Coaching Medo, o maior obstáculo para voltar ao mercado de trabalho Buscar autoconhecimento é o caminho indicado para enfrentar a sensação capaz de sabotar qualquer entrevista de emprego

Por: Aline Moura - Diario de Pernambuco

Publicado em: 17/07/2017 21:37 Atualizado em: 17/07/2017 22:03

Segundo a coach Adriana Cavalcanti Cruz, o excesso de medo - seja de enfrentar o novo, de abrir mão de vaidades ou de reaprender - é capaz de sabotar o que uma pessoa tem de melhor. Crédito: Nando Chiappetta/DP
Segundo a coach Adriana Cavalcanti Cruz, o excesso de medo - seja de enfrentar o novo, de abrir mão de vaidades ou de reaprender - é capaz de sabotar o que uma pessoa tem de melhor. Crédito: Nando Chiappetta/DP

 

Existe um estado emocional que dificulta a volta do profissional ao mercado de trabalho, especialmente num momento de crise econômica. O excesso de medo - seja de enfrentar o novo, de abrir mão de vaidades ou de reaprender - é capaz de sabotar o que uma pessoa tem de melhor. O que fazer, então? Segundo  Adriana Cavalcanti Cruz, coach em carreira e vida, um dos passos mais importantes para recomeçar é buscar o autoconhecimento. As pressões internas e externas aumentam quando se está desempregado. Ter equilíbrio emocional para enfrentá-las diferencia os candidatos a uma vaga de emprego. Adriana é sócia-diretora da Portela & Cavalcanti, consultoria especializada em gestão comportamental que organiza um evento, no próximo dia 17 de agosto, para receber, no Recife, o homem conhecido mundialmente como o pai do coaching, Timothy Gallwey, autor dos best-sellers O Jogo Interior do Tênis e o Jogo Interior.

O medo geralmente é uma sensação comum, mas quando um profissional tem autocrítica em excesso, pode agravá-lo. O sentimento é capaz de ampliar, por exemplo, a insegurança e a falta de concentração. Das batalhas internas enfrentadas pelo trabalhador, o medo pode ser a mais prejudicial. “Quando eu tenho medo, uma série de batalhas aparecem. Todos nós temos algum tipo de medo, mas ele não pode ser maior do que a nossa coragem. O que ganha o jogo é a dosagem”, explicou.

Segundo a coach, em cada pessoa, há uma conversa interior de duas vozes, uma natural (muito mais leve) e outra que te julga e critica. “Tem uma voz que que te diminui, te faz sentir medo. A outra fala te dando força, aumentando a tua autoestima. Essa voz natural, às vezes, está mascarada e a gente tem que observar”, disse Adriana.

Adriana Cavalcanti Cruz ressaltou que, ao conhecer seus potenciais e limites, o candidato fica mais valorizado. Até mesmo porque, às vezes, para um profissional aceitar um novo emprego, algumas vezes é preciso abrir mão do salário que recebia no antigo trabalho. “O país vive uma crise financeira. Quem tiver mais equilíbrio emocional, ganha esse jogo”, destacou ela, lembrando que uma pessoa com emoções equilibradas tem mais facilidade de não se endividar, de abrir mão de vaidades e de aceitar um salário diferente do que recebia, porque está com muita vontade de recomeçar. “Eu tenho que pensar: o que eu sei fazer de bom? Então, eu vou procurar fazer isso, me apropriando do que é meu, deixando o julgamento de lado. É importante que as pessoas cheguem para entrevista dizendo o que sabem fazer e não o que elas acham que o entrevistador quer ouvir”. 

 (Crédito: Arte sobre foto de Alcione Ferreira/DP)


Como descobrir seus talentos?
O autoconhecimento é importante porque ele te leva a descobrir quais os seus potenciais e quais os seus limites. Saber os seus limites, por exemplo, ajuda a diminuir o seu sofrimento. Há pessoas que gostam mais de correr riscos; outras são mais estratégicas; outras mais influentes e outras mais estáveis.

Como se relacionar melhor com o outro?
Quando você se conhece melhor, passa a entender melhor o outro e a se complementar com ele, ao invés de entrar em atrito porque ele é diferente. Complementar-se com o outro ajuda a trabalhar em grupo, porque você pode ter um talento e a outra pessoa ter um talento diferenciado que te ajude.

Como evitar autocríticas que te sabotam?
O “eu crítico” sempre vai existir em qualquer pessoa. Mas é difícil ganhar o jogo na carreira quando a autocrítica domina sua vida. É importante aprender a ouvir a outra voz interior que não te julga, aquela que é mais suave. 

Como melhorar a perfomance?
No processo de aprendizado, também é importante sentir prazer. Se você está somente aprendendendo, sem se divertir no ambiente de trabalho, você tem mais chance de perder o jogo da mente.

Como dar um salto para outra carreira?
Se você der vários passos e perceber que está mesmo infeliz no seu trabalho, é importante pensar em mudar de carreira. Para evitar mais traumas, o indicado é um processo de transição, planejar o caminho e até mesmo fazer reservas financeiras. É melhor que a mudança seja prazerosa e confortável.

Fonte: Adriana Cavalcanti Cruz
Coach de carreira e vida, especialista em RH e recolocação profissional, especialista em Gestão comportamental DISC



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