INVESTIMENTOS Para presidente do Citi Brasil, investidores mantêm interesse no país O executivo avaliou que o investidor continuará interessado no Brasil, apesar da crise política porque ele tem muito menos problemas do que outros países

Por: Correio Braziliense

Publicado em: 31/05/2017 17:53 Atualizado em:

O presidente do Citi Brasil, Hélio Magalhães, demonstrou otimismo em relação à recuperação da economia. Para ele, o impacto da crise política na tomada de decisões dos investidores de longo prazo é pequeno.
 
“A maioria está olhando nessa crise política como de curto prazo. Não posso falar em nome dos investidores, mas acho que existe interesse no investimento no Brasil. O país está entre os cinco países com maior necessidade de infraestrutura”, disse Magalhães, após participar de um debate sobre investimentos de longo prazo no Brazil Investment Forum (BIF), em São Paulo, que evitou comentar a recente venda da área de varejo comercial do Citibank para o Itaú Unibanco.
 
O executivo avaliou que o investidor continuará interessado no Brasil, apesar da crise política porque ele tem muito menos problemas do que outros países. “Não temos em termos problema geopolítico, religioso, ou que seja estruturalmente difícil de ser resolvido. Acredito que o investidor estrangeiro, neste momento, ele espera um pouco para ver o desenrolar dessa situação, mas não vai perder a visão que tem do Brasil, das oportunidades que estão aqui”, disse.
 
De modo geral, na avaliação do executivo, o mercado está em compasso de espera, aguardando uma solução rápida da crise política estourada com a delação dos donos da JBS.   “Não vejo a perda de interesse, a não ser que o país volte para trás. Certamente o tempo joga contra. Se olhar o mercado hoje precificou como o Brasil continuando nessa direção das reformas. Evidentemente, ele não vai continuar assim por muito tempo se a indefinição por nove meses. Mas não sei dizer o prazo”, afirmou.  “O mercado tem essa visão positiva de que não vamos mudar de rumo no Brasil. Vai ter algum atraso (nas reformas), mas não se sabe dizer quanto tempo. Crise política vai ser resolvida politicamente”, emendou.
 
Previsões mantidas

O presidente do Citi Brasil ainda destacou que não mexeu nas previsões para porque espera uma definição melhor das incertezas na área política. O Citi prevê alta de 0,7% no Produto Interno Bruto (PIB) deste ano e de 3%, no ano que vem. “É um pouco mais otimista que o mercado. Estamos olhando o desenrolar da crise. Por enquanto mantivemos nossas projeções de juros também”, disse Magalhães, que aposta corte de 1,0 ponto porcental na Selic (taxa básica da economia) hoje pelo Comitê de Política Monetária (Copom), do Banco Central.  “Não chegamos a subir para 125 pontos-base (1,2 ponto porcentual) e achamos que lá no fim do ano, a Selic ficará entre 8% e 8,5% anuais”, disse. Atualmente, essa taxa está em 11,25% ao ano.


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