Economia
Crise?
Mercado de luxo se consolida em Pernambuco
Atualmente, o luxo está mais voltado para viver experiências exclusivas e não apenas ter produtos assinados
Publicado: 02/04/2017 às 15:33
A crise afeta todos os mercados e classes sociais, mas a diferença do impacto da recessão no mercado de luxo nacional é que ela está amadurecendo o conceito de luxo dos brasileiros. Em um passado não muito distante, a acumulação de bens era um desejo, ou seja, ter dois relógios era melhor do que ter um. A ostentação era quase regra. Atualmente, o luxo está mais voltado para viver experiências exclusivas e não apenas ter produtos assinados. É o que afirma a especialista Manu Berger, que veio ao Recife na última semana lançar o livro Entre taças de champagne e cálices de vinho, onde faz uma análise histórica sobre o luxo. Segundo Manu, o mercado encolheu, mas está longe da estagnação. Em Pernambuco, por exemplo, 2016 trouxe uma Tommy Hilfiger e uma revenda da Porcshe, primeira da marca no Nordeste, além de ampliações de unidades da Joalheria H.Stern, Calvin Klein e Zara, no Shopping Recife. Vale ressaltar que a capital pernambucana já abriga lojas da Versace, Dolce&Gabbana, Hugo Boss, Empório Armani, Valentino, Prada, Gucci, Burberry, Coach e Diesel, entre outras.
E, para 2017, a expectativa é de que mais alguma marca internacional cheguem ao estado.
Qual a performance do Mercado de Luxo do Brasil em 2016? E em Pernambuco?
Depois de alguns anos de crescimento contínuo, o mercado de luxo em 2016 sofreu retração no Brasil. E Pernambuco também seguiu a tendência. Exemplo: no ano passado foram emplacados pouco mais de 36 mil veículos de luxo em todo o país. O número pode até parecer expressivo, mas se levarmos em conta que em 2015 o total de emplacamentos superou 53 mil automóveis, podemos perceber claramente a queda nos resultados. E essa redução ocorreu de Norte a Sul e do Sudeste ao Nordeste.
Quais estratégias usadas deram certo e quais deram errado nessa crise?
É importante lembrar que no Brasil, em 2016, a instabilidade política teve um papel decisivo para os péssimos resultados da economia. Dessa forma, os entraves para o desenvolvimento e crescimento das empresas, muitas vezes, se encontravam fora do alcance das estratégias e planejamentos. Assim, pensar nos acertos e erros se torna mais complicado, já que as circunstâncias contribuíram para os resultados negativos. Acredito que o êxito ou o fracasso das estratégias serviu para as marcas se prepararem melhor para este novo ano e contribuírem de forma concreta para o retorno do crescimento.
Quais segmentos têm maior potencial de desenvolvimento no país nos próximos anos (falando de luxo) e quais em Pernambuco? Por quê?
Mais importante que pensarmos nos segmentos é nos concentrarmos nas tendências do mercado de luxo. Podemos identificar que a valorização das experiências, a consolidação do diálogo com o público através das mídias sociais e a personalização dos produtos e dos serviços são tendências que devem se consolidar nos próximos anos. Setores distintos como o automotivo e a perfumaria ou o segmento fashion e as instituição financeiras podem se valer desses cenários para potencializar ainda mais seus negócios.
Quais marcas devem chegar ao país em 2017 e quais devem chegar ao Nordeste ou a Pernambuco (inéditas)?
Novamente, mais importante que pensar nas marcas que devem se instalar nos próximos anos, é identificar o potencial das marcas que já se encontram atuando na região. No ano passado, Recife recebeu a primeira revenda Porsche do Nordeste e isso demonstra de forma clara o quanto as grandes marcas estão apostando nesse mercado. Ao analisarmos o mercado de luxo, fica evidente a certeza de que no Nordeste o potencial é imenso e o crescimento tende a se consolidar.
Quais características distinguem as marcas de luxo?
Uma grife de luxo deve conter atributos essenciais como originalidade, tradição, atemporalidade e perfeição. Para empresas brasileiras, é importante também fortalecer sua imagem no mercado internacional. Em setores como a hotelaria ou a gastronomia, por exemplo, nosso país já conta com organizações que são sinônimos desse setor no mundo inteiro.
Nessa crise por que os empresários continuam apostando no luxo?
Em primeiro lugar, é preciso ressaltar que o segmento de luxo é uma ferramenta importante para alavancar a economia de muitos países e no Brasil não é diferente. As empresas que atuam neste segmento geram milhares de empregos, pagam seus impostos, recolhem seus tributos e movimentam o setor econômico. Dessa forma, investir no segmento de luxo, quer seja através da gastronomia, da moda ou de qualquer outro nicho de mercado, é uma forma de investir no próprio país e mostrar confiança no seu crescimento e desenvolvimento.
