Recuperação PIB de Pernambuco apresenta alta, depois de sete quedas consecutivas

Por: André Clemente - Diario de Pernambuco

Publicado em: 05/07/2017 15:04 Atualizado em: 05/07/2017 19:34

Indústria automotiva ajudou na recuperação do setor no primeiro trimestre de 2017. Foto: Jeep/Divulgação
Indústria automotiva ajudou na recuperação do setor no primeiro trimestre de 2017. Foto: Jeep/Divulgação


O Produto interno Bruto (PIB) de Pernambuco apresentou elevação real de 0,7% no primeiro trimestre de 2017 comparado ao quarto trimestre de 2016. Quando se compara o primeiro trimestre deste ano com o mesmo período de 2016, o registro foi de alta de 1,4%. Em valores correntes, o PIB do trimestre alcançou R$ 40,7 bilhões. Os principais setores responsáveis pela alta foram a Agropecuária e a Indústria, que mostraram recuperação no período. É o primeiro indicador positivo depois de sete quedas consecutivas no estado. Para se ter ideia, o último balanço com crescimento foi apresentado no primeiro trimestre de 2015. Ainda não é possível falar de geração de empregos, mas os setores que mais demandam trabalhadores já recebem sinais de que podem estar caminhando para uma fase mais otimista lá na frente. A previsão atual é que Pernambuco feche o ano com PIB apresentando uma alta entre 0,5% e 1%.

De acordo com Rodolfo Guimarães, economista da Condepe/Fidem, responsável pela divulgação do PIB do estado, os números provocam otimismo, mas sem euforia. "Temos um crescimento depois de quedas, mas a referência é uma base fraca, como foi o primeiro trimestre de 2016. Por isso, tratamos como uma recuperação. Mas temos que considerar que, nos setores, há avanços positivos. As questões climáticas, como as chuvas que atingiram o Agreste e o Sertão, foram extremamente positivas para o comportamento do agronegócio. Cresceu 12,3%, puxado principalmente pelas lavouras temporárias, que cresceram 73%, principalmente a recomposição do setor da cana-de-açúcar, da mandioca e do feijão. Ainda dentro do setor, as lavoram pernamentes caíram 2,5%, influenciadas pelo momento da banana e da uva. A pecuária cresceu 4,3%, mas é um segmento que responde com menos velocidade que a agropecuária", destaca.

O setor industrial também foi considerado um dos componentes para o indício de recuperação da economia pernambucana. Só o comparativo do primeiro trimestre de 2017 com o mesmo período de 2016, a alta foi de 6%. Segundo o balanço, algumas áreas do estado têm se ecaminhado para a criação de uma estrutura que indica uma sustentabilidade do setor. A indústria de transformação, por exemplo, ancorada pelos setores de Alimentos, automotivo e naval, possuem uma estrutura pronta, que recebeu investimentos fortes e que hoje está com uma capacidade ociosa.

"O setor de alimentos ainda conseguiu se movimentar bem, porque está contemplada nos itens essenciais do consumo, assim como a fábrica de automóveis, que tem o fator exportação que não deixou a produção cair e porque ainda atende uma demanda interna de alto padrão, que passou ilesa à crise", afirma o presidente da Condepe/Fidem Maurílio Lima. No geral, os polos industriais em Pernambuco ainda estão no campo potencial. "É essa capacidade que será ocupada e trabalhada a partir dos próximos sinais positivos que vierem, se vierem", complementou. Vale ressaltar o setor da Construção Civil. Depois de 12 trimestres seguidos de queda, houve um crescimento, de 2,8%, o que aponta para o início de recuperação do mercado imobiliário.

Em relação ao setor de Serviços, o movimento de alta foi um pouco mais tímido. Comparando o primeiro trimestre de 2017 com o mesmo recorte de 2016, a alta foi de 0,6%. O problema é que o setor de serviços representa mais de 75% da economia de Pernambuco, um sinal de que os reflexos na ponta ainda estão demorando a chegar.

"O setor de serviços contempla o comércio, mas os dois têm uma diferença, que é o tempo que respondem à recuperação. O setor de comércio apresentou queda de -0,7% no trimestre, mas o comércio é um segmento sensível, que merece atenção. Primeiro que ele despencou com a crise, então o -0,7% pode, sim, ser considerado uma recuperação. Além disso, é divido em Atacado e Varejo. O Atacado é como os serviços em geral, que responde à expectativas. Bons sinais geram negócios e movimentações. Já o varejo é um pouco mais demorado, porque responde à renda das pessoas, ao consumo direto, ou seja, a ponta do negócio, que depende do fator emprego, que ainda não está no circuito", ressaltou Rodolfo Guimarães, economista da Condepe/Fidem. "Os sinais nacionais de que a inflação está sendo tratada com atenção, caminhando para cada vez mais redução já é um bom indicativo, porque mostra que o dinheiro das pessoas está parando de ser corroído", complementa.

Empregos

O mais esperado indicador de que a economia pernambucana vai voltar a crescer em breve é a geração de empregos. O assunto foi tratado pela Condepe/Fidem de forma cautelosa, já que "o indicador de crescimento pode gerar entusiamos, mas não euforia". A sinalização de alta na construção civil depois de 12 trimestres de queda pode indicar uma recuperação do setor imobiliário.



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