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Finanças pessoais Planeje-se e comece 2016 no azul O ano está acabando, mas ainda dá tempo para você mudar antigos hábitos, cortar os gastos supérfluos e até iniciar uma reserva financeira

Por: Pedro Maximino - Diario de Pernambuco

Publicado em: 14/12/2015 08:16 Atualizado em: 14/12/2015 11:23

O advogado Matheus Pôrto mantém duas reservas financeiras: uma para emergências e outra para oportunidades. Foto: Ricardo Fernandes/DP
O advogado Matheus Pôrto mantém duas reservas financeiras: uma para emergências e outra para oportunidades. Foto: Ricardo Fernandes/DP
Com a inflação na casa dos 10% e o desemprego beirando os dois dígitos – e com mais de 57 milhões de pessoas endividadas, segundo a Serasa Experian –fica claro que 2015 não foi um ano economicamente bom para dos brasileiros. Por enquanto, não há sinais de que 2016 será muito diferente. Por isso, é bom começar a organizar as finanças. O réveillon é tradicionalmente um período usado para repensar as atitudes (erradas) tomadas durante ano que termina e planejar como agir de forma diferente no ano que chega. Isso vale para o lado financeiro.

Para Valéria Saturnino, mestre em finanças e professora de administração da Faculdade dos Guararapes, o ideal é se organizar o quanto antes. “É preciso fazer e seguir um planejamento financeiro”, diz. “Ter em mente o quanto ganha, calcular os gastos mensais e se ater a isso, controlando o impulso de consumir.” Segundo Valéria, quem gasta muito dinheiro com carro pode vendê-lo ou optar por um modelo mais em conta. “É uma questão de se abrir a oportunidades com o objetivo de reduzir despesas.”

A professora lembra das despesas que sempre aparecem a partir de janeiro, algo fácil de esquecer em meio à euforia das compras de final de ano. “Matrícula e material escolar, IPVA, IPTU e seguro de carro podem dar muita dor de cabeça em quem não se preparar.” Valéria Saturnino indica que é válido, inclusive, guardar uma parte do 13° salário para o pagamento de contas, ao invés de gastar tudo com bens de consumo e presentes. Nas compras natalinas, a recomendação é procurar lojas que ofereçam descontos e pagar a maioria das compras à vista.

O especialista em finanças Rafael Seabra reforça que, neste momento de crise, o melhor mesmo é fazer contenção de despesas. “A melhor dica ainda é a mesma de sempre: gastar menos do que ganha. Coisa simples, mas que muita gente não consegue cumprir.” Segundo ele, o comprometimento com o orçamento passa pela anotação de todos os gastos mensais. “Essa é a melhor maneira de identificados os ‘vazamentos’, aqueles pequenos gastos que ninguém percebe mas que juntos fazem uma diferença grande no final do mês.”

Programação
Rafael Seabra acredita que “um dos grandes erros das pessoas é não aproveitar os períodos de prosperidade para fazer uma reserva financeira e, assim, se precaver para os momentos de aperto.” Ele incentiva que as pessoas busquem a estabilidade financeira. “O primeiro passo para a conquista da estabilidade é admitir que existe um problema e trabalhar numa solução para sair do ciclo de maus hábitos financeiros.”

Para quem abusa do cartão de crédito, por exemplo, ele recomenda guardá-lo numa gaveta ou ser ainda mais radical e cortá-lo. O advogado Matheus Pôrto, em busca da estabilidade financeira, segue essa dica e mais outras. Precavido, ele mantém duas reservas financeiras: uma para emergências e outra para oportunidades. “Eu acredito que, mesmo na crise, surgem boas oportunidades de ganhar dinheiro. Enxergo a oportunidade em alguém vendendo um imóvel muito barato.”

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