Qual o comportamento do consumidor de luxo em Pernambuco? Ele é diferente?
Acredito que o comportamento do consumidor de alto padrão em Pernambuco é bastante semelhante ao do resto do Brasil e, nesse sentido, é bem particular e difere dos mercados mais tradicionais de alguns países. O consumidor brasileiro tem a necessidade do toque, gosta de interagir com os produtos e com os profissionais e demonstra abertamente a vontade de ser bem atendido. Por isso, afirmo que investir no treinamento e na capacitação dos profissionais é fundamental para o crescimento das empresas que atuam no setor.
Quais os produtos preferidos pelos pernambucanos dentro do mercado de luxo? E os Nordestinos?
Para responder essa questão de forma assertiva, basta um passeio pelos corredores do RioMar aqui no Recife. Vamos encontrar marcas como Dolce & Gabbana, Empório Armani, Burberry e Gucci que constituem algumas das mais icônicas grifes do mundo e, por consequência, alguns dos produtos mais comentados e desejados. Por isso, acredito que os produtos de luxo favoritos dos pernambucanos e, ampliando, dos nordestinos e dos brasileiros, são aqueles que, de fato, despertam o desejo e aliam tradição e qualidade técnica na produção com a geração de experiências que agregam valor à vida dos consumidores.
O consumidor de luxo da classe média continua consumindo? Como? Quais as mudanças de hábitos?
Um dos conceitos que ganha continuamente mais destaque no segmento de luxo é a democratização. De forma prática, isso significa que consumir serviços e bens de alto padrão é um desejo que se realiza não apenas para as pessoas de poder aquisitivo mais elevado, e sim para os membros da classe média e também das classes menos abastadas. Um bom exemplo dessa nova realidade é a tendência do compartilhamento de bens. Adquirir um bem de forma compartilhada é uma forma real de ter o sonho realizado e, principalmente, possibilita que esse sonho seja realizado por um número maior de pessoas.
Quem quer investir neste mercado, quais cuidados deve tomar?
Antes de investir em uma empresa ou negócio relacionado ao setor de luxo, é fundamental analisar o mercado em que se deseja atuar, o perfil do público consumidor e as perspectivas em longo prazo. Ou seja, não adianta montar um restaurante de alto padrão, contratar chefs renomados se na região não há público para consumir no estabelecimento. Mas, sem dúvida, o grande diferencial do setor é a qualificação e a capacitação dos profissionais. Os consumidores estão mais exigentes, por isso, é imprescindível contar com uma equipe que não só os atenda, mas que entenda os desejos dos clientes para encontrar as soluções mais indicadas, independentemente do segmento de atuação. Os clientes atuais realmente esperam vivenciar experiências que agreguem valor à sua vida e ao seu cotidiano. Quem investir na promoção de experiências, certamente colherá bons resultados.
E, para 2017, a expectativa é de que mais alguma marca internacional cheguem ao estado.
Qual a performance do Mercado de Luxo do Brasil em 2016? E em Pernambuco?
Depois de alguns anos de crescimento contínuo, o mercado de luxo em 2016 sofreu retração no Brasil. E Pernambuco também seguiu a tendência. Exemplo: no ano passado foram emplacados pouco mais de 36 mil veículos de luxo em todo o país. O número pode até parecer expressivo, mas se levarmos em conta que em 2015 o total de emplacamentos superou 53 mil automóveis, podemos perceber claramente a queda nos resultados. E essa redução ocorreu de Norte a Sul e do Sudeste ao Nordeste.
Quais estratégias usadas deram certo e quais deram errado nessa crise?
É importante lembrar que no Brasil, em 2016, a instabilidade política teve um papel decisivo para os péssimos resultados da economia. Dessa forma, os entraves para o desenvolvimento e crescimento das empresas, muitas vezes, se encontravam fora do alcance das estratégias e planejamentos. Assim, pensar nos acertos e erros se torna mais complicado, já que as circunstâncias contribuíram para os resultados negativos. Acredito que o êxito ou o fracasso das estratégias serviu para as marcas se prepararem melhor para este novo ano e contribuírem de forma concreta para o retorno do crescimento.
Quais segmentos têm maior potencial de desenvolvimento no país nos próximos anos (falando de luxo) e quais em Pernambuco? Por quê?
