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Economia
Desemprego

Fábrica da Santista encerra atividades em Paulista

Quatrocentos e trinta trabalhadores foram demitidos com o fechamento da unidade. Maquinário será enviado para a central da empresa, em São Paulo

Publicado: 08/07/2016 às 18:00

A crise financeira e econômica brasileira segue comprometendo os trabalhadores. A fábrica têxtil Santista anunciou o encerramento de suas atividades na unidade de Paulista, Região Metropolitana do Recife, localizada na BR-101. De acordo com o Sindicato dos Tecelões de Paulista, Abreu e Lima e Igarassu, que representa a categoria, 430 trabalhadores foram afetados.

"A empresa vinha enfrentando dificuldades no mercado de vendas", explica o presidente do sindicato, Herman Francisco da Penha, apontando que os negócios estavam enfraquecendo.

O anúncio da Santista aos funcionários e ao sindicato foi feito ao mesmo tempo. "A Santista convocou todos os funcionários para uma reunião na quinta-feira pela manhã e encaminhou dois advogados ao sindicato", conta o sindicalista.

A unidade pernambucana não foi a única da empresa a sofrer os efeitos da recessão na economia do Brasil. Em junho deste ano, a fábrica em Sergipe também fechou as portas, fato, que, segundo Herman, comprometeu bastante a atuação da Santista em Pernambuco. "Era um dos braços da fábrica de Paulista", sublinha.

Com o fechamento dessas duas unidades, todo o equipamento será enviado ao Estado de São Paulo, central da empresa. "Os maquinários vão para as unidades de Tatuí e Americana, processo que deve acontecer até o final do ano", afirma Herman Francisco.

O presidente do sindicato também revelou que o grupo está se mobilizando para conversar com o Governo do Estado. "Estamos nos organizando para pedir ao Governo do Estado mais incentivos à indústria têxtil em Pernambuco", pontua.

A Santista não foi a primeira fábrica têxtil a fechar em Paulista. Em setembro do ano passado, a Alpina Têxtil encerrou suas operações também em decorrência da crise econômica. "A empresa chegou a ter em torno de 300 trabalhadores, mas o número foi diminuindo por causa da crise. Na época do fechamento, havia 102 funcionários", conta Luiz Carlos, gerente da antiga fábrica da Alpina em Pernambuco, que ficava próxima à unidade da Santista.

"A matéria-prima vinha do Sul", recorda. "Quando os negócios foram diminuindo, o presidente (Antônio Greco) decidiu fechar a unidade aqui em Pernambuco e trazer todo o maquinário para a central, em Morungaba, São Paulo", afirma.

A crise tem desaquecido a indústria têxtil no País. De acordo com a Agência Estado, empresários do setor apontam que o aumento de custos com mão de obra e matérias-primas dificulta a captura de benefícios pelas empresas, tanto na exportação quanto na substituição de importados. Em Pernambuco, a produção têxtil teve queda de 26,5% em maio, conforme a pesquisa de atividade da indústria do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
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