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QUEDA Brasil despenca em posições no ranking de países mais competitivos do mundo Atualmente, ocupa a 61ª colocação entre as 63 economias avaliadas. Fica à frente apenas da Mongólia e da Venezuela

Por: Alessandra Azevedo - Correio Braziliense

Publicado em: 01/06/2017 08:10 Atualizado em:

A cada ano que passa, o Brasil fica menos competitivo internacionalmente. A conclusão é da escola de negócios suíça IMD, que, em parceria com a Fundação Dom Cabral, divulgou relatório sobre o tema ontem. O documento mostrou que o país despencou 10 posições nos últimos cinco anos no ranking de países mais competitivos do mundo. Em 61ª lugar entre as 63 economias avaliadas, perdendo apenas para Mongólia e Venezuela, o Brasil conquistou o status de segundo país menos competitivo da América. No anuário de 2016, estava na 57ª posição.
 
O ranking considera quatro pilares: performance econômica, eficiência de governo, eficiência empresarial e infraestrutura. Em relação ao primeiro, o Brasil foi ultrapassado por 17 países nos últimos cinco anos: da 42ª colocação, em 2013, passou para a 59ª este ano. O ponto que mais que trava a competitividade brasileira, de acordo com o estudo, é a crise política e econômica, sendo a corrupção um dos componentes de destaque. “Era esperado ver países como Ucrânia, Brasil e Venezuela abaixo na lista, porque ouvimos falar muito sobre os problemas políticos desses países nos noticiários. Esses problemas são a raiz da baixa eficiência governamental que os puxa no ranking”, explicou o diretor do Centro de Competitividade do IMD, Arturo Bris.

O Brasil sofreu ainda com a baixa eficiência do setor privado — problema também observado na Argentina, que caiu da 55ª para a 58ª posição — e com a situação ruim do mercado de trabalho, que também afetou o México (da 45ª para a 48º). A não ser pelo Chile, que subiu da 36ª para a 35ª posição, todos os países da América Latina caíram no ranking, devido principalmente à fraca performance econômica e à piora da eficiência governamental. No segundo quesito, o Brasil foi da 58ª para a 62ª posição nos últimos cinco anos, ficando atrás apenas da Venezuela em 2017.

Para que se recupere, o país precisa reconquistar a confiança internacional. A IMD elencou como desafios para 2017 para o mercado brasileiro acelerar a recuperação econômica e modernizar as regulações, por meio das reformas-chave. Outro obstáculo que precisa ser superado é o desenvolvimento de uma estratégia de competitividade digital.

Topo da lista
Em primeiro lugar no ranking, publicado desde 1989, ficou Hong Kong, pelo segundo ano consecutivo, com destaque para a boa infraestrutura do país. O segundo lugar se manteve com a Suíça. Já a terceira e a quarta colocações foram invertidas. Enquanto os Estados Unidos saíram do top 3 e passaram a ser considerados o quarto mais competitivo do mundo,  Singapura, que ano passado estava em quarto, passou a ocupar o terceiro lugar do pódio. Segundo a IMD, as diferenças entre os melhores são muito pequenas, o que faz com que seja comum esse tipo de mudança.

Segundo Cabolis, não existe uma “receita” para ficar entre os melhores. “Vários pontos são levados em conta. No top 10 da lista, tem países com modos de produção e sistemas políticos diferentes”, explicou.


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