Por: AE
Publicado em: 24/09/2016 11:14 Atualizado em: 24/09/2016 11:53
 | |
| Andressa Tavares gasta cerca de R$ 300 com alimentação e leva suas refeições e lanches para todos os lugares que va. Foto: Nando Chiappetta/DP |
Pode ser um problema de saúde. Ou a vontade de dar uma incrementada na estética. Ou mesmo buscar uma melhor qualidade de vida. O fato é que o interesse dos brasileiros em manter uma alimentação saudável está crescendo. Os números confirmam a tendência. Em 2015, o setor de alimentos saudáveis movimentou no Brasil US$ 27,47 bilhões (quase R$ 90 bilhões), segundo dados da consultoria Euromonitor International. Com isso, o país já é considerado o quinto maior mercado com “posicionamento saudável” no mundo, ficando atrás apenas dos Estados Unidos, China, Japão e Reino Unido.
Na pesquisa realizada pela consultoria foram considerados como alimentos saudáveis alguns itens específicos. Entraram na lista alimentos e bebidas com menos quantidade de sal, açúcar ou gordura, produtos sem glúten, sem lactose ou para diabéticos. Integram também a “cota” alimentos e bebidas fortificadas ou funcionais, com adição de ingredientes saudáveis como cálcio e ômega 3 ou que têm como base substâncias que naturalmente melhoram a saúde e o bem-estar – como alto teor de fibras –, produtos de soja, além dos orgânicos.
A estudante de nutrição Andressa Tavares, 18, consome produtos assim desde que resolveu adotar um estilo de vida saudável, dando uma maior atenção à alimentação. Ela sempre foi muito magra e tinha vontade de mudar o corpo, mas não tinha noção de onde ou como começar. A situação começou a mudar quando ela entrou na faculdade. “Tive o apoio. Era normal tirar a marmita da bolsa em qualquer lugar e começar a comer”, conta. Logo de cara, ela foi a um nutricionista e entrou na academia. Hoje, leva suas refeições e lanches para todos os lugares em que vai. Por mês, Andressa gasta cerca de R$ 300 com alimentação. Feliz com os resultados, até resolveu criar uma conta no Instagram (@fitdessa) para postar suas refeições e, quem sabe, inspirar outras pessoas.
Valdir Cavalcanti, analista de orientação do Sebrae-PE, confirma que há uma tendência no mercado de crescimento da procura pela alimentação saudável. “Algumas pessoas confundem moda com tendência. Mas tendência é quando ocorre uma mudança no comportamento do consumidor, o que é o caso”, explica. Segundo ele, há alguns fatores que motivam isso. O primeiro são as pessoas que buscam mudar de estilo de vida por alguma orientação médica. E também há os que entram na academia e percebem que para resultados de fato é preciso haver uma combinação com uma boa alimentação.
No casos dos malhadores, há dois tipos de público que são mais frequentes. Os jovens e adolescentes, geralmente por questões estéticas, e os mais velhos, por questões de saúde. Cavalcanti diz que há muitas pessoas que buscam orientação no Sebrae porque ainda não têm um negócio e não sabem se devem investir no ramo. Mas também há aqueles que já estão em alguma área e querem migrar para a de alimentação saudável, por perceberem que há o cliente, mas ainda há pouca oferta dos produtos. “É um mercado que está aberto, com um espaço muito favorável e tende a crescer”, comenta o analista.
