Posicionamento Empresários pedem aprovação de reformas trabalhista e previdenciária Posicionamento foi dado em uma coletiva de imprensa convocada pelo grupo de Líderes de Pernambuco (LIDE - PE)

Por: Rochelli Dantas - Diario de Pernambuco

Publicado em: 05/06/2017 16:28 Atualizado em:

Empresários pernambucanos decidiram se unir e pedir a aprovação das reformas trabalhistas e previdenciária, que tramitam no plenário nacional. Em uma coletiva de imprensa convocada pelo grupo de Líderes de Pernambuco (LIDE - PE), os executivos ressaltaram que as medidas são essenciais para garantir a retomada dos empregos no país. Confira abaixo o discurso e posicionamento dos empresários:

Paulo Magnus, presidente da MV
Precisamos de um pingo de incentivo para que possa empreender. Uma coisa muito clara na vida de todos nós: nossa esperança está extremamente diminuida. Quantos de nós já pensou e tem pensado todos os dias em pegar um avião e abandonar nosso país e empreender em outros lugares? Acredito que todos os presentes aqui tem essa oportunidade e muitos já pensaram e não fizeram. Eu sou gaúcho, estou há 29 anos em Pernambuco, escolhi estar aqui e quero continuar com a esperança de continuar empreendendo. Porque defendemos as reformas? Vou falar da trabalhista. As reformas são exponenciais para que possamos manter os empregos, os sustentos das famílias que todos os dias, todos os meses batalhamos para que elas tenham sonhos, como nós temos sonhos de fazer um país melhor. Queremos construir um legado melhor para as pessoas que no nosso meio convivem, vivem e usufruem daquilo. Eu diria que a reforma trabalhista é exponencial porque vai continuar ajudando aquelas pessoas que levantam cedo, como nós, como nossos colaboradores, que são os pilares de tudo que nós fizemos, que dormem tarde para construir um sonho para nossas famílias. Temos visto estes sonhos serem destruídos por um conjunto de mazelas que não são para o nosso bem. Precisamos fazer isso. Precisamos aprovar essas reformas para que os empresários, trabalhadores, tenham mais previsibilidade. Não é possível que um país como o nosso, que tem 3% da força de trabalho do mundo tenha mais de 80% das ações trabalhistas que ocorrem no mundo inteiro. Algo está errado. Queremos regras claras. Que possamos fazer os investimentos, que possamos arriscar nosso patrimônio, nosso dia a dia com segurança. Precisamos dessa previsibilidade. Que as leis existam, vigorem e possam ser apontadas efetivamente no dia a dia dos empregados. Então, eu quero, eu gosto, eu acredito no empreender. Precisamos ter sonhos e esperança. Precisamos tirar os recursos que estão aplicados em algum lugar e aplicar com convicção. Nenhum de nós tem medo de correr riscos. Mas os riscos colocados hoje são insanos. Somos 100% a favor da reforma trabalhista. Pelos empregados, pelos patrões e pela sociedade como um todo.

Múcio Novaes, presidente Excelsior Seguros
Hoje a previdência garante privilégios a poucos em detrimento a milhões de brasileiros, o que gera um déficit que logo mais fará explodir as contas públicas. Reforma da previdência é o coração das reformas econômicas que levarão o Brasil a um novo patamar de desenvolvimento econômico com equilíbrio fiscal. As reformas da previdência e trabalhista serão molas propulsoras de um novo ciclo de investimentos com efeito direto sobre aumento de emprego e da renda de milhões de brasileiros. O que não pode continuar é a flagrante distorção entre o regime de previdência dos trabalhadores privados e aquela dos funcionários públicos a que jaz um poço de privilégios é inadmissível. Em 2016, o déficit gerado pelo regime geral de previdência social, que corresponde a 33 milhões de segurados, foi de 85 bilhões de reais. Enquanto isso, o déficit do regime de previdência social no qual custa três milhões de segurados foi de 127 bilhões de reais. Ou seja, menos de 9% dos beneficiários responde por quase 60% do déficit geral da previdência. Esse é o desafio que o Brasil tem que enfrentar por um único motivo: pelo futuro do nosso país. Pelo futuro das gerações futuras, dos nossos filhos e netos.

