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Codistil deve fechar unidade em Jaboatão

Trabalhadores demitidos ocuparam ontem a indústria metalúrgica do grupo Dedini, que não teria pago as verbas rescisórias dos últimos 26 empregados

Publicado: 02/02/2016 às 09:36

Indústria metalúrgica chegou a empregar mais de 500 trabalhadores no Estado. Foto: Sindmetal/PE/Divulgação/

Indústria metalúrgica chegou a empregar mais de 500 trabalhadores no Estado. Foto: Sindmetal/PE/Divulgação/

Indústria metalúrgica chegou a empregar mais de 500 trabalhadores no Estado. Foto: Sindmetal/PE/Divulgação

A Codistil Nordeste, do grupo Dedini, cuja unidade está localizada em Jaboatão dos Guararapes, demitiu ontem 26 funcionários da linha de produção. Esses eram os últimos que atuavam no setor, que chegou a ter mais de 500 trabalhadores. Segundo o sindicato da categoria, a empresa irá encerrar as atividades no estado. As demissões vinham acontecendo desde o ano passado. No comunicado entregue aos funcionários desligados ontem, a empresa diz que a rescisão do contrato é pela necessidade de "adequação do quadro funcional à realidade do mercado". Para garantir o recebimento das verbas rescisórias, os profissionais decidiram acampar no local.

"Isso representa o fim da operação no estado. O caso ficou mais complicado quando eles perderam o contrato que possuíam com o Estaleiro Atlântico Sul. Desde o ano passado estão atrasando os salários por vários meses. Por isso os trabalhadores decidiram ocupar o local até serem atendidos e os valores pagos", afirmou o presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Pernambuco (Sindmetal/PE), Henrique Gomes. Ontem, o sindicato solicitou uma mediação com o Ministério Público do estado para tratar da situação da empresa.
Na Codistil Nordeste, como é conhecida a unidade pernambucana do grupo, são fabricados equipamentos em aço inox para clientes regionais e internacionais. O Diario tentou várias vezes ontem entrar em contato com representantes do grupo mas não obteve retorno.

No ano passado, o Grupo Dedini entrou com pedido de recuperação judicial no Fórum de Piracicaba, em São Paulo. Na ocasião, o passivo total da empresa foi avaliado em R$ 300 milhões. Entre credores, bancos, trabalhadores, fornecedores e o Fisco.

"O que nos preocupa é que essa não é a única empresa reduzindo as operações. Apenas da semana passada pra cá fomos informados de, pelo menos, três casos. Uma empresa de caldeiraria em Sirinhaém nos informou que também está fechando devido ao fim de alguns contratos de trabalho. Em Paulista, uma indústria de produtos metálicos transferiu trabalhadores para outras unidades. Em Prazeres, uma fábrica de fogão e tanquinho está em recuperação judicial e mandou todos os funcionários para casa sem realizar o pagamento. Já denunciamos ao Ministério Público do Trabalho e esperamos uma reunião. O cenário está preocupante", enfatizou o presidente do sindicato.
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