Situação Moreira Franco: crise é fruto de erros de políticas econômicas nos últimos anos Em relação ao cenário político, Franco avaliou que, apesar do contexto de crise, as instituições estão funcionando com 'a mais absoluta naturalidade'

Por: Agência Estado

Publicado em: 30/06/2016 15:13 Atualizado em:

O secretário executivo do Programa de Parcerias de Investimentos (PPI) da Presidência da República, Moreira Franco, afirmou que o Brasil vive a "mais grave crise econômica" da história do País e que a razão desta crise não é externa, mas sim fruto de erros de políticas econômicas cometidos ao longo dos últimos anos.

"Tivemos erros e o ambiente internacional agrava nossa situação, aumenta nosso desafio, torna tudo mais complexo", disse Moreira Franco, durante participação em evento promovido pelo Citi em São Paulo nesta quinta-feira.

Em relação ao cenário político, Franco avaliou que, apesar do contexto de crise, as instituições estão funcionando com "a mais absoluta naturalidade". "Estamos resolvendo os problemas conforme a constituição e com regras previamente conhecidas", disse. "A Câmara dos Deputados esta votando temas importantes."

Para o secretário executivo do PPI da Presidência da República, em meio às instabilidades políticas e econômicas, o novo governo precisa, de imediato, perseguir o equilíbrio fiscal e, ao mesmo tempo, tomar medidas que retomem o investimento e o crescimento, de modo a permitir a geração de empregos e a manutenção da estabilidade social.

"Para que tenhamos condições de avançar, precisamos desde já ampliar a capacidade de investimento", disse Moreira Franco. "O Estado está quebrado, o poder público não tem recursos. Não há outro caminho, temos que buscar restabelecer o ambiente de negócios, para dar confiança ao investidor privado e permitir que ele faça parcerias com o setor público."

Segundo Moreira Franco, as dimensões continentais do País fazem com que o Brasil apresente um déficit de infraestrutura, o que faz com que os investimentos nessa área sejam atrativos e permitam a geração de mais empregos.

"O governo Dilma fez muitas concessões, mas com uma modelagem e opções extremamente desastrosas. A principal delas foi achar que a ideologia poderia substituir a aritmética". disse. "Com isso, tivemos que buscar alternativas de compensação financeira para que o custo final garantisse uma taxa de retorno mais baixa e uma tarifa mais adequada".

Em sua participação no evento, Moreira Franco destacou ainda que a prática de realização de concessões com financiamentos do BNDES a taxas menores que as de mercado vem dessa modelagem, e que, agora, o novo governo está procurando soluções que permitam superar esse tipo de mecanismo e restabelecer a confiança por parte do mercado.

"O futuro precisa ser construído com novas regras", disse. "É preciso que haja transparência, é preciso que o papel de cada protagonista seja claro e definido", afirmou.

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