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Mercado imobiliário Hora de negociar para baixo preço do aluguel Com mais ofertas que procura no setor, donos de imóveis podem ser mais flexíveis a rever contratos

Por: André Clemente - Diario de Pernambuco

Publicado em: 23/07/2016 11:24 Atualizado em: 23/07/2016 11:26

A lei da oferta e da demanda da economia é soberana. Quando a oferta aumenta e a demanda não acompanha, o preço cai. O setor de aluguel de imóveis é um termômetro. Dono de imóvel no estado que não baixar o preço pode ficar sem inquilino e ainda arcar com os custos fixos como os condomínios de edfícios residenciais e comerciais. O cenário favorece o outro lado. Quem quer alugar pode conseguir bons preços nos novos contratos e até pleitear queda na renovação dos vigentes. Segundo o setor, há margem para isso, principalmente porque se trabalhava com preços irreais.

O advogado Lucas Braga conseguiu reduzir os custos com aluguel. Estava com o contrato da sala onde fica o seu escritório para vencer e viu uma oportunidade. Ele pagava R$ 1,6 mil, além de taxas, e conseguiu migrar para o andar de cima do mesmo prédio, pagando R$ 1,1 mil mais taxas. “Na crise, o locador está fazendo qualquer negócio. Eu queria ficar aqui no prédio e a oferta da sala de cima começou por R$ 1,3 mil e terminou por R$ 1,1 mil. Eu ainda adquiri dois aparelhos de ar condicionado para a sala e, por ser um bem que não vou levar quando sair, é descontado do aluguel. No fim, pago R$ 812, mais condomínio e IPTU”, detalha. “Tentei negociar no que eu já estava instalado, mas baixou apenas R$ 100. Acho que ele pensou que eu não sairia. Com a diferença de R$ 500 valeu a pena”, complementa.

O presidente do Sindicato da Habitação de Pernambuco (Secovi-PE), Elísio Cruz Júnior, afirma que muita gente está mesmo com contrato em vigência e revendo os preços para considerar opções mais vantajosas. “Pode-se encontrar um apartamento mais barato no mesmo prédio e pleitear redução com o atual. Quando não se consegue, espera-se o fim do contrato para evitar multas e se muda mesmo”, detalha. Segundo ele, é um mercado que requer atenção. “Os donos de imóveis têm que entender que é melhor alugar mais barato do que ter custos, porque apartamento tem despesas correntes, de condomínio e tributos”. Segundo ele, não existe a procura de antes. “Os imóveis estão acumulando, os preços vinham em crescente e os aluguéis estavam altos, até irreais. Eram pagos porque a economia estava aquecida, com condições favoráveis no quesito emprego e renda”, pontua. Cruz cita que muita gente que saiu da casa dos pais e foi morar só, agora está voltando. “Há um real esvaziamento de imóveis que provoca aumento da oferta e como não tem procura, puxa o preço pra baixo”, aponta.

A justificativa, segundo ele, é que o estado viveu os reflexos do bom momento do passado recente, com muitos empregos, principalmente na construção de grandes projetos, como a Refinaria Abreu e Lima, a transposição do Rio São Francisco e os estaleiros. “Pernambuco empregou muito, mas as demissões esperadas com a conclusão das obras juntaram-se à crise, que acelerou os desligamentos. Isso gerou um transtorno em todas as atividades, como comércio, serviços e na indústria”, descreve.

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