Levantamento Confira ranking com as profissões que mais empregaram em 2015 Setor terciário e a agropecuária lideraram as contratações, segundo o mapeamento da CNC

Por: Rosa Falcão

Publicado em: 28/04/2016 07:47 Atualizado em:

Em meio à recessão da economia e à retração do emprego, pelo menos 15 profissões geraram postos de trabalho entre 2014 e 2015. São ilhas de prosperidade no furacão que arrastou 1,5 milhão de brasileiros para o desemprego no país. Um mapeamento feito pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) com 600 atividades profissionais revelou a criação 272,2 mil empregos no período. O setor terciário e a agropecuária lideraram as contratações. Na contramão dos cortes de trabalhadores na construção civil, os serviços de manutenção de edificações aparecem em primeiro lugar no ranking, com a geração de 71,5 mil vagas.

O economista da CNC Fábio Bentes explica que os dados não foram regionalizados, mas o quadro recessivo da economia brasileira afetou a atividade produtiva e o emprego em todas as regiões. “Como o Produto Interno Bruto (PIB) do país caiu 3,8% no ano passado e houve e perda de 1,5 milhão de empregos formais, fizemos o mapeamento para saber o estrago da crise nas profissões.” Do total analisado pela pesquisa, 140 setores (23,2%) tiveram aumento líquido de vagas entre julho de 2014 e dezembro de 2015.

Além do setor de manutenção de edificações, foram criadas 27,5 mil oportunidades para os operadores de telemarketing e 25,4 mil para recepcionistas, 23,7 mil para os técnicos auxiliares de enfermagem, entre outros. Segundo Bentes, os setores de serviços são mais demandados e por isso foram mais resistentes à crise. Em relação à agropecuária, ele salienta que a alta do dólar favoreceu as exportações e estimulou a criação de novos postos de trabalho. 

A empresa Matos Oliveira atua na área de manutenção e reforma de edifícios há mais de dez anos. Mesmo com a crise na construção civil, a empresa está com 14 serviços de reparos em prédios da Região Metropolitana do Recife (RMR). “Antes, os condomínios faziam obras por estética. Agora estão priorizando as obras inadiáveis, como as infiltrações de garagem e de coberturas, que podem trazer prejuízos”, comenta José Carlos Gonçalves Rodrigues de Oliveira, engenheiro civil e sócio-diretor da empresa.

Segundo Oliveira, a empresa manteve o quadro de 110 funcionários para não perder mão de obra treinada e qualificada. “Evitamos demitir e aumentamos entre 5% e 10% a mão de obra de pedreiros e ajudantes de pedreiros para suprir a demanda”, conta. Ele pondera que o serviço de manutenção e reforma estrutural dos prédios é uma atividade de alto risco porque os profissionais trabalham na altura, o que exige equipamentos de segurança e pessoal treinado.

Salário
Se, por um lado, foram gerados postos de trabalho, por outro, os rendimentos desses profissionais são baixos comparados à média nacional. O salário médio entre as 15 profissões que geraram mais vagas é de R$ 1,5 mil, enquanto a média do mercado de trabalho é de R$ 2,6 mil. “A boa notícia é que ainda existem profissões crescendo, mas você não tem serviços que exijam qualificação como engenharia, serviços financeiros e de projetos”, afirma Fábio Bentes. Os salários mais baixos se devem ao nível de escolaridade das profissões listadas, em sua maioria o nível médio completo.


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