° / °

Economia
Sustentabilidade

Parcerias entre Brasil e EUA são tema de abertura de segundo dia de workshop no Paço

Apresentação sobre projeto sustentável em Fernando de Noronha foi uma das palestras mais esperadas nesta manhã (5), no evento Energia Renovável e Inovações Interconectadas: Mercados Sustentáveis do Século XXI.

Publicado: 05/04/2017 às 14:01

Evento sobre Energia Renovável acontece no Paço Alfândega e vai até amanhã (6). Crédito: Gabriela Araújo/ Esp.DP/

Evento sobre Energia Renovável acontece no Paço Alfândega e vai até amanhã (6). Crédito: Gabriela Araújo/ Esp.DP/


"Os Estados Unidos e o Brasil são parceiros naturais em energia renovável e água". Esta foi uma das frases ditas nesta manhã pela cônsul dos Estados Unidos no Recife de assuntos políticos e econômicos, Paloma Gonzalez, que abriu o segundo dia do worskshop Energia Renovável e Inovações Interconectadas, que acontece no Shopping Paço Alfândega. Segundo ela, o evento não tem como objetivo juntar o mesmo grupo de pessoas para falar sobre as mesmas coisas, mas sim gerar mais oportunidades de negócios entre os brasileiros e americanos. "Estou positiva de que vão sair daqui ideias, projetos e negócios que vão gerar empregos", diz. Na iniciativa, o consulado dos EUA facilitará as negociações, ajudando a gerar o debate de ideias e identificação de parceiros.

De acordo com Paloma, há quatro principais formas que os Estados Unidos está adotando no momento para fazer negócios com o Brasil. Visitas de especialistas americanos no Brasil, viagens do consulado aos EUA para fomentar parcerias, trade shows (feiras de negócios) e investimento no projeto Noronha Carbono Zero, que pretende tranformar Noronha no primeiro território a compensar plenamente as emissões de gases de efeito estufa. "Essa conferência, por exemplo, está dando suporte ao projeto. A tarde de amanhã será totalmente dedicada à formação de grupos de trabalho que vão apresentar propostas e soluções para Fernando de Noronha", diz. Eles devem identificar desafios e elaborar recomendações de tecnologias, políticas governamentais e mecanismos de financiamento para o projeto.

A especialista em energias renováveis e presidenta do Conselho Mundial de Energia Renovável e fundadora do Renewabes 100 Policy Institute, Angelina Galiteva, também demonstra apoio ao projeto. "Não cuidar apenas da geração de energia 100% renovável, mas também de tratamento de água e infraesturura das construções, por exemplo". Segundo ela, isso é algo que vai dar visibilidade à Fernando e Noronha, além de ter a possibilidade de tornar Recife e Pernambuco destaques no setor ecológico.

NORONHA CARBONO ZERO

O evento contou também com a presença do secretário de Meio Ambiente de Pernambuco, Sérgio Xavier, que abriu o painel Fernando de Noronha Future City: Um modelo de desenvolvimento sustentável para o mundo. "O objetivo não é cuidar só das questões energéticas e de mudança climática, mas sobretudo desenvolver um sistema que pretende reduzir desigualdades no mundo, reduzir a pobreza e garantir uma sociedade mais feliz, mais pacífica e mais colaborativa", comenta. Segundo Xavier, os problemas ambientais do mundo hoje são muito complexos e, de certa forma, globalizados. "Para encontrar soluções, é preciso pensar grande. Estamos empolgados com os resultados que vamos obter".

Segundo Xavier, Pernambuco é um estado que está muito interessado em adotar práticas mais sustentáveis, principalmente por causa do avanço do mar e da seca. Para desenvolver o projeto, é preciso investir em um modelo de economia que envolva inclusão social e conservação ambiental. Para que ele funcione, alguns setores da sociedade devem agir juntos. São eles: consumidor consciente (cidadania), empresas (negócios disruptíveis), governos e políticas sistêmicas, artistas (colaboração com inspiração e estudos) e universidades (conhecimento científico). Além disso, algumas cadeias produtivas precisam ser cumpridas: energia renovável, eficiência hídrica, agricultura verde, economia circular, mobilidade elétrica e gestão sistêmica.

O projeto Noronha Carbono Zero já finalizou o primeiro estágio. Foi uma ação com baixa interligação, que realizou ações como implantação de duas usinas solares, bicicletas e redução de 12% das emissões de gases. No segundo estágio, o atual,  pretende-se investir em arranjos inovadores para ganhar velocidade, como a circualação de carros elétricos Entre os próximos passos estsão a entrega de relatório dos grupos de trabalho do workshop ao Comitê de Inovação e Incentivo à Economia de Baixo Carbono (CIIEBC), pesquisas e intercâmbio internacional na Universidade de Columbia. Em Recife, no Parque Dois irmãos, será lançado um mini-projeto das ações que vão acontecer em Noronha, já que nem todos vão ter a oportunidade de conferir pessoalmente.

O administrador da ilha de Fernando de Noronha Luís Eduardo disse que pretende investir na adequação da usina de tratamento de resíduos, para que possa se tornar inclusive um ponto turístico. Ações como adequação da sala de alimentação e trituração de vidro, implantação de biodigestor, criação de um sistema de captação e armazenamento da água da chuva fazem parte do projeto. Além disso, pretende investir no projeto Jogue Limpo com Noronha, que deve realizar ações como coleta seletiva na fonte e compostagem descentralizada. Já o presidente da Celpe, Antônio Carlos Sanches, falou de alguns projetos já realizados, como usinas fotovoltáicas, que contribuem para a redução do diesel como combustível e um eco-posto, que reabastece um carro elétrico.

O workshop, que termina amanhã, tem programação durante a manhã desta quinta-feira (6), incluindo um painel sobre modelos de negócios inovadores para atingir a meta de 100% de energia renóvavel. No horário da tarde, acontece a formação de grupos de trabalho.

Mais de Economia