Gastos Dívida de cartão aterroriza orçamento dos brasileiros Levantamento do SPC mostra que seis a cada dez pessoas estavam inadimplentes com as faturas ao longo de 2015

Por: Diario de Pernambuco

Publicado em: 14/02/2016 11:54 Atualizado em:

Maria Luísa se enrolou com as contas do cartão de crédito e precisou correr atrás para regularizar os pagamentos - Foto: Nando Chiappetta/DP/D.A Press (Foto: Nando Chiappetta/DP/D.A Press)
Maria Luísa se enrolou com as contas do cartão de crédito e precisou correr atrás para regularizar os pagamentos - Foto: Nando Chiappetta/DP/D.A Press

O cartão de crédito vem se firmando a cada ano como grande vilão do orçamento quando há atraso na fatura. Não é a toa que as taxas de juros são as mais altas dos últimos 11 anos, segundo última pesquisa da Associação Nacional dos Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade (Anefac). A preocupação com o bolso se agrava quando um levantamento feito pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC) mostra que seis em cada dez pessoas entrevistadas estavam em atraso com alguma parcela do cartão e que em 2015 os brasileiros tiveram muita dificuldade de manter as contas em dia. Maria Luísa Ferro, 19, é um exemplo dessa realidade.

Ela teve seu primeiro contato com o cartão quando entrou na faculdade e precisou abrir uma conta no banco. No começo, tinha ajuda dos pais para pagar as faturas, mas depois que assumiu o pagamento, as dívidas se tornaram altas e acumuladas. Para ela, o ano de 2015 foi para aprender a gastar apenas o que cabia no orçamento.

Para conseguir se organizar, Maria Luísa contou com a ajuda dos pais e do namorado, que segundo ela é bastante controlado com gastos. “Eu passei tanto tempo em banco tentando resolver minhas pendências que passei a ser chamada de rainha do banco, porque só vivia dentro de um. Ainda bem que consegui. Serviu de aprendizado. Neste ano, estou bem mais controlada graças aos meus pais e ao meu namorado”, conta.

O coordenador do curso de economia da Faculdade Boa Viagem, Antônio Pessoa, 38, explica que uma das atitudes mais importantes para se manter adimplente é a de guardar sempre dinheiro extra para emergências e imprevistos, ou até mesmo para os gastos do começo do ano como IPTU, IPVA, matrícula e material escolar.

De acordo com o economista, quem já está devendo e não tem renda para quitar a inadimplência deve procurar fazer acordos. Algumas vezes, é mais vantajoso pedir um empréstimo para pagar o cartão de crédito do que deixar os juros aumentarem ainda mais a dívida, já que os cartões possuem as taxas mais altas do mercado. O consumidor deve sempre priorizar quitar os débitos mais altos e optar pela maneira que resulte em uma baixa taxa de juros.

Além disso, Pessoa indica que o tipo de empréstimo também seja avaliado. “O crédito consignado é uma ótima opção por ter uma taxa baixa de juros, em torno de 1,7%. Os funcionários públicos costumam conseguir com facilidade, por causa da estabilidade financeira”, explica o coordenador. Outros trabalhadores também devem tentar essa opção e, caso não seja possível, o economista indica que outras alternativas também são viáveis e que dentre elas, o crédito direto ao consumidor (CDC) seja a última opção, porque a tarifa de juros é muito elevada, aproximadamente 6% ao mês.

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