Plataforma móvel Delivery de comida por aplicativo cresce 116% no Recife este ano Levantamento feito pelo iFood foi realizado durante todo ano de 2015 e analisou mais de 300 mil de pedidos dentre os 355 restaurantes recifenses cadastrados atualmente

Por: Augusto Freitas

Publicado em: 07/06/2016 16:35 Atualizado em: 07/06/2016 16:44

iFood realizou uma pesquisa exclusiva sobre os hábitos dos consumidores de delivery de comida em várias capitais brasileiras. Foto: iFood/Reprodução: Internet
iFood realizou uma pesquisa exclusiva sobre os hábitos dos consumidores de delivery de comida em várias capitais brasileiras. Foto: iFood/Reprodução: Internet

Ao menos duas vezes por semana, o comerciante Ricardo Medeiros Benevides, 28, morador das Graças, Zona Norte do Recife, escolhe o almoço, jantar ou lanche no conforto de casa. Até seis meses atrás, ele ainda cultuava o hábito de se deslocar até restaurantes ou lanchonetes para fazer uma refeição. Depois que baixou um app em seu smartphone, agora é só esperar a comida quentinha depois de uns cliques.

Ricardo é parte de um público consumidor cada vez mais crescente não apenas no Recife, mas em todo o Brasil: o das pessoas que vão cada vez menos às lojas físicas e escolhem o cardápio através de um simples aplicativo de delivery de comidas no telefone celular. É fácil, rápido, seguro e, dizem, bastante confortável, ainda mais considerando a inflação, aumento de combustíveis e insegurança das ruas.

Um desses apps, talvez o pioneiro no Brasil nesse tipo de serviço, o iFood, realizou uma pesquisa exclusiva sobre os hábitos dos consumidores de delivery de comida em várias capitais brasileiras e constatou dados interessantes sobre o crescimento desse tipo de serviço. No Recife, os números impressionam: estabelecimentos que usam a plataforma cresceram juntos, em 2015, 119% em número de pedidos em relação a 2014.

De acordo com o iFood, o levantamento foi realizado durante todo ano de 2015 e analisou mais de 300 mil pedidos dentre os 355 restaurantes recifenses cadastrados atualmente. Em 2012, foram 400 pedidos, bem abaixo dos 13 mil registrados em 2013. O boom começou em 2014, com 110 mil solicitações. O limite, pelo visto, é o céu, já que nos seis meses de 2016 o app chegou ao mesmo número de pedidos de 2015.

“Fortaleza e Recife foram as capitais com demanda mais elevada do serviço pelo app, ficando, respectivamente, em 3º e 5º lugar no ranking brasileiro. A praticidade de pedir comida em casa, com acesso a um vasto cardápio e inúmeros estabelecimentos, aliada à falta de segurança nas ruas e violência, entre outros aspectos, explicam este crescimento acentuado”, revela Jennifer Oliveira, executiva de vendas da iFood no Nordeste.

Para Ricardo, não basta apenas ter acesso a um banco de dados amplo de restaurantes e opções de refeições. “Antes, eu guardava folhetos de restaurantes em casa e decorava cardápio. Com o app, a gente tem um acesso mais claro às alternativas. Eu costumo avaliar os serviços e produtos através de estrelas e comentários de outros usuários”, conta. Por refeição, ele gasta cerca de R$ 100.

A adesão a este tipo de serviço através de um aplicativo também sido importante, de acordo com empresários, para enfrentar a crise na economia que vem atingindo faturamento e demitindo funcionários. Quem resolve recorrer ao serviço, tem uma oportunidade de otimizar custos internos e turbinar as vendas, mesmo com o cenário econômico atual jogando contra.

O empresário Alexandre Brol, franqueado de uma rede de fast-food no Recife, recorreu ao iFood dois anos atrás e diz que viu no aplicativo uma oportunidade de reduzir gastos no negócio. Antes do app, ele trabalhava com 15 operadores, mas depois da ferraente concentra apenas oito.

“Mesmo com concorrentes, a propaganda que o aplicativo faz ajuda no crescimento das vendas. Quando passei a oferecer o serviço, apenas 10% das vendas ocorriam via iFood. Hoje, 60% do faturamento vem de pedidos pelo aplicativo. Temos unidades cujos pedidos são 100% via iFood. Agora vamos explorar o serviço de Drive-Thru, onde o cliente realiza o pedido pelo app e pega a refeição no balcão”, explicou.

Segundo o iFood, que atua em 100 cidades brasileiras e possui 10 mil restaurantes e lanchonetes cadastrados, a movimentação financeira é de cerca de R$ 750 milhões. Até o fim deste ano, o aplicativo que virou febre entre os adeptos de uma boa comida deve atingir 25 estabelecimentos comerciais em seu banco de dados. “Quem pede pela plataforma nunca mais usa telefone”, atesta Alexandre Brol.

Zona Norte gasta mais, Zona Sul lidera pedidos
Os dados da pesquisa do iFood também apontaram que os consumidores do Recife gastam, em média, R$ 46 por mês com delivery de comida. A taxa de entrega média paga na cidade, também avaliada no levantamento, ficou em R$ 6,50. Em relação aos bairros, o Espinheiro, na Zona Norte, registrou o maior valor gasto no serviço, com ticket médio de R$ 61.

Boa Viagem, na Zona Sul, teve o maior número de pedidos, com 22%, equivalente a 66 mil. Espinheiro e Graças ficaram em 2º e 3º lugar no número de pedidos (18% e 7%), representando 54 mil e 21 mil, respectivamente. “Percebemos que o fato de a Zona Norte ter agregado um valor maior gasto por ticket ocorreu pelo preço mais elevado dos restaurantes da localidade, os consumidores não veem o valor e sim a qualidade do serviço e do produto. A Zona Sul apresenta uma demanda de mercado maior”, destacou Jennifer Oliveira.

Na preferência deles, lanches e pizzas saem na frente, representando 27% e 19% dos pedidos. Já o ticket médio gasto é de R$ 52 e R$ 40, respectivamente, em relação a estes tipos de refeição. Em terceiro, aparece a comida chinesa, com 15% da fatia e valor médio gasto de R$ 50, seguida pela cozinha japonesa (13% e R$ 57) e a cozinha brasileira (8% e R$ 61).

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