Contra o tempo Pedro Parente terá um teste de fogo na presidência da Petrobras Novo comandante será o primeiro postulante ao cargo que passará pelo de integridade, incluído na revisão do estatuto da companhia aprovado em abril

Por: Correio Braziliense

Publicado em: 26/05/2016 11:08 Atualizado em: 26/05/2016 11:11

Antes mesmo de assumir, o indicado por Michel Temer para a Petrobras articulou a permanência do diretor financeiro, Ivan Monteiro, na equipe. Foto: Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil
Antes mesmo de assumir, o indicado por Michel Temer para a Petrobras articulou a permanência do diretor financeiro, Ivan Monteiro, na equipe. Foto: Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil

Não será fácil para Pedro Parente assumir a presidência da Petrobras. Primeiro, terá de passar por um rigoroso “teste de integridade”, incluído na revisão do estatuto da companhia aprovado em abril. Ele será o primeiro postulante ao cargo que passará pelo teste, que prevê a análise de currículo, antecedentes e negócios, que deve ser concluído no próximo dia 31. Além disso, Parente será obrigado a correr contra o tempo para recompor o caixa da petroleira.

A expectativa é de que Pedro Parente tome posse no início de junho. Antes mesmo de assumir, o indicado por Michel Temer para a Petrobras articulou a permanência do diretor financeiro, Ivan Monteiro, na equipe. Com isso, espera acelerar a venda de ativos da companhia.

A ideia é colocar no mercado uma participação na subsidiária BR Distribuidora, o que está em estudo desde o ano passado, quando a estatal anunciou que concentraria os negócios na produção de petróleo para reduzir o alto endividamento.

A dívida da Petrobras está em R$ 450 bilhões, sendo R$ 62 bilhões de curto prazo. A expectativa da petroleira é captar US$ 14,4 bilhões este ano com a venda de ativos. Em 2015, se desfez de 49% da Gaspetro por US$ 700 milhões. No início do mês, no mesmo dia em que divulgou o balanço do primeiro trimestre de 2016 - com prejuízo de R$ 1,25 bilhão e perda acumulada de R$ 57,6 bilhões desde 2014 -, a diretoria anunciou a venda de operações na Argentina e no Chile por US$ 1,4 bilhão.

Para Fernando Siqueira, vice-presidente Associação dos Engenheiros da Petrobras (Aepet), a origem neoliberal de Pedro Parente e a permanência de Ivan Monteiro na diretoria financeira vão contribuir para acelerar a privatização de subsidiárias da Petrobras.

“O Ivan está por trás das negociações da BR Distribuidora. Os conselheiros receberam várias ligações sugerindo a permanência dele”, revelou. Monteiro foi levado pelo ex-presidente da petroleira Aldemir Bendine, com quem trabalhou também no Banco do Brasil (BB).

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