Dívida JBS é a maior devedora da Previdência do país com débito em R$ 2,39 bilhões Valor é quase cinco vezes menor do que os R$ 10,3 bi que a J&F - holding que controla a JBS - aceitou pagar em um acordo de leniência com a Procuradoria-Geral da República

Por: Fernando Jordão - Correio Braziliense

Publicado em: 01/06/2017 21:21 Atualizado em:

A JBS lidera a lista dos maiores devedores da Previdência. Ao todo, a empresa deve R$ 2,39 bilhões à União em receita previdenciária. O valor é quase cinco vezes menor do que os R$ 10,3 bilhões que a J&F — holding que controla a JBS — aceitou pagar em um acordo de leniência com a Procuradoria-Geral da República, para encerrar as investigações de operações como a Bullish e a Carne Fraca.
 
No ranking, o frigorífico aparece atrás, apenas, da Varig, que, no entanto, já decretou falência. Depois da JBS, há outras quatro empresas que devem mais de R$ 1 bilhão à União em receita previdenciária. São elas, na ordem: a Viação Aérea São Paulo (Vasp), a Associação Educacional Luterana do Brasil (Aelbra), a Transbrasil Linhas Aéreas e a Marfrig Global Foods.

A lista foi elaborada pela Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional, do Ministério da Fazenda, a pedido do deputado federal Sandro Alex (PSD-PR). Ao Correio, o parlamentar disse que pretender usar o ranking na CPI mista aberta no Congresso Nacional para investigar a JBS. "Como eles conseguiram pegar empréstimos junto ao BNDES com toda essa dívida? Os municípios não conseguem", questionou Sandro. "E como eles pretendem pagar um acordo de leniência de R$ 10 bilhões com um dívida dessas?", acrescentou.
 
O deputado também solicitou outras duas listas. Uma delas mostra os maiores devedores de FGTS. Mais uma vez, a Varig lidera, com uma dívida total de R$ 790 milhões, seguida pela Vasp e pela Associação Sociedade Brasileira de Instrução. O outro ranking trata de dívidas não previdenciárias, que abrangem quaisquer outros tipos de débito com a União. Em primeiro lugar, aparece a Vale, com R$ 49,2 bilhões. Em segundo, está a Carital Brasil, antiga Parmalat, com 27 bilhões. Em terceiro, a Petrobras, com 23,3 bilhões. 
 
Somados, os débitos dessas três empresas com os cofres públicos chegam a R$ 100 bilhões, que seria o déficit da Previdência e a razão da reforma proposta pelo governo Temer. "Essas listas são importantes para levantar esses questionamentos e cobrarmos do governo. O Brasil passa por um momento difícil e esse dinheiro pode nos ajudar a superá-lo", justificou Sandro Alex.


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