Paulo Perez, presidente da Shineray do Brasil
Apesar de falar muito sobre reformas, o que eu tenho batido é a estrutura de desburocratização do estado de uma forma geral no país. Ninguém aguenta mais, como empresário, o que a gente passa no dia a dia para aprovar um empreendimento novo. Para poder fazer a todo ano a renovação do empreendimento. A burocracia relacionada nas estruturas do estado e no país é a maior geradora de corrupção existente na administração pública. O poder da caneta que se dá a um funcionário, a uma pessoa nomeada e a cada dia mais são nomeadas, geram uma dificuldade enorme para nós empresários. Então, nesse esforço de, uma vez a gente falando sobre reforma da previdência, sobre a questão da reforma trabalhista, que são os dois assuntos que estão em pauta, tem uma centena de assuntos que tem a mesma urgência, que temos falado desse item. A gente não pode admitir a prefeitura do recife, por exemplo, com 30 mil funcionários, porque quem paga a conta somos nós de forma direta e indireta. Não podemos admitir que um projeto novo demore três anos para uma licença ambiental. Ninguém aguenta mais isso. Quem sabe o que é fazer um empreendimento aqui no estado, ou em qualquer outro lugar, e demorar três a quatro anos para começar a operar. Não temos mais tempo para isso. É um apelo que fazmos para entrar nessa luta. Que esse estado não pode ficar desse tamanho. O país que ficou pesado para a gente carregar e está na hora da gente abrir a boca e mostrar que não dá para continuar.

Jorge Petribu, presidente do grupo Petribu
Gostaria de ler uma frase atribuída a  Martin Luther King: “o que me preocupa não é o grito dos maus, mas o silêncio dos bons”. É uma coisa que nós empresários não podemos deixar de gritar portanto é imperioso que nós trabalhadores honestos nos posicionemos, pois independente de qualquer ideologia ou classe social, todos nós queremos o fim da corrupção. Então, com uma causa em comum, precisamos de esforço de todos nós. Quando compramos uma casa, ou uma empresa, sempre a primeira previdência é retirada da sujeira que encontramos. É isso que estamos fazendo. Nossa parte é externar sem medo o nosso apoio. Não adianta só ações corretivas, precisamos urgentemente das preventivas e, dentre elas, está a diminuição do estado. As empresas estatais são as mais ineficientes e politizadas servindo quase sempre como moeda de troca para alguns políticos. A lei é clara do grave problema do desconhecimento, consequentemente, da descontinuidade dos projetos em curso. Isso sem falar na qualidade dos executivos indicados que na sua maioria são pela indicação política, e não pela sua competência. Antes de finalizar, gostaria de enfatizar a importância da aprovação das reformas para que possamos aumentar  anossa competitividade, acabando com os constantes "voos de galinha", que por causa de fundamentos sólidos impedem um desenvolvimento sustentável do Brasil. Não podemos ficar só no discurso, temos que mostrar a cara. Eu não tenho interesse político, mas fico triste quando vejo meus netos pequenos e penso: qual o futuro? A maioria dos empresários aqui recebe proposta de uma multinacional para vender seu negócio e ir embora. Quem não quer? Mas e nossos filhos, netos? Esses sonham em ter emprego público, de procurador, juiz… Que país é esse? Que não tem mais a garra do empresário? Onde não tem mais o cara sonhador que quer realmente desenvolver, criar emprego, criar um país sério? O maior bem que nós temos é a liberdade. O bem fundamental desde os filósofos gregos. Mas a semente da liberdade foi o respeito e o respeito hoje pela causa pública, pelo dinheiro público não existe. Então não vamos perder a nossa liberdade. A gente tem que gritar.



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