Procedimentos Plano de saúde vai cobrir teste para detectação da zika, chikungunya e dengue Exames rápidos vão entrar no rol de procedimentos e evento obrigatório listados pela ANS

Por: Rosa Falcão

Publicado em: 17/12/2015 08:57 Atualizado em:

Segundo a ANS, os planos de saúde devem oferecer aos seus usuários outros testes complementares para o diagnóstico das doenças transmitidas pelo mosquito Aedes aegypti. Foto: Marcelo Ferreira/CB/D.A Press
Segundo a ANS, os planos de saúde devem oferecer aos seus usuários outros testes complementares para o diagnóstico das doenças transmitidas pelo mosquito Aedes aegypti. Foto: Marcelo Ferreira/CB/D.A Press
A partir do dia 2 de janeiro de 2016, os planos de saúde terão que cobrir os testes rápidos para detectar a dengue, a febre chikungunya e a zika.

Os novos exames serão incluídos no Rol de Procedimentos e Eventos de Saúde da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), atualizado a cada dois anos para a inclusão de novos tipos de intervenções médicas e de diagnóstico.

Pelas regras atuais, tem cobertura obrigatória o teste de sorologia Elisa para a pesquisa de anticorpos (IgG e IgM), método recomendado pelo Ministério da Saúde para a confirmação laboratorial da dengue.

Segundo a ANS, os planos de saúde devem oferecer aos seus usuários outros testes complementares para o diagnóstico das doenças transmitidas pelo mosquito Aedes aegypti. São eles: hemograma, contagem de plaquetas, prova do laço, dosagem de albumina sérica e transaminases, além de radiografia de tórax (PA, perfil e incidência de Laurell), ultrassonografia de abdome. Outros exames como glicose, ureia, creatinina, eletrólitos, gasometria, TPAE e ecocardiograma, devem ser cobertos pelas operadoras, conforme a necessidade médica.

Em relação aos novos testes que entrarão no rol de procedimentos, a ANS esclarece que, na maioria dos casos, o diagnóstico presumido do vírus zika pode ser feito pela exclusão da dengue e da febre chikungunya. “Até o momento, o tratamento para zika é clínico e baseia-se no controle dos sintomas da doença, semelhante ao que ocorre com a dengue e a chikungunya. Tal tratamento é coberto pelos planos de saúde”, reforça o órgão regulador.

O médico infectologista José Tenório de Cerqueira Filho considera importante a inclusão dos testes rápidos no rol dos planos de saúde, desde que sejam complementares à sorologia. Segundo o especialista, diante do surto dos três tipos de doenças (dengue, chinkungunya e zika) é necessário o uso de outras metodologias para confirmar o diagnóstico. “Acho fundamental que os planos de saúde cubram os exames para os pacientes terem melhor ciência da doença”. Ele cita também a dificuldade de cobertura dos testes de diagnóstico da febre chinkungunya, cujo valor fica entre R$ 300 e R$ 400.

Reforço
A partir de hoje, a ANS vai reforçar a campanha do Ministério da Saúde de prevenção e combate ao mosquito Aedes aegyipti. A campanha tem como objetivo estimular as operadoras de planos de saúde orientarem os seus beneficiários sobre a necessidade de eliminar o mosquito, diante do aumento de casos de dengue e da confirmação da relação entre o vírus zika e o surto de microcefalia, principalmente, na Região Nordeste. As mensagens serão veiculadas na televisão, rádio, internet e redes sociais.

As operadoras também entrarão no combate ao mosquito da dengue. Até porque é melhor prevenir a doença do que arcar com o aumento de custos dos tratamentos. A Abramge, entidade que representa as operadoras de medicina de grupo, vai estimular as empresas associadas a fazerem campanhas de conscientização de seus usuários. A Fenasaúde considera importante as ações de prevenção, acrescentando que as ações de combate à dengue ou a outras enfermidades podem surgir como inciativas de cada operadora.

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