Observatório econômico Oikonomos

Publicado em: 14/07/2016 08:00 Atualizado em: 13/07/2016 20:40

Por Alexandre Jatobá (*)

Alexandre Jatobá é Economista e diretor da Datamétrica. Foto: Tiago Lubambo/Divulgação
Alexandre Jatobá é Economista e diretor da Datamétrica. Foto: Tiago Lubambo/Divulgação
De que maneira famílias e governos endividados devem agir para reduzir o desequilíbrio nos seus orçamentos!!


A palavra “economia” vem do grego “oikonomos” em que “oikos” significa casa e “nomos” significa lei, regra ou costume. Assim, etimologicamente a palavra economia significa regras para a administração do lar. Com essa definição e utilizando uma matéria publicada pela InfoMoney com 5 dicas para famílias endividadas, podemos ver que tais dicas podem (e devem) ser usadas não só pelas famílias como também para nossos governantes.

Dica 1 – Saiba o tamanho do problema: as famílias precisam fazer um levantamento completo de toda a dívida. Não há como atacar o problema se não o conhece bem. Nossos governantes devem fazer o mesmo. Até bem pouco tempo, o governo federal havia proposto uma meta fiscal que previa um déficit R$ 97 bi para 2016. Com a nova meta aprovada (déficit de R$ 170,5 bi), ficou claro que o governo federal estava o longe de conhecer o tamanho de sua dívida. Ao que parece, agora tem, pelo menos, uma melhor noção. Estados e municípios também precisam fazer esse levantamento.

Dica 2 – Corte os gastos: embora óbvia, esta medida é bastante difícil para as famílias. É necessário rever as prioridades e, em muitos casos, mudar o padrão de vida, por isso a dificuldade. No caso do Governo, o discurso é que o corte é difícil também. Mas não é bem assim, segundo o site Contas Abertas, por exemplo, há apenas no governo federal 100.313 funcionários em cargos comissionados e com gratificações. Há muito espaço para cortes, o que falta é vontade política.

Dica 3 – Saiba para onde seu dinheiro vai: as famílias devem registrar sempre todas as entradas e todas as saídas de dinheiro. Muitas não sabem para onde parte do dinheiro vai, são os chamados gastos fantasmas. No caso do governo, deve-se buscar o máximo de transparência para as contas públicas. Como estamos vendo na atual crise política, o que não falta no Estado são os tais “gastos fantasmas”.

Dica 4 – Repense sua relação com os carros: o carro é um dos principais vilões do endividamento familiar porque traz consigo uma série de despesas associadas (manutenção, IPVA, seguro, combustível, parcela, etc). No caso do Estado, nosso “carro” é a Previdência. O déficit da Previdência previsto para 2016 é de R$ 146 bilhões. Não há como superarmos a crise sem atacar de frente o problema da previdência.

Dica 5 – Faça acordos: as famílias endividadas devem buscar acordos com seus principais credores. No caso do Estado, tais acordos precisam ser realizados com toda a sociedade através das reformas tributária, trabalhista e previdenciária que são tão necessárias e que já passaram do tempo.

Por fim, a estratégia para que as famílias não voltem a ficar endividadas é, após a revisão financeira, buscar espaço para guardar dinheiro, criar um fundo de segurança. No caso, do Governo, criar o fundo de segurança significa fortalecer o cumprimento da Lei de Responsabilidade Fiscal, aprovar e garantir o cumprimento do novo pacote fiscal que impõe novos limites ao endividamento público.

(*) Economista e diretor da Datamétrica.

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