Negócios Com um empurrão das redes sociais Doceiras conquistam milhares de seguidores no Instagram e não se queixam de crise nos negócios

Por: Vitor Nascimento

Publicado em: 13/03/2017 11:39 Atualizado em: 13/03/2017 12:05

Marcela tem mais de cem mil seguidores e passou a dar cursos. Crédito: Marcela Soares/Arquivo Pessoal
Marcela tem mais de cem mil seguidores e passou a dar cursos. Crédito: Marcela Soares/Arquivo Pessoal

As redes sociais viraram um grande negócio para microempresários ou grandes empresas que, em especial, apresentam alguma novidade. Para o mercado alimentício, esses espaços de compartilhamentos são, muitas das vezes, uma importante ferramenta de sucesso. Um exemplo é o Naked Caked, ou bolo pelado, produto que virou tendência graças ao sucesso das redes sociais. Foi com essa inovação que Marcela Soares, 30 anos, Camilla Heraclio, 21, e Cecilia Chaves, 37, conquistaram esse mercado no Recife.

Apostando, principalmente, no Instagram, onde o seu perfil tem quase 100 mil seguidores, Marcela conseguiu alavancar seu faturamento para R$ 60 mil por ano. O setor alimentício é um dos mais beneficiados pela grande adesão às redes sociais. Segundo orientações do Sebrae (Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas) em Pernambuco, para esse tipo de produto, o investimento na internet deve ser muito bem elaborado, com produções que encham os olhos do seguidor, priorizando a qualidade da imagem, valorizando os seguidores, compartilhando o que é mais essencial e, principalmente, tendo em mente que as ferramentas online devem fazer parte do planejamento estratégico da sua empresa.

Segundo o analista do Sebrae/PE, Danilo Lopez, o investimento nessas redes pode causar um retorno muito bom aos produtos que são oferecidos pelas microempresas. “Por ser uma ferramenta com um alcance muito grande, existem dicas primordiais, como nunca deixar de se atualizar, sempre inovar, e principalmente, sempre escutar os seus clientes, seja com comentários positivos ou negativos”, afirma.

Após fazer uma pesquisa de mercado e ter começado a vender brigadeiro gourmet, uma das clientes de Marcela lhe mandou uma foto de uma confeiteira de São Paulo, sobre um tipo de bolo que era novidade no Brasil. A microempresária decidiu arriscar e colocar a mão na massa. “Fiz e coloquei um estilo próprio para decoração”, contou. Com o crescimento das vendas, ela ficou sem estrutura dentro de casa para atender as demandas. No final de 2015, em meio à recessão, ela inaugurou seu atelier. “Eu não senti a crise, e consegui investir em uma coisa que eu queria muito. Eu vi que os pedidos vinham crescendo, e que estava dando certo”, afirmou. Marcela investiu cerca de R$ 100 mil no atelier, principalmente em máquinas e equipamentos, e contratou um funcionário. O local de trabalho fica a cinco minutos da sua casa.

Uma grande parte dos bons resultados de Marcela vem das redes de compartilhamento, que para ela, é a sua principal ferramenta. “As redes sociais me ajudaram muito a divulgar o meu trabalho. É uma ferramenta gratuita que se torna uma vitrine do que você faz. Tem até pessoas de fora do estado que me ecomendaram bolos depois que entraram no perfil do Instagram”, disse. Com as demandas em alta, a microempresária passou a investir em cursos especializados em bolos Naked Cake no final de 2016.


Diversificando


Também sucesso nas redes sociais, Camilla Heraclio, 21 anos, começou a investir forte no ramo de bolos Naked Cake. Desde a época de colégio, ela gostava de vender brigadeiros para arrecadar dinheiro. O investimento deu tão certo que ela expandiu o seu negócio a outros doces. “Assim que eu saí do colégio, fui trabalhar na prefeitura, mas as demandas de brigadeiro, brownie e outros doces cresceram tanto que eu tive que sair. Hoje vivo dessas vendas”.

Camilla viu a oportunidade no mercado com o sucesso do bolo Naked Cake. Crédito: Camilla Heraclio/Arquivo Pessoal
Camilla viu a oportunidade no mercado com o sucesso do bolo Naked Cake. Crédito: Camilla Heraclio/Arquivo Pessoal

Camilla também entrou no mercado de Naked Cake. “Eu vi que esse produto estava em alta, não sabia nem fazer, mas fui lá, tentei e consegui. Hoje eu vendo muito”. Com quase 69 mil seguidores no Instagram, ela contou que as redes sociais têm ajudado no seu trabalho. “É uma vitrine que me fez crescer, principalmente porque muitas das demandas que chegam são de gente que viu, comentou ou compartilhou algumas das minhas fotos”. Três anos depois de entrar na atividade, Camilla celebra o sucesso com um faturamento de R$ 8 mil por mês. Vai abrir sua primeira loja em julho.

Cecilia Chaves, 37, já se consolidou no mercado de bolos no Recife há 12 anos e há três começou a produzir Naked Cake. Com quase 66 mil seguidores no instagram e mais de 10 mil curtidas no Facebook, a microempresária conta com as redes socias para divulgação do seu trabalho. “Ajuda muito na divulgação do que eu faço, é uma ferramenta importante que eu uso como um portifólio”, finaliza.



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