CRISE Temer aposta na agenda econômica positiva para combater crise política Após encontro com deputados do PP, o chefe do Executivo participou da cerimônia de anúncio de Medidas para a Estruturação de Projetos de Infraestrutura pelos Estados e Municípios

Por: Correio Braziliense

Publicado em: 12/07/2017 14:31 Atualizado em: 12/07/2017 14:35

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No dia em que se inicia a votação da denúncia de corrupção passiva feita pela Procuradoria-Geral da República (PGR) na Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ) da Câmara dos Deputados, o presidente Michel Temer começou, desde cedo, nesta quarta-feira (12/7), mais um dia de reuniões com parlamentares da base aliada que devem se estender ao longo do dia. O peemedebista colocou a tropa de choque em campo e investiu na agenda positiva com anúncio de investimentos de R$ 11,7 bilhões em infraestrutura de estados e municípios, ao lado de um séquito de ministros e de representantes de entidades que tomaram o microfone para elogiar as iniciativas do governo.

Após encontro com deputados do PP, o chefe do Executivo participou da cerimônia de anúncio de Medidas para a Estruturação de Projetos de Infraestrutura pelos Estados e Municípios, com a assinatura de uma medida provisória que cria um fundo com participação de recursos da União. Desse montante, R$ 5,7 bilhões virão de recursos do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS); R$ 4 bilhões, via financiamento do Banco do Brasil para projetos e concessões; e R$ 2 bilhões, de empréstimos da Caixa Econômica Federal para financiar concessões. No entanto, esses recursos não são novos, pois estavam dentro do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), que vem encolhendo ano a ano
 
"Ousadia" na reforma trabalhista

 Temer classificou a cerimônia como “uma reunião de trabalho”. Ao mencionar a aprovação da reforma trabalhista, ontem, pelo Senado Federal, ele reiterou que teve a ousadia de propor a mudança das relações entre trabalhador e empregador. “Se eu pensasse eleitoralmente, não ia mexer nisso”, disse ele, citando também a reforma da Previdência. “Este governo quer reconhecimento depois, e não aplauso hoje”, frisou.
 
O presidente adiantou que uma das “ousadias” que ele pretende aplicar é chegar ao final do governo com uma autonomia verdadeira de estados e municípios, como prevê um sistema federativo. “Temos 13 meses de governo e com tumulto dos mais variados”, disse ele, criticando o fato de, no Brasil, ocorrer um movimento curioso de "criar um novo Estado a cada 30 anos de crise", em referência às várias Constituições que o país já teve.
 
Durante a solenidade, o ministro do Planejamento, Dyogo Oliveira; o ministro das Cidades, Bruno Araújo, e o presidente da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (Cbic), José Carlos Martins, elogiaram Temer e a aprovação da reforma trabalhista.
 
Martins e Araújo classificaram a mudança das regras trabalhistas como “um marco histórico”. “Era impossível gerar emprego com a legislação caótica que tínhamos”, afirmou Martins, lembrando que praticamente metade dos trabalhadores do setor da construção está na informalidade. “Temos que acabar com privilégios de determinados grupos, sejam eles quais forem”, completou o presidente da Cbic, cumprimentando Temer pela vitória, solicitando que ele dê continuidade à agenda. “O Brasil precisa de reformas”, finalizou.


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