Polícia Civil divulga o balanço da operação Destinos Cruzados. Foto: Divulgação |
O balanço da Operação Destinos Cruzados, da Polícia Civil em conjunto com a Secretaria da Fazenda do Estado de Pernambuco (Sefaz/PE), foi divulgado na manhã de hoje detalhando toda prática de crimes contra ordem tributárias feita por duas transportadoras, com nomes fantasia de Transmulambo e Caneta. Após nove meses de investigação, foi identificado que esses negócios, através de seus proprietários, emitiam notas fiscais falsas e enviavam a empresas que não existiam fisicamente. Segundo as informações divulgadas, 33 empresas ativas adquiriam as cargas dessas empresas laranjas. Na operação, foram apreendidos quase R$ 2 milhões em produtos sem notas fiscais em 29 estabelecimentos fiscalizados.
Foram confiscados quatro caminhões de grande porte, uma arma de fogo calibre 38 no sítio pertencente a um dos donos das transportadoras, computadores, pen drives, várias mídias e documentos que irão subsidiar as investigações, além de R$ 180 mil em espécie e quase R$ 70 mil em cheques. Entre os proprietários das Transmulambo e Caneta, responsáveis por liderar essa associação criminosa, Márcio Vicente de Teixeira Lima foi preso, já Alzier Cesário de Lima continua foragido. Além deles, outras seis pessoas foram presas e seis encaminhadas a delegacia por condução coercitiva.
De acordo com a Polícia, somente em nome das empresas ‘fantasmas’ foram emitidas quase 400 notas fiscais falsificadas, o que representa um prejuízo de cerca de R$ 24 milhões ao estado. O delegado de Crimes contra a Ordem Tributária, Germano Cunha, afirmou que essa prática possibilitou que os reais adquirentes fizessem caixa 2 a partir do momento em que esses produtos adentravam nos estabelecimentos sem qualquer nota. “Por consequência, essa ação possibilitava que eles fizessem a revenda sem nota fiscal.”
Para o diretor de Operações Estratégicas da Sefaz/PE, Cristiano Dias, a ação do grupo foi feita de forma sofisticada. “Essas transportadoras fingiam que levariam a mercadoria, que em sua maioria eram de bebidas, para outros estados que não são signatários da substituição tributária, como Bahia e Alagoas. Mas na verdade elas desviavam o destino desses produtos”, explica.
Segundo a Secretaria da Fazenda, nos últimos cinco anos a movimentação de cargas para empresas laranjas foi de R$ 340 milhões em Pernambuco e na Bahia. Foram identificadas 51 instituições fantasmas em que 19 operavam com as transportadoras investigadas pela Operação desta semana. Dentro disso, cerca de 59 tiveram a preferência de serem adquirentes desses negócios não existem físicamente, só em cadastros.