Ato Manifestantes protestam em frente à casa de Maia contra a PEC 241 Um jantar com a base aliada do governo Temer acontece na residência oficial da Câmara, no Lago Sul, nesta segunda-feira

Por: Correio Braziliense

Publicado em: 24/10/2016 23:07 Atualizado em:


Na noite desta segunda-feira, por volta das 20h, manifestantes contrários à aprovação da Proposta de Emenda Constitucional (PEC) 241 começaram a se reunir em frente à residência oficial da Câmara, no Lago Sul, onde está marcado um jantar com a base aliada do governo Temer. Integrantes da Federação Nacional dos Servidores do Judiciário (Fenajud) e da Federação Nacional dos Trabalhadores dos Ministérios Públicos dos Estados (Fenamp) carregam cartazes com os dizeres "não vamos pagar a conta".

Embora não acreditem em uma reversão no segundo turno na Câmara, nesta terça-feira (25/10), os sindicalistas têm esperança de que a medida seja barrada no Senado Federal. "Entre os deputados, acho que vai ser complicado. Mas, no Senado, ainda pode ter reversão, principalmente porque o quadro político está bem conturbado", afirmou o coordenador executivo da Fenamp, Alberto Ledur. Segundo ele, até dezembro, muitas "delações podem acontecer", que modificariam o placar. 

Os pouco mais de 15 manifestantes presentes no local, até as 21h, garantiram que a maior concentração popular, no entanto, será na terça-feira, na Câmara, durante a votação. Segundo o presidente da Fenamp, Francisco Antônio Colares, há boatos de que o presidente da Câmara, deputado Rodrigo Maia (DEM), não permitirá a entrada de manifestantes na Casa.

"Pretendemos chegar bem cedo, para conseguirmos entrar sem maiores dificuldades", disse o presidente da Fenajud, Luiz Fernando Souza. "Somos contra a PEC, da maneira que está sendo votada. Entendemos que tem que ser mais discutida, deve haver audiência pública", defende.

Por volta das 21h, parlamentares começaram a chegar na residência oficial da Câmara. O deputado Jony Marcos (PRB-SE) chegou pouco antes das 21h30, e afirmou estar aberto a ouvir as justificativas do governo e do presidente da Câmara antes de decidir o voto. "Enquanto for uma medida necessária para o Brasil, acho que os deputados deveriam avaliar para votar", disse.

O deputado afirmou ainda não ter decidido o voto que será dado nesta terça-feira. "Vou saber hoje, aqui. Mas não vai ser a comida que vai determinar isso. Aliás, já jantei", disse. Marcos afirmou ter dúvidas em relação ao tempo de vigência da PEC, de 20 anos. "Não sei se o Brasil precisa de 20 anos. Talvez seja um tempo muito extenso. Precisa avaliar se seria necessário uma emenda para diminuir o tempo que essa PEC precisaria agir", disse. 

"Espero que eles nos convençam dessa necessidade. Entendo que o momento não é muito legal. Acho que o Brasil precisa adotar medidas que possam garantir o freio dos gastos públicos para que a gente possa dar o primeiro passo para fortalecer nossa economia. Gastando mais do que se arrecada, não é possível", concluiu. 

Por volta das 22h, manifestantes gritavam palavras de ordem na frente da residência. "Os deputados estão passando fome. Vieram fazer uma boquinha na casa do Rodrigo Maia. É o bolsa marmita dos deputados", diziam. "Vendidos por um prato de comida? Nunca foi tão fácil comprar um deputado". "Enquanto a população vende o almoço para comprar a janta, os deputados jantam para vender a população".


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