Mais importante que pensarmos nos segmentos é nos concentrarmos nas tendências do mercado de luxo. Podemos identificar que a valorização das experiências, a consolidação do diálogo com o público através das mídias sociais e a personalização dos produtos e dos serviços são tendências que devem se consolidar nos próximos anos. Setores distintos como o automotivo e a perfumaria ou o segmento fashion e as instituição financeiras podem se valer desses cenários para potencializar ainda mais seus negócios.
Quais marcas devem chegar ao país em 2017 e quais devem chegar ao Nordeste ou a Pernambuco (inéditas)?
Novamente, mais importante que pensar nas marcas que devem se instalar nos próximos anos, é identificar o potencial das marcas que já se encontram atuando na região. No ano passado, Recife recebeu a primeira revenda Porsche do Nordeste e isso demonstra de forma clara o quanto as grandes marcas estão apostando nesse mercado. Ao analisarmos o mercado de luxo, fica evidente a certeza de que no Nordeste o potencial é imenso e o crescimento tende a se consolidar.
Quais características distinguem as marcas de luxo?
Uma grife de luxo deve conter atributos essenciais como originalidade, tradição, atemporalidade e perfeição. Para empresas brasileiras, é importante também fortalecer sua imagem no mercado internacional. Em setores como a hotelaria ou a gastronomia, por exemplo, nosso país já conta com organizações que são sinônimos desse setor no mundo inteiro.
Nessa crise por que os empresários continuam apostando no luxo?
Em primeiro lugar, é preciso ressaltar que o segmento de luxo é uma ferramenta importante para alavancar a economia de muitos países e no Brasil não é diferente. As empresas que atuam neste segmento geram milhares de empregos, pagam seus impostos, recolhem seus tributos e movimentam o setor econômico. Dessa forma, investir no segmento de luxo, quer seja através da gastronomia, da moda ou de qualquer outro nicho de mercado, é uma forma de investir no próprio país e mostrar confiança no seu crescimento e desenvolvimento.
Qual o comportamento do consumidor de luxo em Pernambuco? Ele é diferente?
Acredito que o comportamento do consumidor de alto padrão em Pernambuco é bastante semelhante ao do resto do Brasil e, nesse sentido, é bem particular e difere dos mercados mais tradicionais de alguns países. O consumidor brasileiro tem a necessidade do toque, gosta de interagir com os produtos e com os profissionais e demonstra abertamente a vontade de ser bem atendido. Por isso, afirmo que investir no treinamento e na capacitação dos profissionais é fundamental para o crescimento das empresas que atuam no setor.
Quais os produtos preferidos pelos pernambucanos dentro do mercado de luxo? E os Nordestinos?
Para responder essa questão de forma assertiva, basta um passeio pelos corredores do RioMar aqui no Recife. Vamos encontrar marcas como Dolce & Gabbana, Empório Armani, Burberry e Gucci que constituem algumas das mais icônicas grifes do mundo e, por consequência, alguns dos produtos mais comentados e desejados. Por isso, acredito que os produtos de luxo favoritos dos pernambucanos e, ampliando, dos nordestinos e dos brasileiros, são aqueles que, de fato, despertam o desejo e aliam tradição e qualidade técnica na produção com a geração de experiências que agregam valor à vida dos consumidores.
O consumidor de luxo da classe média continua consumindo? Como? Quais as mudanças de hábitos?
Um dos conceitos que ganha continuamente mais destaque no segmento de luxo é a democratização. De forma prática, isso significa que consumir serviços e bens de alto padrão é um desejo que se realiza não apenas para as pessoas de poder aquisitivo mais elevado, e sim para os membros da classe média e também das classes menos abastadas. Um bom exemplo dessa nova realidade é a tendência do compartilhamento de bens. Adquirir um bem de forma compartilhada é uma forma real de ter o sonho realizado e, principalmente, possibilita que esse sonho seja realizado por um número maior de pessoas.
Quem quer investir neste mercado, quais cuidados deve tomar?
Antes de investir em uma empresa ou negócio relacionado ao setor de luxo, é fundamental analisar o mercado em que se deseja atuar, o perfil do público consumidor e as perspectivas em longo prazo. Ou seja, não adianta montar um restaurante de alto padrão, contratar chefs renomados se na região não há público para consumir no estabelecimento. Mas, sem dúvida, o grande diferencial do setor é a qualificação e a capacitação dos profissionais. Os consumidores estão mais exigentes, por isso, é imprescindível contar com uma equipe que não só os atenda, mas que entenda os desejos dos clientes para encontrar as soluções mais indicadas, independentemente do segmento de atuação. Os clientes atuais realmente esperam vivenciar experiências que agreguem valor à sua vida e ao seu cotidiano. Quem investir na promoção de experiências, certamente colherá bons resultados.
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