Comércio Comerciantes desanimados com as vendas de fantasias e adereços para o Carnaval Alguns lojistas esperam uma queda de até 30%, já os foliões se viram como podem para economizar nesse período carnavalesco

Por: Vitor Nascimento

Publicado em: 23/02/2017 09:12 Atualizado em: 23/02/2017 10:56

Adel Ferreira é apaixonada por carnaval e nunca deixa de ir às compras. Crédito: Nando Chiappetta/DP
Adel Ferreira é apaixonada por carnaval e nunca deixa de ir às compras. Crédito: Nando Chiappetta/DP
É fevereiro e o folião não pensa em outra coisa a não ser nas fantasias e adereços para brincar o Carnaval. E se tratando da folia, os acessórios não podem faltar no guarda-roupa de nenhum apaixonado pela festa de momo. Mas, segundo alguns comerciantes, a expectativa de vendas para esse ano não são nada animadoras. Espera-se uma queda de até 30% em relação ao mesmo período de 2016. Rozeli Assis, 32 anos, gerente de uma loja de fantasias no centro do Recife há 15 anos, espera que o comércio fique aquecido com a chegada do Carnaval, mesmo com a expectativa de queda. "Em relação ao ano passado, infelizmente, a gente espera uma queda no número de vendas, mesmo que os preços continuem no mesmo patamar dos outros anos", diz.

Economizar é o que mais os foliões querem, e de olho nas pesquisas de preços, alguns consumidores não abrem mão de "bater perna" para achar a própria fantasia. É o caso da artesã Anastácia Carla, 24 anos, que pesquisou muito para chegar a uma fantasia ideal e barata. "Sempre pesquiso os preços antes de comprar para achar uma fantasia perfeita. Por conta disso, acho mais vantagem comprar aqui no centro". Essas compras no "centrão" do Recife é indispensável para quem gosta de praticidade, como explica a aposentada Adel Ferreira, 63 anos, que é apaixonada por carnaval e não hesita em ir às compras mesmo não se organizando. "É prático, tem mais diversidade de produtos e a gente não precisa ficar esperando se for encomendar".

"Esse ano, mesmo junto com minhas amigas, tive um gasto de R$ 30 a mais do que o ano passado", Conta a estudante de Enfermagem, Lais Sales, 23 anos, que se preocupou com a compra dos tercidos para sua fantasia de Carnaval. Produizir ou encomendar foram uma das opções para não deixar de se fantasiar nesse período de folia. Essa é uma das épocas, em que, quem trabalha com costura costuma faturar. As encomendas, mesmo em época de crise, não deixaram de chegar, é o que afirma Isabel Cristrina, 50, costureira há mais de 20 anos. "As mesmas pessoas que sempre gostam de encomendar as fantasias não deixaram de pedir. Mas eu sempre aviso que economizar não é comprar tercidos que não valem a pena, por isso é sempre bom pesquisar pra sair tudo muito bonito", afirma.

Segundo o economista da Fecomércio-PE, Rafael Ramos, a expectativa no poder de compra do consumidor é alta, por conta da tendência de queda na inflação, que saiu de 10,7% registrados em janeiro de 2016 a 6,3% em Dezembro do mesmo ano. Mesmo assim, Rafael explica que o desemprego em alta pode ser um lado negativo para o aumento de compras. "Com a taxa de desemprego maior que o mesmo periodo do ano passado a expectativa é que, pelo menos, o número de vendas desses vestuários para o carnaval seja igual a 2016", pontua.


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