Reuso A hora é da economia compartilhada em Pernambuco Empresários e consumidores saem ganhando com modelo de negócio colaborativo. Aqui no estado, já tem até aluguel de brinquedos

Por: Thatiana Pimentel

Publicado em: 23/07/2017 11:27 Atualizado em: 23/07/2017 11:49

Vidiane Pinheiro e Amanda Freire atuam há dois anos com a Loktoy e já expandiram para Alagoas e Paraíba (Breno Pessoa/Loktoy/Divulgação)
Vidiane Pinheiro e Amanda Freire atuam há dois anos com a Loktoy e já expandiram para Alagoas e Paraíba
Compartilhar músicas, filmes, carros, casas, espaço, tempo, objetos e até dinheiro. Essa é a tendência de consumo atual. A economia compartilhada ou de compartilhamento já é uma realidade no mundo e está crescendo dia a dia no Brasil, ultrapassando novas fronteiras e com reflexos que não são aparentes agora. Em Pernambuco, a ideia começou a se instalar em 2012, trazendo consigo coworkings, serviços de aluguel de bens, crowfunding e lojas colaborativas. Agora, com a crise, reduzir, reutilizar, reciclar, reparar e redistribuir são quase um mantra entoado em coro pelos empreendedores locais, que estão buscando modos criativos de reinventar a cadeia de consumo. O fato é que acumular e desperdiçar saiu de moda. E, nessa mudança, ganham empresários e consumidores.

Um exemplo disso pode ser visto no serviço de aluguel de brinquedos da pernambucana Loktoy, primeira empresa especializada nisto do Norte e Nordeste. Na Loktoy, o aluguel por um mês de uma cadeira modelo Jumperoo da marca Fisher Price, que custa cerca de R$ 1,5 mil, sai por R$ 110. Uma economia de R$ 1.390 para as mamães e papais. Tudo bem que eles não ficam com a cadeira, mas o tempo de uso de um brinquedo desse tipo é de, no máximo, seis meses. Vidiane Pinheiro e Amanda Freire, sócias e criadoras da marca, em 2015, admitem que tiveram receio, no início, da aceitação deste modelo de negócio e consumo. Mas o resultado está surpreendendo. “Como o desperdício de brinquedos e acessórios nessa fase dos 0 a 7 anos é grande, encontramos um público amplo de mães e pais que se incomodam com isso. Além do que, ninguém mais tem espaço para ficar guardando tanta coisa em casa”, analisa Vidiane.

A empresária explica que, na prática, os clientes da Loktoy fazem planos que variam de R$ 80 a R$ 240 por mês e recebem créditos para escolher os brinquedos ou acessórios no site www.loktoy.com.br. Uma vez escolhido, o objeto, que pode ser desde uma boneca a uma piscina de bolas ou uma cadeira de carro, é higienizado e enviado à casa do consumidor. “A gente encontrou uma geração mais consciente e isso tem ajudado. As pessoas estão pensando mais no futuro e na sustentabilidade. Não é uma escolha apenas de bolso”, afirma. Segundo Vidiane, em quase três anos, nenhum dos 300 brinquedos do estoque chegou ao fim de sua vida útil. Agora, ela prepara a inauguração de novas franquias em Caruaru, Petrolina e Aracaju.

Moda
A empresária Eduarda Loureiro, criadora da marca pernambucana Sea Coast de moda praia, também encontrou uma forma de reduzir custos usando serviços criados no conceito de economia compartilhada. Isto porque ela está economizando 90% nos custos de comercialização de seus produtos com a opção de expor suas coleções em uma loja colaborativa, a Moinho Galeria, nas Graças. “Esse movimento de compartilhar custos é muito legal para quem está começando porque nos da uma perspectiva de mercado sem tantos riscos e também agrega valor aos produtos”, afirma Eduarda. Para ela, o modelo de compartilhamento combina com a marca, que é ecofriendly. “Penso em abrir uma loja própria apenas daqui a três anos. Estou muito satisfeita em compartilhar espaço.”

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