Obras Estado adota estratégia para acelerar adutora Obra no Agreste será fatiada por conta da redução dos repasses feitos pelo governo federal

Por: André Clemente - Diario de Pernambuco

Publicado em: 14/06/2016 08:59 Atualizado em: 14/06/2016 09:03

Adutora do Agreste deverá receber R$ 10 milhões/mês, afetando prazo de conclusão Foto: Compesa/Divulgação (Adutora do Agreste deverá receber R$ 10 milhões/mês, afetando prazo de conclusão Foto: Compesa/Divulgação)
Adutora do Agreste deverá receber R$ 10 milhões/mês, afetando prazo de conclusão Foto: Compesa/Divulgação

Estabelecer a segurança hídrica em Pernambuco é luta antiga, mas o desarranjo das finanças federais acentuou a guerra diária nos últimos anos. Até 2015, o estado recebia repasses minguados para vários projetos e nada avançava. Com o déficit fiscal anunciado pelo governo interino, a lista de prioridades do governo federal fez o estado revisar novamente o plano de ação para abastecimento. O Ministério da Integração já deixou claro ao governo do estado que a prioridade é a entrega da Transposição. Já a Adutora do Agreste, essencial para o governo local, terá atenção, mas como será necessário construir uma engenharia financeira que permita acelerar a obra, ela por enquanto fica em banho-maria. A solução para o estado é “fatiar” a execução, com a integração de pequenas adutoras estratégicas para minimizar o problema da falta de água no Agreste e no Sertão.

O secretário de Desenvolvimento Econômico, Thiago Norões, disse que o dinheiro repassado será usado de forma estratégica até que os recursos voltem a fluir e a obra retome o ritmo para ser entregue completa. A promessa do Ministério da Integração Nacional é de um fluxo regular de R$ 10 milhões até que a Transposição pare de consumir o orçamento. A secretaria pretende focar em trechos que permitam conexões com outras adutoras menores.

Segundo Norões, a Adutora do Agreste foi o principal tema da reunião da semana passada, em Brasília, com o ministro da Integração Nacional, Helder Barbalho. “A Adutora é a prioridade dos pleitos de recursos hídricos de Pernambuco. Queríamos retomar com regularidade, o que exige um fluxo também regular. Já chegamos a receber R$ 50 milhões mensais e passamos a receber R$ 5 milhões ou R$ 7 milhões nos últimos meses, quando a promessa era de R$ 10 milhões mensais. Então fomos pedir previsibilidade, que permite contratações”, pontuou. “Prometeram o repasse contínuo de R$ 10 milhões e vamos tentar garantir o fluxo. Com esse valor garantido, a Compesa se organiza e consegue dar um cenário às construtoras, que estão descapitalizadas e não conseguem adiantar o dinheiro para dar seguimento a obra. No passado era feito assim. Se o repasse demorasse, tinha gordura e segurava a obra. Hoje, não se consegue”, explicou.

A Adutora do Agreste é um empreendimento de R$ 1,4 bilhão, com 100% da responsabilidade financeira do governo federal e execução pelo estado. Até agora, foram repassados menos de R$ 500 milhões do total. Com o repasse de R$ 10 milhões mensais, seriam necessários 80 meses para conclusão, ou seja, mais de seis anos. “A nossa preocupação é ter uma adutora imensa que cubra todo o Agreste pernambucano. Pelo cenário deste ano, a intenção é dar funcionalidade aos principais trechos, como o que fica à margem da BR-232.”

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